A PALESTINA

              

              A Palestina, originariamente Filistina, remonta provavelmente aos Filisteus, um dos povos que habitavam aquela região, também conhecida como Canaã, ou Terra Santa, ou Terra Prometida. Veio a ser o país que acolheu o patriarca Abraão e sua mulher Sarah, imigrantes nascidos na cidade de Ur, na antiga Caldéia, hoje Iraque.
              O casal, em idade avançada, estabeleceu-se na Terra de Canaã, com o propósito superior de ali originar um povo, o Povo Hebreu ( Judeu, Israelita),o  Povo Eleito, o único  capaz de assumir três missões pioneiras de máxima importância para a evolução da humanidade, a saber:
              1) o monoteísmo - a  crença em um só Deus.
              2) o pensar lógico, claro, matemático, científico.
              3) o messianismo - a espera messiânica. No seio do Povo Hebreu um dia haveria de nascer o Messias, trazendo um impulso totalmente novo, a consciência do eu superior individual, livre e responsável.
              Porém sendo Sarah estéril, não podia conceber e dar a Abraão um filho que continuasse a sua linhagem, a do Povo Eleito              
              Sucedeu-se então que a própria Sarah sugeriu a Abraão manter um relacionamento com sua serva egípcia, Agar. Daí nasceu Ismael, o primogênito de Abraão.
              Miraculosamente Sarah também engravidou e deu à luz Isaque, o primeiro filho do casal.
              Sarah, enciumada pela presença incômoda de Agar e Ismael, exigiu que Abraão os expulsasse de sua casa. Ismael veio a dar origem ao Povo Árabe, o Povo do Deserto.
              Com a morte de Sarah, Abraão propôs a um proprietário de terras comprar um pequeno lote e ali construir a sepultura de sua mulher. O proprietário  porém, caridoso, cedeu-lhe o lote gratuitamente para a sepultura.
              Isaque, seu segundo filho, o primogênito hebreu, deu continuidade à linhagem  e gerou Jacó, também chamado Israel. 
              Jacó (Israel), bígamo, esposou duas irmâs, Lia e Raquel. Teve  12 filhos,  correspondentes  às 12 tribos de Israel.
              José, o irmão mais novo, foi vendido pelos irmãos para o Egito. José, por suas habilidades, alcançou grande prestígio entre os egípcios, chegando a ocupar o cargo de vice-rei e principal assessor do faraó.
              Num período de grande escassez em Israel, os irmãos e Jacó emigraram para o Egito. José não se vingou . Pelo contrário, recebeu-os bem e os apoiou. Seus descendentes ali permaneceram por 400 anos, alcançando grande prosperidade. 
              Porém o faraó de então, enciumado, passou a persegui-los duramente. Surge então a figura de Moisés, hebreu, salvo das águas, e criado no Palácio pela filha do faraó. Ali Moisés recebe sua primeira iniciação.
              Aos 40 anos, ao presenciar um egípcio maltratando um israelita, Moisés o assassina e é então expulso do país, vindo a fixar-se na propriedade de Jetro, um descendente de Ismael, onde ele se casa com sua filha e  permanece por mais 40 anos, prestando-lhe serviços. Ali Moisés recebe sua segunda iniciação.
              Aos 80 anos de idade, Moisés está maduro para retornar ao Egito, assumir o comando de seu povo e libertá-lo da tirania faraônica. Atravessa o Mar Vermelho a pé seco e conduz o seu povo por mais 40 anos no deserto, de volta  à Terra  Prometida.
              Durante esse período, numa oportunidade, Moisés afasta-se por uns dias e sobe o Monte Sinai para receber as Tábuas da Lei, os Dez Mandamentos. 
              O povo porém, liderado por alguns transgressores, rebela-se contra Moisés, e aproveitando-se de sua ausência temporária, monta um bezerro de ouro e o adora em rituais orgiásticos.
              Moisés desce do Monte e depara-se com aquela cena ultrajante.  Indignado, lança ao chão as Tábuas da Lei, queima o bezerro, mistura o pó com água e a dá de beber ao  povo rebelado.. E não cede às suas pretensões  de  voltar para o Egito. Pelo contrário, ordena que passem todos os idólatras a fio de espada. Neste dia  23000 homens foram eliminados. E prosseguiu a caminhada, dando voltas a esmo pelo deserto durante 40 anos, enfrentando a mais dura realidade, impondo a si mesmo e ao Povo Eleito uma severa provação.
              Por fim, ao avistar a Terra da Promissão, passou o comando para seu imediato, Josué.
