A SEMANA SANTA

 

Domingo foi dia 24, o Domingo de Ramos. O dia em que Jesus entrou em Jerusalém, montado num burrinho, aclamado pelos moradores: "Hosana", recebido com flores e ramos lançados pelas ruas da cidade.

Era o júbilo do povo, no Dia do Sol, o Sunday, o Sonntag.

Dia 25, segunda-feira, foi o Dia da Lua, o Lunes, o Mon Day, o Mon Tag.

Um dia meio escuro, em que a figueira, o símbolo da antiga visão espiritual, semi-consciente, onírica, é secada. Perdeu o seu valor. Não frutifica mais. Cumpriu sua missão. 

O Novo está próximo. Os vendilhões do templo são expulsos. Profanaram o lugar sagrado.

Ontem, terça-feira, dia 26, foi o Dia de Marte, o deus da guerra., o Mardi.

Pela manhã, Jesus retorna à cidade.

É o dia de luta. Os homens do passado, os doutores e os escribas, aproximam-se e lançam-Lhe perguntas capciosas.

Jesus luta, em igualdade, com as armas do espírito.

Compara-os aos vinhateiros que negam os frutos a quem de direito. Espera que eles acordem.

São chamados para as bodas, mas são indignos de compartilhar das  cerimônias. São excluídos.

Denuncia-lhes a ignorância.

Opõe -lhes as nove sombras em contraste com as nove luzes da bem-aventurança.

É a força marcial da palavra.

Ao anoitecer segue com os discípulos para Guetsêmane e lhes fala com o mesmo vigor.

Rasga-se a cortina para o futuro, para novas perspectivas.

Ecoam as vivências do dia.

Abrem -se as portas dos mundos superiores.

Hoje, dia 27, é a quarta-feira, o Mittwoch, o meio da semana.

O Dia de Mercúrio, o Mercredi.

É o dia do meio, do equilíbrio.

Na mesa está Lázaro, com suas irmãs Marta e Maria Magdalena. Três símbolos da transformação.

Lázaro foi ressuscitado. E transmutado. É agora João, o discípulo dileto.

Marta curou-se da inquietação. Em parte.

Maria Magdalena, antes possuída pelo Mal, tem sua alma liberta e purificada. E pode agora untar os pés do Mestre e enxugá-los com seus cabelos. Como se fora uma Extrema Unção, um ato sacramental.

Judas, em contraste, 

é incapaz do ritual.

Só vê o material.

Alega o desperdício, o preço do unguento. Retira-se dali e parte para a traição.

Maria Magdalena e Judas são ambos seres mercuriais. São ativos, atuantes.

Maria porém domina a ansiedade. Torna-se meditativa. É a calma interior, conquistada, alicerçada na vitalidade. Será a primeira pessoa a encontrar o Ressurreto, na próxima manhã de domingo.

Judas é o outro homem mercurial. Sempre inquieto e ativo. Aparentemente social. Esconde um profundo medo.

Maria e Judas são opostos mercuriais

Marta é a transição entre os dois. Porém uma ansiedade permanece em seu interior.

Maria "escolheu a melhor parte."

As cenas da Quarta-feira Santa nos levam a uma encruzilhada.

Aí os caminhos divergem.

Judas não suporta o culto sacramental. Afasta-se dali.

Amanhã, quinta-feira, ficará evidente quem é mais Judas, quem é mais Maria.

Mercúrio é o deus da cura, mas também o deus dos comerciantes e o deus dos ladrões. No seu dia, hoje, quarta-feira, Mercúrio aproxima-se do Sol de Cristo.

A cena em Betânia, na casa de Lázaro e de suas duas irmãs, demonstra como o Sol de Cristo será capaz de curar Mercúrio, o deus da cura.

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