DOMINGO DE PÁSCOA
A Páscoa é o coração e a verdadeira fonte da fé cristã.
Como dizia Paulo:"Se Cristo não ressuscitou, então nossa fé é nula e vazia."
A religiosidade cristã tem esta meta: conviver com o Cristo ressuscitado.
Não no passado nem no futuro, e sim aqui e agora. Pressupõe a mais profunda superação do atual modo materialista de pensar.
Esse acontecimento central de toda a evolução não é um processo material e sim supra-sensorial, de natureza corpórea e espiritual.
Qual é o espaço do Ressurreto? Como acessá-lo?
Aqui ressoa a palavra: Alegrar-se.
Alegra-se a Natureza com os frutos do outono. Alegra-se o coração dos homens Alegra-se o interior e o exterior.
Aqui diferenciam-se os quatro Evangelhos mais do que nunca. As diferenças não são casuais. Formam um todo coerente
Mateus destaca-se por sua composição cristalina.
Os abalos sísmicos preparam nossa alma para a grandeza do acontecimento.
Por outro lado um drama humano se desenrola junto ao túmulo. Os guardas são subornados para mentir que o corpo fora roubado pelos discípulos.
Em seguida é como se fôssemos levados ao alto do Monte Tabor. Aqui fala o Ressuscitado:"A mim é dado todo poder, no Céu e na Terra. Ide e ensinai a todas as gentes.
Estarei convosco todos os dias."
Marcos, por sua vez, não fala dos dramáticos acontecimentos exteriores. As duas mulheres dirigem-se ao Cenáculo onde os discípulos estão reunidos. Elas lhes falam do Ressurreto, mas só encontram descrença. O próprio Mestre apresenta-se a eles. Aí ouvem a sua missão e tornam -se portadores do impulso cósmico para o mundo.
Mateus conduz ao alto do Monte. Marcos ao interior da casa.
Em Lucas transpira uma grandiosa interioridade. Aprofunda-se a transição do fora para dentro.
Dois discípulos seguem para Emaús. No caminho encontram o Ressuscitado, mas só o reconhecem no fim da jornada, ao entrarem na casa
No interior do Cenáculo Ele lhes fala. Aí O reconhecem.
João, diferente dos outros, nos apresenta uma rica sequência de cenas.
Maria Magdalena aproxima-se do túmulo e espanta-se ao vê-lo vazio.
Percorre então um longo caminho até os discípulos e lhes narra o ocorrido.
Dois discípulos apressam-se para chegar ao túmulo e também o encontram vazio.
Maria Magdalena chega. Está só, junto ao túmulo, pela segunda vez
Só então abre sua alma para perceber os dois anjos e encontrar o Ressurreto.
No Domingo de Páscoa o Ressurreto apresenta-se aos discípulos. Uma semana depois o incrédulo Tomé convence-se da Relssurreição após o toque físico.
O Evangelho nos conduz novamente para fora. Seguem-se várias cenas sob a amplidão do céu da Galiléia.
Transportam-se para o Lago de Genezareth.
Ao anoitecer realizam a pesca milagrosa.
Na manhã seguinte aparece-lhes a figura luminosa. do Ressurreto. Este dirige as três perguntas a Pedro e conclui: Apascenta as minhas ovelhas.
Finalmente comunica aos discípulos sua missão apostólica voltada para o mundo.
De Mateus a João somos conduzidos a três paisagens básicas: o Monte, a Casa e o Mar.
O Alto, o Interior e a Amplidão
São três províncias da alma que devemos percorrer para encontrar o Cristo Ressuscitado.
P S- Esses textos sobre a Semana Santa são baseados no livro "Die drei Jahre", "Os três anos," de Emil Bock.
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