              Cumpria-se o que estava previsto:"Tu verás a Terra, mas não pisarás nela."
              Josué assumiu o comando e guerreou bravamente , derrotando muitos reis pagãos, num total de 31.
              Moisés, por fim, cumpre seu ciclo e na idade de 120 anos, retira-se para um monte, para falecer.
              Josué, de sua parte, continuava a lutar, à frente das doze tribos. alcançando novas conquistas, ao todo 48 cidades. 
              No leito de morte Josué pronunciou suas últimas recomendações: "Evitai a convivência com idólatras e não façais nenhuma aliança com eles. Se abandonardes o Senhor para servir a deuses falsos, ele fará cair sobre vós todas as desgraças." E aos 110 anos faleceu.
              Veio então o tempo dos Juízes, entre os quais Sansão, famoso por sua força física. E depois o tempo dos Reis, desde Saul (1095 a.C) até  a divisão do Reino de Israel (975 a.C), passando por David, o qual derrota o gigante Golias. 
              David não era apenas um rei poderoso. Era também cantor, músico e profeta. Em seus Salmos anuncia claramente a divindade, o sofrimento, a ressurreição e a ascensão do Messias esperado.
              David cometeu também os seus deslises.  Cobiçando a bela Betsabé, mulher de seu general Urias, deslocou-o para a frente de batalha na guerra contra os amonitas, onde Urias veio a perecer. David casou-se então com Betsabè, o que muito  desagradou ao Senhor.
              A David sucedeu  seu filho Salomão, famoso por sua sabedoria  e riqueza. 
              No ano 1000 a.C. iniciou a construção do primeiro templo, o Templo de Salomão, ocupando 200000 operários. Todos os materiais vinham de fora, já aparelhados. Até o pavimento era forrado com lâminas de ouro. 
              A construção durou 7 anos. O núcleo central era o chamado Santo dos Santos, onde ficava a Arca da Aliança, separado por uma preciosa cortina e ao qual apenas o sumo-sacerdote tinha acesso,  algumas vezes ao ano.
              Salomão construiu também o seu palácio, belíssimo, com seu trono todo de marfim marchetado de ouro. Dali ele governava o seu reino que se estendia desde o Rio Eufrates até as fronteiras do Egito. Até a Rainha de Sabá veio de longe admirar a sua obra.
              Salomão reinou durante 40 anos.
              Lamentavelmente seus últimos anos foram de franco declínio. Chegou a possuir 700 mulheres e rendeu-se à idolatria. Oprimia o seu povo com pesados tributos, tendo porisso que enfrentar violentas revoltas populares.
              Por fim faleceu em meio a terríveis aflições.
              Após Salomão subiu ao trono seu filho Roboão, o qual impôs às doze tribos  um regime ainda mais cruel. que seu pai. Dez tribos revoltaram-se  e proclamaram rei a Jeroboão, um antigo servo de Salomão. Somente as tribos de Judá e Benjamin permaneceram com Roboão. Desde então o Povo Hebreu ficou dividido em dois reinos, o de Israel e o de Judá com as capitais Samaria e Jerusalém, respectivamente.
              Os dois reinos viveram em guerra quase contínua e seus reis entregues à idolatria. Para compensar tantas aberrações, a Divindade enviou-lhes vários profetas que advertiam o povo e anunciavam os pesados castigos que lhe seriam impostos.
              Jeroboão erigiu dois bezerros de ouro, ofereceu-lhes sacrifícios e proibiu seus súditos de entrar em Jerusalém. Pouco tempo depois toda a casa de Jeroboão desapareceu.
              O rei  Acab casou-se com a frívola Jezebel, uma mulher pagã, e erigiu um templo ao deus Baal. O profeta Elias o repreendeu, mas em vão.
              Após tantos desvarios e idolatrias, por fim sobreveio o fim de Israel.
              A despeito das constantes advertências dos profetas Oseias e Amós, os israelitas insistiam em recalcitrar contra o Senhor e cultuar Baal. Finalmente Salmanasar, rei da Assíria, atacou-os com um grande exército e ocupou Samaria. Os israelitas foram capturados e levados para a Assíria.
              Assim terminou o reino de Israel, após existir por 253 anos.
              O rei da Assíria transferiu moradores pagãos para se misturarem com os poucos israelitas restantes. Dessa união surgiu o povo dos samaritanos, um misto de adeptos pagãos e  de Deus verdadeiro. Os samaritanos permaneceram sempre desprezados e hostilizados pelos judeus.
