A AMEAÇA

  


       É sempre o recurso usado para intimidar e acalmar o adversário numa briga a dois.

       O mesmo vale para uma briga entre nações. A ameaça mais comum é  a ameaça nuclear. É para isso que existem bombas atômicas ou ogivas nucleares,  guardadas em seus respectivos depósitos. É para gerar pânico e dissuasão. Como o material nuclear sofre contínuo decaimento, muitas dessas ogivas já estarão decaídas e descarregadas. Mas estão lá, para serem exibidas anualmente, em pomposas paradas militares em praças vermelhas. Novas ogivas são produzidas para gerar mais pânico e dissuasão.

       Concretamente a bomba só foi usada duas vezes, em Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945. Uma semana depois o Japão assinou sua capitulação, acreditando que, caso contrário, outras bombas cairiam em seu território, talvez até em Tokio.

       Felizmente não sabiam os japoneses que só existiam duas bombas disponíveis no arsenal, usadas nas duas cidades escolhidas para a demonstração. Caso soubessem continuariam lutando até o último homem,  por ordem do Imperador. Como não sabiam deixaram-se intimidar e dissuadir de continuar lutando. Desobedeceram e selaram a paz, para o bem de todos.

       A mesma estratégia está sendo usada no atual conflito Rússia-Ucrânisa. Só o Presidente russo já fez dez ameaças contundentes e seu Ministro outras tantas. Funcionou para Europa e Estados Unidos. Se tivessem apoiado a Ucrânia logo no início, teriam liquidado o assunto em poucas semanas. Ao invês de fazê-lo com firmeza, borraram-se de medo e restringiram o apoio, deixando a guerra arrastar-se por três anos, rendendo polpudos lucros para a indústria bélica.

       O  único líder lúcido nessa história é Zelensky. Reconhecendo a falácia das bravatas , atacou o inimigo com recursos próprios, e convenceu a todos que os arroubos eram pura ficção.

       A Europa aprendeu a lição e já se reuniu para planejar o "rearm", sem a participação americana. 

       O processo é lento,  mas está em curso. Resta aos EUA ajudar a Rússia, sua arqui-inimiga, e garantir os melhores negócios para a indústria bélica, a qual cria 500 000 empregos nos EUA.

       Trump, como bom empresário, sabe que a paz é um mau negócio.

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