A DESIGUALDADE HUMANA E A JUSTIÇA
Para a visão materialista comum "todos os seres humanos são iguais". Mas, para a visão oculta das diversas tradições do Planeta, a humanidade é inteira e imensamente desigual.
Os raciocínios se prolongam: se "todos os seres humanos são iguais", todos deveriam ter um mesmo padrão de vida, mesmo ganhos, e todos deveriam ter direito à livre expressão" Tanto o pensamento de direita quanto o de esquerda, ambos frutos do materialismo da era iluminista, pensam da mesma forma. O liberalismo iluminista que gerou a direita pensa que "todos somos iguais e as diferenças são apenas no tocante à capacidade de ganhar dinheiro de uns que é mais do que a de outros". O pensamento de esquerda, também fruto do materialismo, pensa assim: "todos são iguais e portanto todos devem ter, mesmo que á força de um Estado que impõe e limita a liberdade de ganho de alguns, os mesmos ganhos iguais para todos, sem diferenças". O racialismo, que existe tanto na direita, quanto na esquerda (neste tem sido escamoteado nos últimos anos) considera que as diferenças humanas existem mas seriam devidas à cor da pele. O classismo, que existe no capitalismo e é o alvo do socialismo, considera que as diferenças humanas são as de classe social e que isto sempre existiu e não tem como não existir, faz parte da dinâmica social. Todos estes pensamentos são frutos diretos do materialismo moderno, tanto um quanto outro.
A Desigualdade humana existe porque, basicamente, na visão oculta há almas imaturas (ou jovens, ou "atrasadas"), almas mais ou menos e almas mais velhas (ou "adiantadas"). A diferença entre elas é o acúmulo de experiências e de aprendizado devido ao maior numero ou menor numero de encarnações. As almas jovens encarnaram menos vezes, por opção delas (a possibilidade de não querer encarnar ou de querer encarnar existe do outro lado). E assim as almas jovens - que são a maioria da humanidade - não tem experiência em lidar de forma satisfatória com o egoísmo, com os impulsos mais primários do Ego (os quais elas só encontram aqui embaixo, na vida terrena, como desafio). As almas velhas já encarnaram muitas vezes e por isto se tornaram mais aptas a lidar com estes impulsos e, por conseguinte, o Eu que elas são tem melhor domínio e presença em seu interior (tornam-se capazes de gestos de generosidade desinteressada, de civilidade espontânea, de compaixão e de senso ético incorruptível). As almas jovens são corruptíveis porque seu Ego ainda é dominante sobre o Eu. Então enquanto houver esta distinção entre almas o Carma das diversas personalidades humanas será mais pesado para as almas jovens e mais leve para as almas velhas. E havendo diferenças cármicas, haverá diferenças de outros tipos visíveis na vida social. A educação pode ajudar uma alma jovem e amadurecer, mas apenas a reencarnação faz este amadurecimento em grau considerável.
A confusão do materialismo é achar em primeiro lugar que todas as almas são iguais e então deveriam ter um padrão de vida material igual. isto é impossível quer pela dinâmica social humana aqui na terra, quer por estas razões cármicas. O nível de compreensão da existência das almas jovens é muito menor do que o das almas velhas. Não se trata de inteligência, mas de sabedoria de vida. Não se trata de classe social nem de quantidade de diplomas, mas de senso de realidade e coerência interior. Há almas jovens ricas e almas jovens pobres, almas velhas pobres e almas velhas ricas.
O que deveria ser igual para todas as almas? Os direitos e deveres sociais. A vida social feita de regras e de limites. A jurisprudência servirá para ver os agravantes e atenuantes de cada tipo de alma, mas as leis e direitos e deveres perante o coletivo serão os mesmos para cada personalidade humana. Quando há diferenças nas leis e regras há injustiças.
Quando é que as diferenças devem ser livremente expressas, cada um pode dizer e expressar o que é, o que pensa, o que sente, independentemente de ser um espírito evoluído ou uma alma criança cheia de ilusões e apegos? Este é o campo da cultura, onde deve vigorar a Liberdade. Se uma alma acha que seu deus único é absoluto e melhor que os demais deuses, ela deve ter esta liberdade, assim como de falar sua língua, cantar suas melodias e se vestir como quiser. Mas a liberdade - como viram pensadores como John Stuart Mill e Rudolf Steiner - é limitada pelas leis e normas do convívio (onde ai é igual para todos). A minha liberdade de expressão é ampla, mas tem seu limite até o momento em que pode ferir ou prejudicar a liberdade de ser de outro individuo ou grupo. O jurídico limita a liberdade, na vida terrena. Assim é a vida entre os humanos.