              Porém nem só de iniquidades viviam aqueles povos. As narrações bíblicas apresentam várias personagens que se mantiveram fiéis ao propósito original, portando a bandeira do monoteísmo. Citaremos aqui os vários profetas, enviados para conter a perdição: Elias, Isaias, Oseias, Eliseu, Daniel, Jonas, Miqueias, Jeremias, Ezequiel,  o velho Tobias e seu filho, Tobias o moço, o rei Manassés etc.
              Vários profetizaram sobre o Messias esperado, sua descendência de David, seu nascimento de uma virgem, sua divindade, seu precursor João Batista, os Três Reis Magos do Oriente, seu magistério, seus milagres, sua paixão, sua morte e ressurreição, seu legado e sua glória.
                Dentre os profetas destacamos aqui a figura de Jeremias, enviado pela providência divina para conter a onda de iniquidade que assolava o reino de Judá. Durante 23 anos exortou os israelitas à penitência e ao arrependimento. prevenindo-os da iminente invasão do rei da Babilônia, o poderoso Nabucodonosor.
              Tal como anunciado Nabucodonosor invadiu Judá, conquistou Jerusalém, saqueou  e destruiu o magnífico Templo, e capturou grande contingente da população, levada prisioneira para o cativeiro na Babilônia.
              Graças à providencial intervenção de Jeremias  a Arca da Aliança, o Tabernáculo e o Altar dos Perfumes puderam ser preservados, escondidos numa caverna no Monte Horeb.
              Após 387 anos de existência acabou o reino de Judá no ano 588 a.C. Restaram as pungentes Orações e Lamentações de Jeremias, ante o cenário de destruição. Profetizou também sobre a futura vinda do Messias Salvador para restaurar o direito e a justiça na Terra.(Jer,33,14)
              Um outro profeta, Ezequiel, atuou fervorosamente entre os cativos na Babilônia, exortando-os a uma sincera conversão e dando a esperança de libertação para o dileto povo israelita. Profetizou também acerca do futuro Redentor, um único pastor para apascentar o seu rebanho. (Ezeq 34,23)
              Outra figura  tocante na Saga dos Judeus é a da casta e piedosa Susana, esposa do rico e estimado Joaquim, vivendo entre os judeus cativos na Babilônia. Ela foi assediada por dois juízes maus. Ela resistiu e providenciou a expulsão e apedrejamento dos intrusos.
              Mediante a coerência demonstrada por fiéis israelitas, finalmente Nabucodonosor reconheceu a veracidade de sua fé.
              Baltasar, o último rei babilônio, profanou os vasos sagrados roubados do Templo. Foi assassinado e seu reino dividido entre os medas e os persas.
              Ciro, o rei persa, ocupou e derrotou  a Babilônia, e permitiu, muito graças às ações do profeta Daniel, o retorno do Povo Eleito à Terra Santa. Recomendou a reconstrução do Templo de Salomão, executada posteriormente por Zorobabel, e  ainda devolveu os tesouros surrupiados por Nabucodonosor.
              A Divindade enviou então dois profetas, Ageu e Zacarias, para zelar a construção do novo Templo de Zorobabel e preparar o espaço para acolher o Messias desejado.
              Surgem então Esdras, reconduzindo mais israelitas provenientes do exílio, e Neemias, encarregado de reconstruir as muralhas de Jerusalém.
              Malaquias, o último profeta, foi enviado para reprovar a infidelidade recorrente entre pessoas do povo e até entre sacerdotes. Profetizou também sobre o precursor de Cristo, João Batista.
              Os livros dos profetas e outros livros santos foram traduzidos do hebraico para o grego, ficando portanto seu conteúdo acessível aos gentios. 
               Surgem então no cenário da Promissão as pesoas de Mardoqueu, da tribo de Benjamin, e de sua filha adotiva Ester,  que permaneceram entre os persas. O rei Assuero afeiçoou-se a  Ester, desposou-a e a proclamou rainha. Seu pai adotivo, Mardoqueu, frequentava assiduamente o palácio, vindo a desvendar uma conspiração de dois camaristas. Mardoqueu imediatamente comunicou o fato à sua filha, a rainha Ester, e esta a seu marido, o rei  Assuero, o qual logo providenciou o enforcamento dos dois infiéis.
               Em outra ocasião o cruel Amã, orgulhoso ministro do rei, exigia de todos uma reverência especial à sua pessoa. O piedoso Mardoqueu, contudo, recusou-se a lhe obedecer. Amã então, por vingança, jurou aniquilá-lo e a todos os judeus do império persa. Acusou-os de estarem maquinando uma revolta contra as leis do país. O rei, infantilmente, acreditou nele e deu-lhe carta branca para fazer o que quisesse.
