AS SETE QUADRIMEMBRAÇÕES

 


          Há vários anos eu venho pesquisando as quadrimembrações, ou seja conjuntos de quatro componentes que guardam uma direta correlação entre si.

       A princípio baseei-me no conceito de trimembração, quer dizer um conjunto de três elementos que formam uma unidade.

       Um exemplo é o corpo humano, constituído  de cabeça, tronco e membros. Ou três sistemas, o neuro-sensorial, o rítmico-circulatório e o metabólico-motor.

       Também o sistema de governo compõe-se de três poderes, o executivo, o legislativo e o judiciário.

       No corpo humano temos o braço, o antebraço e a mão E também a coxa, a perna e o pé.

       No pé  temos o tarso, o metatarso e os dedos. Na mão o carpo, o metacarpo e os dedos . No dedo identificamos a falange, a falanginha e a falangeta.

       O número três indica uma totalidade, como por exemplo  Pai,  Filho e  Espírito Santo, a Santíssima Trindade, o Deus Uno.

       A família compôe-se de pai, mâe e filho(s). A unidade completa-se na trindade.

       Continuando reconhecemos grupos de quatro componentes constituindo uma integralidade.

       Por exemplo os quatro pontos cardeais, os quatro temperamentos,  os Quatro Evangelhos.

       Embora encerrem uma elevada sabedoria as quadrimembrações citadas não  guardam uma correlação entre si.

       Minha pesquisa consistia em identificar quadrimembrações intrinsecamente correlacionadas.

       Comecei pelo ser humano, constituído de corpo físico, corpo etérico, corpo astral e a organização do eu.

       Continuando estudei os quatro reinos da Natureza: o mineral, o vegetal, o animal e o humano (hominal).

       Em terceiro lugar  correlacionei os quatro elementos dos antigos gregos: a terra, a água, o ar e o fogo.

       Nos quatro elementos reconheci os quatro estados agregados da matéria: o sólido, o líquido, o gasoso e o ígneo, equivalentes aos elementos da Tabela Periódica. Alguns sâo sólidos (Fe, Zn, Cu...), outros são líquidos ( Hg, Br), outros sâo gasosos (H, O,  N). Qualquer um deles quando se inflama manifesta-se no estado ígneo.

       A próxima quadrimembração que eu identifiquei, correspondente  aos quatro elementos, foram os quatro éteres, a saber o éter calórico, o éter lumínico-sonoro,   o éter químico e o éter vital, associados respectivamente ao estado ígneo, ao gasoso, ao líquido e ao sólido.

      A cada matéria, em cada estado de agregação, corresponde um determinado éter, específico, que lhe deu origem e que o sustenta. É de natureza sutil, imponderável, invisível, é a causa suprassensível, de seu equivalente, sensível. É uma força invisível, reconhecida pelos seus efeitos visíveis. É como a força de gravidade, invisível, que puxa os objetos para baixo. Ou a força de levidade que puxa para cima.

       Um exemplo é a luz do Sol que atravessa o céu noturno, escuro, e ilumina a Lua.

       Um outro exemplo é o calor do Sol que atravessa o espaço gelado e aquece a Terra. 

       Assim também são os dois gases invisíveis, H e O, hidrogênio e oxigênio. Quando unidos formam um líquido visível, H2O, água.

       Da mesma forma a luz solar , invisível, catalisa a reação do gás carbônico com a água para formar um sólido, um carboidrato, a glicose, C6H12O6, e ainda libera O2 puro para a atmosfera.

       A reação de fotossíntese engloba os quatro estados , dos quatro elementos, regidos pelos quatro éteres. A Ciência Espiritual não conflita, pelo contrário,  ela complementa e preenche as lacunas da Ciência Natural.

       A reação de fotossíntese consiste na combinação de um gás,CO2, com um líquido,H2O, o catalisador solar, e o produto sólido, o carboidrato C6H12O6  e o O2, o portador do etérico-vital.

       A fotossíntese é a síntese de toda a evolução, o tema da nossa sexta quadrimembração.

       A sexta quadrimembração trata das quatro fases da evolução paralela da Terra e do Homem.

       A Terra atual, como a conhecemos, é o resultado de uma longa e lenta evolução de três estados planetários precedentes.

       O estágio primordial foi um estado puramente calórico, iniciado por algo como um calor humano, um caloroso ambiente, extremamente sutil, o qual vai pouco a pouco se densificando, progressivamente,  até manifestar-se como um estado calórico, uma força calórica que pode apresentar lampejos de luz

       Esse é o resultado da ação de uma elevada hierarquia espiritual chamada Tronos, a terceira situada logo abaixo de Querubins e Serafins, os quais assumem tarefas ainda superiores em todo o processo da Criação.

             

       Terminada essa fase, todo o processo pára e entra num estado de inércia, de repouso

       As Hierarquias se retiram para outras esferas da existência, das quais não temos a mínima consciência. Esse estágio de inércia ou repouso absoluto denomina-se "pralaya."

       Bem entendido, o processo de Criação pára, as Hierarquias não. Elas se retiram para avaliar todo o trabalho realizado até entâo, e em seguida capacitam-se para o trabalho na segunda fase da evolução.

       Tudo obedece a uma lógica perfeita, naturalmente acompanhada pela suprema hierarquia, a própria Divindade.

       Terminado o longo pralaya, as hierarquias apresentam-se novamente à percepção suprassensível e iniciam a segunda fase evolutiva, agora dotadas de um nível de consciência mais elevado, compatível com as exigências próprias desse segundo estágio.

