Em 1957, eu, com 16 anos de idade, acompanhei pelo rádio todas as fases do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, no qual consagrou-se o menino Nelson Freire, ele com 12 anos de idade, 3,5 anos mais jovem que eu. Era aluno de Lúcia Branco, mestra de grandes pianistas daqueles tempos. Como ele era menor ela o acompanhava para que pudesse assistir aos concertos, à noite, em horário impróprio, como ele mesmo revelou. Acompanhei, de longe, sua gloriosa trajetória, por décadas. Tive o privilégio, em três ocasiões, de assistir aos seus concertos, presencialmente: no Municipal, na Sala Cecília Meireles e, o mais incrível, em Niterói. Quando cheguei ao local, o Municipal de Niterói, vi que era um teatro pequeno, meio rústico, sem requintes. Porém no ar ressoava uma peça de Mozart, interpretada no estilo Nelson. No Municipal do Rio, outra vivência. Eu estava no nordeste, mas organizei minha agenda para poder chegar no Rio domingo de manhã, a tempo de ver Nelson Freire apresentar-se