              Amã, de imediato, expediu uma ordem para matar todos os judeus do império. Mardoqueu, em contrapartida, pediu a Ester que intercedesse urgentemente por seu povo junto a Assuero, sem previamente anunciar sua aproximação diante do trono de seu marido-rei, arriscando sua própria vida pela grave transgressão. 
              Ester e Mardoqueu oraram e jejuaram durante três dias, em preparação.
              Assuero, ao vê-la aparecer subitamente diante de si, enfureceu-se, levando-a ao desmaio. Felizmente o rei acalmou-se e perdoou a sua esposa, reconhecendo que a lei era para todos, menos para ela.
              No dia seguinte Ester preparou um banquete real para seu marido, o rei Assuero, e para seu ministro Amã, o qual havia mandado erguer uma forca de 50 côvados de altura para Mardoqueu.
              Durante o banquete Ester denunciou a maquinação de Amã, sendo este imediatamente preso e condenado à mesma forca de 50 côvados de alto.
              No mesmo dia o rei revogou o edito de extermínio  e proclamou Mardoqueu seu novo primeiro ministro.
              Na Terra Santa os judeus viveram 200 anos em paz, sob o domínio persa.
              A paz continuou sob Alexandre Magno, rei da Macedônia, dono de um vasto império. Após sua morte prematura, seu império esfacelou-se , e a Judéia, durante 200 anos, caiu sob o domínio pacífico dos reis egípcios. Somam-se aí, no mínimo, 400 anos de paz.
              No ano 200 a.C. cairam em poder da Síria, passando a sofrer a carga de pesados impostos e cruéis perseguições.
              Chegou então a vez de Heliodoro, o ministro do rei sírio, enviado a Jerusalém para confiscar todo o tesouro e todo o dinheiro depositado no Templo. Ante a presença de um belo cavaleiro, montado num fogoso corcel ricamente ajaezado, Heliodoro estarreceu e foi duramente atingido e escoiceado, além de ser impiedosamente flagelado por dois formosos jovens. Semi-morto, Heliodoro foi carregado para fora do Templo, e ainda sobreviveu, graças à intercesão do sumo-sacerdote junto ao Altíssimo.
              Heliodoro recuperou-se, arrependeu-se, ofereceu sacrifícios no Templo e voltou para casa com suas tropas vazias.
              O pior dos reis da Síria foi Antíoco. Saqueou o Templo, erigiu ali um ídolo, proibiu a Lei de Moisés e  promoveu a idolatria. Muitos judeus deixaram  influenciar-se  pelos infiéis. Outros não, perseveraram. Por exemplo o venerando Eleazar, ancião de 90 anos. Permaneceu firme em sua fé, recusou-se a comer carne de porco, foi arrastado ao suplício e ao expirar, balbuciou sua alegria  por ter-se mantido sempre fiel aos mandamentos.
              A crueldade de Antíoco culminou com o martírio dos sete irmãos macabeus, na presença da mãe, por se terem recusado a comer carne de porco.
              Com maldade cada vez maior, Antíoco perseguia as tradições judaicas. Perseguiu até o sacerdote Matatias e seus cinco filhos. 
              Quando um judeu infiel aproximou-se do altar para  sacrificar aos deuses, Matatias partiu para cima dele e o prostrou morto, ali mesmo. Matou também o enviado de Antíoco. E percorreu toda a cidade, conclamando os fiéis que o seguissem. Guiados por Matatias derrotaram as tropas do rei, destruíram todos os altares pagãos e mataram os idólatras.
              Antíoco ainda ousou querer vingar-se. Acomodou-se em sua carruagem e partiu célere para Jerusalém, disposto a arrasá-la de uma vez por todas.
              Na viagem contraiu grave doença, incurável. Fez o cocheiro acelerar, sendo porisso ejectado para fora do  carro, contundindo-se gravemente. Com muitos ferimentos, patógenos de toda sorte penetravam  e  seu corpo apodrecia, exalando um cheiro insuportável. Mesmo assim chegou ao seu destino. Simulou arrependimento, orou e prometeu sacrificar no Templo de Jerusalém. Em vão. O assassino blasfemador agonizou em meio a horríveis tormentos.