E quanto às diferenças de classe, ricos e pobres? E quanto ao reconhecimento que há pessoas que têm mais do que precisam e pessoas que passam fome? Este campo não é o da liberdade nem o das leis, mas o campo da economia, que deve ser sustentado pelo mais profundo senso de Fraternidade. Não se trata de uma questão política ou ideológica, nem direita e nem esquerda - as quais não têm este premissa (a direita quer liberdade, a esquerda quer igualdade). A Fraternidade é um sentimento emanado pelas almas velhas, que deve ser ensinado às almas jovens. E assim a humanidade se torna fraterna, regida por aquilo que Rudolf Steiner chamou de "economia associativa" ou "economia fraterna" - que nem é capitalismo nem socialismo. Na economia fraterna o que produz ouve o que pode pagar menos e facilita para ele, não pensando apenas nos lucros. Não há patrões nem empregados, apenas sócios, associados. Os produtores e os compradores dialogam, e o pobre tem chance de obter o que deseja ou precisa, porque será fraternalmente acolhido pelo que produz. O rico pagará mais, livremente, para que outro mais pobre possa ter acesso. E Utopia? "Seja voce o mundo melhor que anseia" (Gandhi). Já existe gente e associações trabalhando com estes princípios e Bancos Éticos foram criados e já estão atuando no mercado. A fraternidade no lugar errado gera desequilíbrio, como ocorre no campo das leis (o juiíz é "irmão" do réu e o inocenta). A liberdade no campo das leis é a anarquia, o caos. A igualdade no campo da cultura (conforme a confusão efetivada em ditaduras como as de direita ou de esquerda) gera uma uniformidade doentia, todos se vestem iguais e se expressam iguais. Estas são as doenças sociais vistas por R. Steiner em sua ampliação do "ideal trino" dos maçons-iluminattis do século XVIII: "liberdade, igualdade, fraternidade", ou "Trimembração Social".
Autoria Wesley Aragão.
Os raciocínios se prolongam: se "todos os seres humanos são iguais", todos deveriam ter um mesmo padrão de vida, mesmo ganhos, e todos deveriam ter direito à livre expressão" Tanto o pensamento de direita quanto o de esquerda, ambos frutos do materialismo da era iluminista, pensam da mesma forma. O liberalismo iluminista que gerou a direita pensa que "todos somos iguais e as diferenças são apenas no tocante à capacidade de ganhar dinheiro de uns que é mais do que a de outros". O pensamento de esquerda, também fruto do materialismo, pensa assim: "todos são iguais e portanto todos devem ter, mesmo que á força de um Estado que impõe e limita a liberdade de ganho de alguns, os mesmos ganhos iguais para todos, sem diferenças". O racialismo, que existe tanto na direita, quanto na esquerda (neste tem sido escamoteado nos últimos anos) considera que as diferenças humanas existem mas seriam devidas à cor da pele. O classismo, que existe no capitalismo e é o alvo do socialismo, considera que as diferenças humanas são as de classe social e que isto sempre existiu e não tem como não existir, faz parte da dinâmica social. Todos estes pensamentos são frutos diretos do materialismo moderno, tanto um quanto outro.
A Desigualdade humana existe porque, basicamente, na visão oculta há almas imaturas (ou jovens, ou "atrasadas"), almas mais ou menos e almas mais velhas (ou "adiantadas"). A diferença entre elas é o acúmulo de experiências e de aprendizado devido ao maior numero ou menor numero de encarnações. As almas jovens encarnaram menos vezes, por opção delas (a possibilidade de não querer encarnar ou de querer encarnar existe do outro lado). E assim as almas jovens - que são a maioria da humanidade - não tem experiência em lidar de forma satisfatória com o egoísmo, com os impulsos mais primários do Ego (os quais elas só encontram aqui embaixo, na vida terrena, como desafio). As almas velhas já encarnaram muitas vezes e por isto se tornaram mais aptas a lidar com estes impulsos e, por conseguinte, o Eu que elas são tem melhor domínio e presença em seu interior (tornam-se capazes de gestos de generosidade desinteressada, de civilidade espontânea, de compaixão e de senso ético incorruptível). As almas jovens são corruptíveis porque seu Ego ainda é dominante sobre o Eu. Então enquanto houver esta distinção entre almas o Carma das diversas personalidades humanas será mais pesado para as almas jovens e mais leve para as almas velhas. E havendo diferenças cármicas, haverá diferenças de outros tipos visíveis na vida social. A educação pode ajudar uma alma jovem e amadurecer, mas apenas a reencarnação faz este amadurecimento em grau considerável.
