AS HIERARQIAS ANGELICAIS

 



       Logo    acima do homem começa o reino das hierarquias espirituais, angelicais, invisíveis, que jamais penetram a existência física. São de natureza puramente imaterial que atuam e inspiram o ser humano.

       O anjo também chamado anjo da guarda, é a primeira hierarquia logo acima do homem. portador  de um nível de consciência que o habilita a assumir a guarda  de uma pessoa individualmente.

       À medida em que galgamos os degraus dos mundos superiores maior será a distância entre as hierarquias.

       Um anjo pode se responsabilizar por acompanhar e assistir uma pessoa. Um arcanjo pode assumir  toda uma comunidade de pessoas ou um povo. Seu nível superior de consciência o capacita a essa missão. Pode também assumir a regência de uma época histórica.

       No último dia 29 de setembro celebramos o dia do Arcanjo Miguel ou Micael. Era o Arcanjo Guardião do Povo Hebreu, o Povo Eleito para trazer o Messias ao mundo. Toda a cultura hebraica centrava-se na chamada "espera messiânica."

       Finalmente, no primeiro século da nossa era, após a Virada dos Tempos no ano 0, cumpriu-se o grande anseio do Povo Eleito.

       Após o batismo de Jesus no Rio Jordão no ano 30, o longamente esperado Messias Salvador, chamado Cristo, atuou concretamente no mundo nos três anos seguintes e deixou o seu legado, auxiliado por pessoas do Povo, conscientes de sua nobre missão cósmica.

       Mantiveram-se fiéis a um propósito superior proclamado por seus ancestrais da Antiga Lei Mosaica. A Nova Era representava a superação do Eu coletivo e grupal, e o nascimento da consciência do Eu individual.

       Os doze primeiros apóstolos, bem como o 13º, Matias, escolhido para substituir Judas, e as mulheres que os acompanhavam, assim como Saulo, depois chamado Paulo, eram todos  de etnia hebraica. Saulo (Paulo) era formado na Escola Rabínica de Jerusalém.

       O apóstolo Pedro, por exemplo, em suas pregações,  despertava  multidões  de pssoas locais para dar continuidade ao movimento de renovação.

       Só após a atuação de Paulo como um apóstolo, consolidou-se a idéia de que a Boa Nova, o "eu angelion", destinava-se a todos  os povos, sem exceção. e não somente aos hebreus, ou judeus, israelitas.

       Paulo assumiu plenamente a missão dos apóstolos: "Ide e levai a Boa Nova para todos os povos."

       E fundou comunidades cristãs em diferentes lugares, para diferentes etnias, inclusive para os Hebreus de Jerusalém. Estavam todos empenhados em dar prosseguimento à corrente iniciada por Abraâo, continuada pelos patriarcas, por Moisés, Josué, David, os profetas e tantos outros precursores mencionados no Antigo Testamento.

       Quando a espera messiânica se cumpriu, foram os Hebreus da Terra Santa os primeiros a assumir a autenticidade do Messias, tal como lhes era predestinado.

       Contudo, uma importante fração do Povo Eleito, dentre os fariseus, os saduceus, os Doutores da Lei, os Escribas, os Anciãos do Templo, esses não puderam dar o passo evolutivo  para o Novo, previsto nas profecias , e transpor a fronteira para  o Futuro.

       Permaneceram no Passado, rebelaram-se contra o Império Romano, perderam o Templo e emigraram para a Diáspora. 

       Durante os vinte séculos seguintes aquela minoria dissidente organizou-se em núcleos coesos em diferentes lugares, fiéis às tradições do passado, em permanente confronto com as populações locais.

        Esse quadro de hostilidades agravou-se continuamente até meados do século XX. Foi então que um novo cenário começou a delinear-se após a Segunda Guerra Mundial.

       O Povo Eleito, também chamado Povo Hebreu ou Povo Judeu, iniciou um processo de diferenciação em duas partes: os israelitas, os que permaneceram estabelecidos nos diversos países que os acolheram, aculturando-se, integrando-se e miscigenando-se com os locais, formando comunidades prósperas e pacíficas, multiétnicas.

       A outra metade optou por aderir ao sionismo e emigrou para o Oriente Médio, tornando-se israelenses, cidadãos do Estado de Israel, fundado para abrigar uma etnia, adepta de uma religião.

       Essa cisão em duas partes resultou em dois cenários diferentes:

       1) Os israelitas, voltados para o futuro, a tolerância, a mútua aceitação e a prosperidade pacífica. tudo fundado na diversidade.

       2) Os israelenses, presos ao passado, às tradições, à uniformidade genética e à intolerância ortodoxa. .

       O resultado é o precário Estado atual, policialesco, cercado de inimigos terroristas, em guerra permanente desde 1948, em escala ascendente, dependente do contínuo aporte de recursos externos, e mais recentemente iniciando um processo de dissolução devido ao fluxo de emigrantes que retornam às suas origens, fugindo do terrorismo. 

       É um preço alto a pagar pela metade israelense do Povo Eleito que optou por retroceder e reconstituir o País da Bíblia, o antigo Reino de Salomão, na contramão da História, a qual caminha para o ecumenismo, a tolerância, a convivência.

       Micael era o Arcanjo Guardiáo do Povo Eleito até o momento em que este recusou sua missão cósmica de trazer ao mundo o impulso crístico renovador.

       A nova geração israelita, integrada e miscigenada, colhe  os frutos de sua escolha e pode, em liberdade, com Ciência e Arte, fecundar as diferentes culturas em que se abrigam.

       O Arcanjo Micael é hoje o heróico guardião de nossa atual época histórica, confrontada com imensos desafios, aparentemente insuperáveis.

       

       

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