AS APARÊNCIAS

        

                                                AS APARÊNCIAS


       Nas mais diferentes línguas ocidentais existe a conhecida expressão: As aparências enganam.

       O alemão diz : Der Schein trügt. O inglês também: Looks can be deceiving. Igualmente o francês: Les apparences sont trompeuses. Não sei em mandarim, mas lá deve haver um equivalente.

       O mundo inteiro assiste atônito às trapalhadas de  Donald Trampalhão, assessorado por seus amigos bilionários, conduzindo a nação americana ao abismo.

       Simultaneamente  os progressistas socialistas de todos os países, unidos, celebram a vitória do marxismo,

. embora o tal regime, segundo os fatos, tenha rigorosamente fracassado em todos os lugares onde foi experimentado. O mundo não registra nenhum exemplo de esquerdismo marxista vitorioso. Todos sucumbiram.

       A Rússia se gaba de ter sido a primeira a  montar uma sociedade igualitária leninista e acabou por colapsar, após sete décadas de opressão.

       Outros países tentaram copiar o exemplo  russo, já sabendo de antemão que o modelo, baseado na repressão, na prática  não funciona. 

       Foi o que aconteceu na China, na Coréia do Norte, na Venezuela, em Cuba, na Alemanha Oriental e nas várias ditaduras africanas emancipadas de suas respectivas potências imperialistas européias.

       Apesar das sucessivas falências em diferentes lugares, ainda assim sempre resta uma centelha de esperança para os radicais,  adeptos dessa ideologia. Estamos falando da China.

       Os mais mirabolantes argumentos são desfiados para demonstrar a excelência da ideologia comunista, embora a realidade prove exatamente o contrário.

       Raciocínios brilhantes não mudam a realidade. A verdade se impõe.

       Os radicais de esquerda cometem o mesmo erro dos extremistas de direita: navegam na utopia. As duas pontas são obrigadas a torcer os fatos para ajustá-los às suas convicções.

       A extrema direita, igualmente, provou sua incompetência em todos os lugares onde ousou estabelecer-se:  a Alemanha nazista, a Itália fascista,  o Apartheid sul-africano, o  Israel sionista e as ditaduras militares sul-americanas. 

       Os radicais de esquerda chegam a apresentar o atual capitalismo chinês como sendo superior ao socialismo escandinavo, por exemplo.

       O modelo chinês, em si, é emblemático. Primeiramente a China sofreu muito sob a pressão das dinastias imperiais. Em seguida foi submetida ao imperialismo ocidental e ao vício do ópio.

       Como se não bastasse a China ainda caiu vítima da sanguinária ditadura maoista por mais 30 anos, só terminando em 1978, em meio a grande penúria. Só então, graças à visão de Deng xiao Ping, é que a China se abre ao capital, à tecnologia e às empresas do Ocidente democrático e em 30 anos, retira da pobreza 800 milhões de chineses e eleva-se ao patamar de segunda potência industrial-militar, só atrás dos EUA. 

       Esta é a última esperança dos proletários de todos os países: que a China supere logo o imperialismo americano e possa então exercer o seu poder imperial sobre os outros , submissos a ela.

       A utopia continua. 

       O poderio chinês só existe graças à tecnologia importada do Ocidente e graças ao mercado que compra os produtos da tecnologia.

       Com a eventual falência do mercado americano, sob o peso das tarifas, quem mais continuará injetando dólares na economia chinesa?  E quem mais continuará  alimentando a população com grãos e alimentando a indústria com matéria prima barata?

       E o antigo fantasma da explosão populacional converte-se hoje no fantasma do encolhimento demográfico.. Antes prevalecia a Lei do Filho Único. Hoje o governo  promove campanhas de incentivo ao namoro e ao casamento. O cidadão chinês tem três ideais; poupar, exportar e trabalhar, até 72 horas semanais. Os jovens ficam desempregados e desiludidos. E já começam a pipocar as manifestações dos descontentes e o controle social  da mídia e dos manifestantes. Assim Xi- xi Ping sente-se à vontade, em seu elemento repressor.

       No auge da crise Ping encontrará  uma solução: a Sibéria.

       Sim,você leu  certo. A Sibéria é um imenso território, asiático, vazio de gente e cheio de  recursos naturais. Exatamente o inverso da China. A Sibéria foi anexada  ao Império Russo pelos czares, e continua anexada até hoje, gerando   lucros para Moscou. E os chineses já contam até com o aquecimento global pata tornar aquelas vastas áreas  geladas viáveis para a agricultura. E nem precisarão importar fertilizantes.  Bastará invadir, anexar e povoar a Sibéria.

       Se isso um dia acontecer, todos dirâo: Aquelas juras de paixão eterna eram  pura aparência.

       

       


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