              Já quando a Antiga Aliança aproximava-se do fim, Judas Macabeu, o martelador, filho de Matatias, assumiu o comando dos judeus contra os sírios, estes combatendo com 40000 soldados. Judas Macabeu precipitou-se sobre eles e os desbaratou.
              Judas Macabeu introduziu importantes reformas, reestruturou o Templo,e construiu altas muralhas no Monte  Sião.
              Os sírios voltaram à carga, mais fortificados. Judas e seus comandados não se intimidaram. Invocaram a proteção divina e partiram para a luta. Em plena batalha viram descer do céu cinco jovens brilhantes, montados em cavalos com freios de ouro. Dois deles ladeavam Judas Macabeu em proteção.  Os outros três arremessavam dardos e relâmpabos contra  os inimigos. 20000 deles pereceram.
              Em outra batalha vitoriosa, muitas baixas ocorreram entre os judeus. No dia seguinte Judas e   os sobreviventes foram pessoalmente sepultar os caídos no campo de batalha. Ao fazê-lo, encontraram em suas vestes alguns objetos consagrados aos ídolos, proibidos por Moisés. Judas Macabeu, em sua benevolência,  perdoou-os e ainda organizou uma campanha que arrecadou 12000 dracmas para oferecer sacrifícios pelas vítimas.
              Pouco tempo depois o general sírio Nicanor apareceu com um poderoso exército de 40000 homens. Judas Macabeu tinha apenas 3000 homens para se defender. Na noite anterior ao combate  Macabeu teve uma visão do sumo-sacerdote Onias estendendo-lhe as mãos e orando pelo povo judaico. Em seguida apareceu-lhe outro homem. Era Jeremias trazendo -lhe uma espada de ouro. Judas relatou sua visão aos comandados e, resolutos,  marcharam para o combate, cheios de confiança. Sob seus golpes liquidaram 35000 sírios. O restante fugiu.
              Apesar de suas sucessivas vitórias, muitos dos judeus o abandonaram, tomados pelo medo. Somente 800 homens lhe permaneceram fiéis. Com grande desvantagem numérica, atacou o inimigo, mas pereceu. Todo o povo o pranteou por muito tempo. Era o ano 160 a.C. 
              Nos últimos tempos antes do Advento de Cristo, o povo judeu (hebreu, israelita) foi governado por dois irmãos macabeus, Jônatas e Simão. Realizaram importantes obras e expulsaram os sírios definitivamente.              
              Porém adveio então uma profunda decadência entre os herdeiros macabeus pela disputa de poder. Pediram então a intervenção de Roma como árbitro. O romano Pompeu aproveitou a ocasião, tomou Jerusalém, e nomeou o idumeu Antipater para governador. Seu filho Herodes conseguiu de Roma a dignidade de rei dos judeus. Para angariar a simpatia do povo,  reformou  o grandioso Templo de Zorobabel, conhecido hoje como Templo de Herodes
              Cumpria-se assim a profecia de Jacó: "O cetro era tirado de Judá."
              Sobreveio o declínio final da Antiga Aliança.
              Muitos ainda perseveraram na crença em um só Deus verdadeiro. A maioria limitava-se aos rituais exteriores e às tradições. A decadência era fomentada pelas retrógradas seitas dos fariseus e dos saduceus, apoiados pelos escribas e doutores da lei, absolutos no domínio do Templo. A legítima religiosidade praticamente  não mais  existia. Observavam rigidamente os mandamentos, segundo a letra, pagavam o dízimo, guardavam o sábado, cumpriam o jejum e usavam as abluções. E introduziam também práticas vâs e supersticiosas.  Usufruíam de grande prestígio, aproveitando-se disso para fins políticos e manipulações.  Aparentavam virtude e escondiam-se sob a máscara da hipocrisia. Esperavam o Messias como um rei poderoso capaz de libertá-los do domínio romano. Os saduceus buscavam a felicidade no gozo de bens materiais. Uma minoria de almas piedosas esperava, contrita, a vinda do Messias Salvador.
              Entre os gentios as condições eram ainda mais precárias, submersos em vícios hediondos e miséria. Contudo muitos deles ainda assimilavam dos judeus o sentimento de espera messiânica. Suspiravam por sua vinda.
              Todo o mundo conhecido de então estava sob o domínio pacífico de Roma. Imperava a Pax Romana.
              Uma vez chegada a plenitude dos tempos, no momento mais crítico da História, surge o Messias Salvador,  rompe os estreitos limites de uma etnia e anuncia a Boa Nova para  todos, os homens de boa vontade.
 










  
                                       
              
      
              

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