O CUSTO BRASIL

 

       Sendo o Brasil um país internacionalmente classificado como um país pobre, subdesenvolvido, terceiro-mundo, com um baixo IDH, baixo nível educacional, 33 milhões de pessoas sub-alimentadas, alto índice de criminalidade, desemprego, desigualdade, etc.

       Muitos são os indicadores do nosso atraso.

       Um índice alarmante é a fila de espera para atendimento médico no SUS.

       No Serviço de Emergência o paciente é atendido no dia ou até na hora. E ainda ganha o remédio prescrito pelo   médico de plantão.

       Porém se o doente é portador de uma doença mais grave, então o plantonista encaminha-o para o Posto de Saúde do bairro para marcar consulta com o especialista. A espera poderá ser de uma semana, uma quinzena, um mês, ou mais, dependendo das circunstâncias. Todo esse prazo faz parte do "Custo Brasil."

       Uma doença pouco grave que seria tratada no dia seguinte, evolui para uma doença mais grave ao fim de 30 ou 60 dias. O custo social para esse tratamento será proporcional ao prazo de espera, somando-se a isso a remuneração por inatividade, sem contar o sofrimento do paciente em luta com sua doença.

       E assim progressivamente. O custo pesa, para os cofres públicos, para o empregador e para o bolso do paciente, que espera, paciente, pelo dia marcado.

       Vamos restringir aqui nossa argumentação a um item apenas: o custo da alimentação. É o que mais pesa para as famílias menos favorecidas. E também para o cálculo da inflação.

       O próprio governante fica perdido quando tenta baixar o preço dos alimentos para combater a inflação. E fica furioso porque não sabe quem, por maldade, aumentou o preço do ovo no mercado.

       Onde está a raíz do problema? A raíz está na terra. No solo, de onde tudo provém.

       O Brasil, com 8,5 milhões de km2, tem muito território para plantar. E além disso, "Em se plantando, tudo dá." Tão generosa que é a sua terra. Mas precisa ser fertilizada.

       Uma opção é a  fertilização industrial. O Brasil importa, não de Moscou, mas da Sibéria, o fertilizante que aqui chega como sendo russo. O fertilizante é siberiano, do lado asiático.

       O alimento produzido é exportado para a China, no Extremo Oriente. Essa é a lógica do negócio: importar fertilizante do oriente siberiano e exportar alimentos para o oriente chinês. Grandes distâncias, de lá para cá, e de cá para lá, a um custo muito alto. A produção também é alta, inaccessível a 33 milhões de brasileiros carentes.

       Há 20 anos atrás o governante prometeu dar três refeições diárias a todos os brasileiros. 20 anos depois o discurso de posse é o mesmo: três refeições diárias para todos.

       Tudo isso num país fartamente privilegiado em território, sol, água, mão-de-obra, e uma massa de resíduos orgânicos de alto valor despejada em vazadouros, lixões abertos, lixões fechados, aterros sanitários, etc.  

       Uma cidade média de 100 mil habitantes produz diariamente 50 toneladas de resíduo orgânico. Os números não mentem: 0,5 kg/hab/dia. E se a cidade é arborizada e ajardinada, produzirá ainda mais resíduos florais, foliares e rameais oriundos de parques e jardins. Toda essa preciosa biomassa é recolhida, transportada e despejada em vazadouros públicos, a um alto custo, financeiro e ambiental, e nenhum retorno. E quando o aterro está saturado, é abandonado, deixando um rastro de poluição. É o chorume, lixiviado para o subssolo e para o lençol freático, e o gás metano,  volatilizado para a atmosfera, provocando mais efeito estufa e aquecimento global.

       Perguntamos porque o nosso custo é alto e o faturamento é baixo.

       A compostagem é a solução mais simples, ecológica e econômica, para transformar resíduos poluentes,domiciliares, municipais e industriais, no mais valioso  fertilizante, o HÚMUS, que nenhum equipamento industrial consegue fabricar.

       A baixo custo somente organismos vivos o conseguem.

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