O ENCOLHIMENTO
É um processo natural que acontece sempre que uma sociedade alcança um máximo de prosperidade, e em seguida incia um processo de lento e seguro decaimento em função do próprio bem-estar, que por fim induz à acomodação e à letargia.
Daí a necessidade de esses países em fase declinante provocar guerras absurdas, na esperança de assim poder revigorar o seu povo, reinjetar um componente patriótico na população, e uni-lo em torno de seu líder. É um artifício utilizado pelo governante quando pressente uma tendência de queda livre.
Por exemplo foi o que aconteceu na guerra do Iraque, deflagrada sob o pretexto de encontrar armas de destruição em massa,
Esse recurso à guerra com a finalidade de despertar patriotismo tem validade limitada
e termina por acelerar o declínio.
O ciclo de ascensão, apogeu e queda obedece a uma Lei Natural, impossivel de transgredir.
Citemos aqui três exemplos da atualidade que confirmam a validade imutável da referida Lei:
1) Rússia- o sacrificado povo russo, em sua secular História, sempre foi oprimido por sua classe dominante, a saber , os Czares, até 1917, os autocratas soviéticos até 1991, e o atual mandatário Putin, desde 2000.
A política imperialista dos czares promoveu a expansão do território russo. Partindo do Principado de Moscou, atravessou os Urais, conquistou a imensa Sibéria, anexou territórios do Império Chinês no extremo leste, atravessou o oceano e conquistou o Alaska, em território americano.
Como reação à terrível opressão czarista, assume o poder em 1917 a nova classe de dirigentes autocráticos, praticando uma opressão ainda mais cruel que seus antecessores.
Da mesma forma, desde o ano 2000, um novo déspota, o Putin, busca, desesperadamente, firmar-se no poder, através de guerras rápidas e vitórias fáceis contra inimigos fracos. Alcançou seu objetivo, revelando-se um governante poderoso, aclamado por seu povo.
Além das sucessivas vitórias na Chechênia, na Geórgia, na Moldova, na Criméia e no leste da Ucrânia, o padrão de vida da população melhorava consistentemente, num ritmo jamais experimentado nas ditaduras anteriores.
A economia russa progredia firme, com base nos recursos naturais, petróleo, gás natual, minérios e fertilizantes, explorados na Sibéria, justamente na região conquistada, colonizada e explorada pelos czares, antigos e novos. A população siberiana jamais colheu os benefícios da exploração de suas riquezas naturais pelos mandatários russos. Ainda hoje o cidadão siberiano não desfruta de seus tesouros.
Esse índice de progresso russo, muito às custas da Sibéria, poderia prolongar-se continuamente, e só bem mais tarde alcançar o seu ápice, e aí iniciar o seu processo de falência, tal como todos os outros Impérios.
Graças à miopia política do atual Vladimir, o Putin, a Rússia aventurou-se numa guerra absurda, desta vez contra a humilde e inofensiva Ucrânia, justamente a colônia soviética que abastecia a metrópole com alimentos da melhor qualidade, produzidos em suas famosas "Terras Pretas"
A tal "operação militar" traria uma vitória fácil e colocaria o "Führer" num pedestal ainda mais elevado perante seu povo. E ainda daria combustível para novas aventuras, e assim reconstituir o antigo Império czarista-soviético.
O tiro saiu pela culatra. Surpreendentemente o tímido inimigo ucraniano revelou-se corajoso e competente, lutando sozinho nos primeiros cinco meses, e mais tarde apoiado pela OTAN, com severas restrições. Restrições impostas à Ucrânia pela própria OTAN, a mais poderosa força militar de todos os tempos, temerosa de sofrer retaliações nucleares, apregoadas pelo czar falastrão. Tivesse a OTAN apoiado a Ucrânia decididamente nos primeiros dias, o assunto seria logo resolvido.
A guerra já se arrasta em seu quarto ano. A Operação Militar serve apenas para acelerar e antecipar o fim do Império Putiniano e só então abrir novas perspectivas para o valoroso povo russo.
Amanhã falaremos do segundo poderoso Império, em franca e inevitável decadência.
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