A confusão do materialismo é achar em primeiro lugar que todas as almas são iguais e então deveriam ter um padrão de vida material igual. isto é impossível quer pela dinâmica social humana aqui na terra, quer por estas razões cármicas. O nível de compreensão da existência das almas jovens é muito menor do que o das almas velhas. Não se trata de inteligência, mas de sabedoria de vida. Não se trata de classe social nem de quantidade de diplomas, mas de senso de realidade e coerência interior. Há almas jovens ricas e almas jovens pobres, almas velhas pobres e almas velhas ricas.
O que deveria ser igual para todas as almas? Os direitos e deveres sociais. A vida social feita de regras e de limites. A jurisprudência servirá para ver os agravantes e atenuantes de cada tipo de alma, mas as leis e direitos e deveres perante o coletivo serão os mesmos para cada personalidade humana. Quando há diferenças nas leis e regras há injustiças.
Quando é que as diferenças devem ser livremente expressas, cada um pode dizer e expressar o que é, o que pensa, o que sente, independentemente de ser um espírito evoluído ou uma alma criança cheia de ilusões e apegos? Este é o campo da cultura, onde deve vigorar a Liberdade. Se uma alma acha que seu deus único é absoluto e melhor que os demais deuses, ela deve ter esta liberdade, assim como de falar sua língua, cantar suas melodias e se vestir como quiser. Mas a liberdade - como viram pensadores como John Stuart Mill e Rudolf Steiner - é limitada pelas leis e normas do convívio (onde ai é igual para todos). A minha liberdade de expressão é ampla, mas tem seu limite até o momento em que pode ferir ou prejudicar a liberdade de ser de outro individuo ou grupo. O jurídico limita a liberdade, na vida terrena. Assim é a vida entre os humanos.
E quanto às diferenças de classe, ricos e pobres? E quanto ao reconhecimento que há pessoas que têm mais do que precisam e pessoas que passam fome? Este campo não é o da liberdade nem o das leis, mas o campo da economia, que deve ser sustentado pelo mais profundo senso de Fraternidade. Não se trata de uma questão política ou ideológica, nem direita e nem esquerda - as quais não têm este premissa (a direita quer liberdade, a esquerda quer igualdade). A Fraternidade é um sentimento emanado pelas almas velhas, que deve ser ensinado às almas jovens. E assim a humanidade se torna fraterna, regida por aquilo que Rudolf Steiner chamou de "economia associativa" ou "economia fraterna" - que nem é capitalismo nem socialismo. Na economia fraterna o que produz ouve o que pode pagar menos e facilita para ele, não pensando apenas nos lucros. Não há patrões nem empregados, apenas sócios, associados. Os produtores e os compradores dialogam, e o pobre tem chance de obter o que deseja ou precisa, porque será fraternalmente acolhido pelo que produz. O rico pagará mais, livremente, para que outro mais pobre possa ter acesso. E Utopia? "Seja voce o mundo melhor que anseia" (Gandhi). Já existe gente e associações trabalhando com estes princípios e Bancos Éticos foram criados e já estão atuando no mercado. A fraternidade no lugar errado gera desequilíbrio, como ocorre no campo das leis (o juiíz é "irmão" do réu e o inocenta). A liberdade no campo das leis é a anarquia, o caos. A igualdade no campo da cultura (conforme a confusão efetivada em ditaduras como as de direita ou de esquerda) gera uma uniformidade doentia, todos se vestem iguais e se expressam iguais. Estas são as doenças sociais vistas por R. Steiner em sua ampliação do "ideal trino" dos maçons-iluminattis do século XVIII: "liberdade, igualdade, fraternidade", ou "Trimembração Social".
Autoria Wesley Aragão.
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