       A princípio ocorre uma breve repetição, uma recapitulação resumida de todo o período anterior. Não uma mera repetição pura e simples, e sim já adequada às novas exigências dessa fase, denominada Antigo Sol.

       Para essa nova corporificação em seu seu segundo estágio planetário, convoca-se, sobretudo, a quarta hierarquia, os chamados Kyriotetes, os Espíritos da Sabedoria. Eles irradiam de si uma força tal que se implanta no corpo calórico gerado anteriormente. Esse corpo puramente calórico, o embrião de um futuro corpo físico, iniciado no Antigo Saturno, recebe agora, direto dos Kyriotetes, um impulso vital germinal, um germe vestigial de corpo etérico.

       Neste Antigo Sol temos então o ser humano bimembrado, constituído de um corpo físico calórico já em seu segundo estágio, vivificado por um corpo etérico inicial, ainda em seu primeiro estágio evolutivo, uma dàdiva de Kyriotetes.

       Essa segunda fase, o Antigo Sol, só inicia-se  verdadeiramente após a conclusão da recapitulação resumida da primeira fase, o chamado Antigo Saturno. Sem a recapitulação sucinta da primeira fase, não seria  possível iniciar-se a segunda.

       Concluído o longo intervalo do pralaya inicia-se a repetição sucinta das fases anteriores. Só então inicia-se a terceira fase , denominada Antiga Lua. Nesta fase incorpora-se ao corpo físico e etérico o corpo astral pela ação da hierarquia Dynameis. Ao componente calórico e aéreo acrescenta-se o aquoso.

       Concluída essa fase intercala-se novamente um longo repouso, onde todo o processo pára e se recolhe, como que numa semente. As hierarquias se retiram para níveis mais elevados da existência. Ali avaliam o realizado e preparam-se para a fase seguinte.

       A quarta etapa da evolução começa pela recapitulação sucinta das  três fases anteriores. Só então inicia-se a quarta fase, a atual Terra.

       Nesta quarta fase ao componente ígneo-calórico, ao gasoso-aéreo e ao aquoso-líquido acrescenta-se o elemento terroso-sólido. É a  atual Terra onde aos corpos físico, etérico e astral acrescenta-se o que é próprio do ser humano, o eu, a princípio um eu de natureza mais grupal, o qual evolui para o eu individual, livre e responsável, a partir da atuação do Cristo na Terra.

       Portanto temos até aqui seis quadrimembrações, seis conjuntos de quatro componentes correlacionados entre si.

       A sétima quadrimembração consiste nos quatro níveis de consciência correspondentes aos quatro reinos e aos quatro corpos.

       Em primeiro lugar temos a consciência de vigília, própria do ser humano desperto. 

       Segue-se a consciência onírica. É a consciência de sonho ou de sono superficial, própria do reino animal. O animal não tem uma consciência de eu individual. É regido por uma consciência grupal,de natureza coletiva.

       Segue-se a consciência vegetal equivalente ao estado de sono ou de coma profundo. O vegetal sempre dorme profundamente.

       Quando o ser humano dorme o corpo astral e o eu retiram-se para os mundos espirituais superiores. O que fica na cama é o corpo físico mantido vivo pelo corpo etérico-vital. No estado de sono ou coma profundo o ser humano mantém-se em vida vegetativa, com uma consciência própria do reino vegetal.

       Concluindo esta última quadrimembração temos a consciência característica do reino mineral, a qual poderemos denominar "consciência elementar."

       Um exemplo é o elemento sódio, símbolo Na. O Na é o elemento masculino contendo um eléctron na camada de valência. O seu oposto é o elemento cloro, ou melhor a clora, o elemento feminino apresentando um eléctron a menos na camada de valência. O sódio tem valência positiva, é o Na+. O cloro (clora) tem valência negativa, é Cl-. Desse casamento forma-se o NaCl, o cloreto de sódio, o sal de cozinha, constituindo uma união estável. A atração mútua dos elementos de gêneros opostos denomina-se "afinidade química", tal como a química do casal entre humanos, também caracterizada como "afinidade eletiva."

       Em sua obra literária Goethe também abordou esse tema no romance "Wahlverwandtschaften", em português "Afinidades eletivas."

       Com base na consciência mineral elementar o sódio sente uma atração irresistível para unir-se à clora e juntos formarem uma união estável, uma molécula. Os direitos são iguais, portanto a atração é mútua.

       Um outro belo exemplo é o cristal de quartzo, a substância sílica, o dióxido de silício, o SiO2.

       O silício tem número atômico 14, portanto sua estrutura orbital eletrônica é 2, 8 e 4. O Si tem 4 eléctrons na camada de valência; ele é portanto tetravalente positivo, Si++++. O oxigênio (a oxigênia) tem número atômico 8, logo estrutura orbital 2 e 6, faltando dois eléctrons para completar 8. A oxigênia é bivalente negativa, é O--. O tetravalente Si é tão valente que é capaz de se ligar a duas oxigênias ao mesmo tempo e ainda  manter estável  a união. É um caso de bigamia elementar.

       

        Da mesma forma todas as combinações ou reações químicas se regem pelas valências, ou pelas afinidades dos elementos entre si. 

        Para concluir esse tema levantamos a hipótese de a pesquisa natural-espiritual poder, futuramente, determinar a afinidade eletiva entre os elementos de gêneros opostos.

       A verdadeira Ciência não fixa limites para sua abrangência.

 


       


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