A ALEMANHA
Desde o século XlX a Alemanha vem se destacando como potência industrial-militar. Bismarck comandou o país neste processo ascendente.
Ele era chamado "O Chanceler de Ferro." Um militar competente, disciplinado, hábil administrador e diplomata.
A Alemanha do século XlX era um conglomerado de Estados independentes, semelhante à Itália naquela época. Bismarck foi o grande nome naquele momento. À frente do eficiente exército da Prússia, foi sucessivamente vencendo os outros Estados, agregando-os e unindo-os para formar uma nação. Por fim ultrapassou suas fronteiras e derrotou a França na Batalha de Sedan, em 1870. Entrou em Paris e na Sala dos Espelhos, no Palácio de Versalhes, Bismarck fundou o Império Alemão, Das Deutsche Reich.Era o ll Reich.
O l Reich tinha sido o Sacro Império Romano-germânico, inaugurado pelo rei franco Carlos Magno, coroado Imperador pelo próprio Papa, na noite de Natal, do ano 800, em Roma.
O Sacro Império Romano-germânico uniu as três forças: Roma, a Germania e a Igreja.
O ll Reich, de Bismarck, projetou a Alemanha no cenário europeu como grande potência. Não como potência imperialista e colonialista. Bismarck administrou em sintonia com o Imperador Guilherme l.
Em suma, Bismarck era um competente militar e um competente civil. Assumiu o cargo de Chanceler (Primeiro Ministro), unificou a Alemanha, implementou uma série de medidas econômicas, administrativas e de seguridade social, sempre contando com o apoio do Imperador.
Após Guilherme l, sobe ao trono Guilherme ll, jovem,ambicioso, imaturo e carente de auto-afirmação.
Logo começaram os primeiros conflitos com Bismarck. As divergências eram muitas, já que o novo monarca queria, a exemplo de França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Itália, Espanha, Portugal e Rússia, transformar a Alemanha numa grande potência colonial-imperialista.
Sumariamente, Guilherme ll demitiu Bismarck em 1890, relegando-o ao ostracismo.
As infantis políticas auto-afirmativas de Guilherme ll conduziram a Alemanha à Primeira Guerra Mundial, à primeira derrota, à Segunda Guerra Mundial, à segunda derrota, à divisão em duas Alemanhas, a capitalista, democrática, e a comunista, autocrática. A Alemanha democrática progrediu vertiginosamente, a autocrática estagnou,precariamente.
A inviabilidade do regime autocrático consumou-se com a queda do Muro de Berlim, o fim da Alemanha Oriental em 1989 e a reunificação da Alemanha, sob a égide da democracia.
O Bem-estar Social propagou-se e consolidou-se sob a Chanceler Angela Merkel, durante 16 anos.
Merkel nasceu em Hamburgo, em 1954. Seu pai, pastor religioso, mudou-se com a família para a Alemanha Oriental. Angela Merkel foi criada, educada e doutrinada na Alemanha Oriental. Mas não deixou-se contaminar. Após a queda do Muro de Berlim e a reunificação do país, Merkel entrou para a política, elegeu-se para o Bundestag e para o cargo de Chanceler em 2005.
Conduziu bem o seu governo por 16 anos, tendo porém, inocentemente, cometido alguns equívocos que repercutem até hoje. Falava fluentemente o russo, aprendido sob o regime comunista. Entendia-se muito bem com Putin, o qual também falava fluentemente o alemão. Respeitavam-se mutuamente.
Como parceiros comerciais, dependiam- se um do outro. A Alemanha comprava o gás russo pelo preço justo de mercado, e assim garantia a matéria prima para a indústria e para os domicílios. A Rússia vendia o seu gás para a Alemanha e outros, garantia sua subsistência e progredia razoavelmente com o dinheiro que sobrava da corrupção oligárquica.
A indústria alemã se beneficiava, o governo russo se beneficiava, o restante beneficiava os oligarcas, dos quais Putin era o oligarca-mor.
Neste cenário Merkel propôs construir o gasoduto Nordstream, indo direto da Sibéria para a Alemanha, passando pelo Mar Báltico, não pela Ucrânia.
Parecia o melhor dos mundos para os dois lados.
Quando Angela Merkel deixou o cargo de Chanceler, o medroso Olaf Scholz assumiu, e aí Putin resolveu pôr as manguinhas de fora. Revelou-se plenamente e cometeu a sua maior burrada: invadiu a Ucrânia, sob o pretexto de proteger-se da ameaça da Europa Ocidental, justamente a que sustentava a economia russa comprando o seu gás pelo preço de mercado, desde sempre.
Quanta ingenuidade de parte a parte. Ingenuidade de Angela Merkel, que acreditava na lealdade de Putin. Ingenuidade de Putin , que desacreditava da força ucraniana, apoiada pela Europa Ocidental, a benfeitora comercial da Rússia.
A iminente derrota da Rússia é o preço que Putin paga pela ingratidão. Para sustentar sua absurda guerra contra a inocente Ucrânia, Putin é obrigado a vender o seu gás para a China e para a Índia, pela metade do preço, comprometendo gravemente o seu investimento na indústria bélica e os seus depósitos particulares nos paraísos fiscais offshore, no Ocidente.
Maior incompetência, impossível.
Enquanto isso a Alemanha, antes pujante, entrava em decadência sob o governo de Olaf Scholz, o vacilante. acompanhado de Joe Biden, o hesitante.
Logo no início a Alemanha ofereceu doar para a Ucrânia 500 capacetes de guerra. Joe Biden, de sua parte, oferceu carona para salvar Zelensky e deixar o seu lugar vago para a ocupação russa. Zelensky foi o corajoso que rechassou os russos para longe de Kiev, para o leste do país.
Depois de algum tempo o Ocidente passou a fornecer equipamento moderno, sob a condição de a Ucrânia nunca atingir o território russo. Tudo isso por medo das retaliações atômicas de Putin. Só Zelensky, que conhecia o seu vizinho, atacava livremente o território inimigo, com recursos próprios, obedecendo às restrições impostas pelos temerosos doadores.
Só mais tarde é que o Ocidente, finalmente, reconheceu as falácias e as fictícias bravatas putinianas, e liberou a Ucrânia para atacar o território adversário, com grande atraso.
A guerra caminhava para o seu fim, com a vitória ucraniana e a expulsão das tropas invasoras.
Neste momento sobe ao poder o tal de Trump, o senil, e decide apoiar a Rússia , na ingênua esperança de garantir para si o fornecimento das preciosas Terras Raras, abundantes no Leste da Ucrânia, justamente na região ocupada ilegalmente pelas tropas russas.
Quanta ingenuidade: acreditar na vitória russa e no cumprimento das promessas putinianas.
A lógica seria: apoiar a Ucrânia, mandar as tropas russas de volta para casa, garantir o fornecimento das benditas Terras Raras por Zelensky ,prender o Putin e transportá-lo em segurança para o Tribunal Internacional Penal de Haia.
Ao contràrio, o que Trump faz é impor tarifas ao aço, perder 200 milhões de toneladas, gerar 30 milhõe de desempregados siderúrgicos, e aliar-se a Putin e a Netaniahu, dois lideres pre-falimentares.
Terminando-se a guerra, e normalizando-se o fornecimento do gás russo, a Alemanha voltará a desempenhar o seu papel no cenário mundial.
A História é sábia e deixa a verdade vir à tona, doa a quem doer.
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