O Cultivo Biodinâmico do Tomate

Para pepinos e tomates, recomenda-se plantá-los em pequenos murundus e sulcos. Coloca-se então, um punhado de composto na cova de plantio; aliás pepinos e tomates não se combinam. Uma indicação do Dr. Steiner para a cultura de tomates têm sido aprovada de maneira muito especial na prática. Enquanto que para outras plantações não se deve usar o seu composto diretamente no mesmo lugar, - em especial para pepinos, couve-flor e outras brássicas - Dr. Steiner chamou a atenção para o fato de que o tomate se sente muito bem sobre seu próprio composto. 
Todos os restos do tomatal, folhas, hastes, são dispostos em camadas junto com terra do modo conhecido e compostado. Na estação seguinte o composto estará maduro e é colocado na cova. Para o tomate cultivado na estufa é especialmente importante manter boa aeração e ar seco. Ar úmido na estufa favorece a proliferação de fungos, aí a melhor opção é a irrigação subterrânea. Regar as culturas gera sempre vapor de água no ar. A irrigação subterrânea permite levar às plantas a umidade necessária e ainda manter o ar seco. Um sistema de canos de drenagem é enterrado a cerca de 25 cm de profundidade, paralelamente aos sulcos de plantios. Eles são abastecidos de água a partir de um canal central; a quantidade de água é regulada de modo que a umidade se torna visível na superfície. Em solo arenoso esse processo não funciona devido à grande perda de água, afora isso o método foi aprovado sobretudo no combate aos predadores fúngicos. Nós conseguimos, no caso de composto de tomate e com os demais tratamentos biodinâmicos numa estufa de 1000 m² durante sete anos manter culturas anuais de tomates livres de toda doença vegetal em plena safra. Nos primeiros anos ocorreu um pouco de oídio, bem como a doença de folha enrolada, posteriormente não mais. Contudo foi necessário utilizar sementes próprias. Observamos que somente utilizando sementes próprias foi possível manter as plantas continuamente sadias. No caso do tomate este processo permitiu colher 7% de tomate tipo AA (a tamanho comum de tomate comercial), 7% de qualidade B e 6% de qualidade C: tomates menores. E isso durante vários anos. Muito importante foi aí a densidade regular no plantio. Um crescimento regular e saudável são o resultado do método descrito com o adubo melhorado. 
O esterco de porco compostado é especial para o alho-poró e aipo. Pode-se muito bem utilizar composto de galinhas e pombos, por exemplo na floricultura, onde é necessário uma forte brotação. A mistura de folhagem de tomate e mato no composto é muito aconselhável para decompor o mato sem correr o risco de rebrote. Chegamos aqui a um capítulo importante da horticultura. Em lugar de utilizar produtos venenosos contendo cobre, chumbo e arsênico, pode-se combater os patógenos por via biológica. Para isso é necessário estudar o ritmo vital das plantas atacadas e do patógeno. Eis aqui um exemplo bem esclarecedor: os pulgões na vagem. Eles atacam a vagem num determinado tempo de seu crescimento, mais ou menos ao se formar o 4º ao 8º grupo de folhas. Em circunstâncias climáticas favoráveis as plantas superam o ataque, caso contrário estas enegrecem e morrem. Observação exata pode ajudar muito. O ataque de pulgões torna-se intenso quando não existe ventilação suficiente para as plantas, quer dizer quando a densidade é muito forte e quando o crescimento é subitamente interrompido pelo frio e pela seca. Recomenda-se plantar as vagens em sulcos estreitos e observar o crescimento. No estágio perigoso de crescimento aplica-se o preparado 501, o qual estimula a fotossíntese e o crescimento. Então a planta rapidamente atravessa o estágio   crítico. É uma ajuda para ela. Em seguida a seiva adquire um outro sabor desagradável para os pulgões.  

Comentários

  1. Prezado Professor João Carlos Avila, sou agricultor aqui na região de Parelheiros onde o senhor recentemente esteve dando um curso sobre agricultura biodinâmica. Tamém sou certificado orgânico pela ABD, mas naquela oportunidade não consegui comparecer no seu curso. Minha dúvida é com relação ao sistema de irrigação enterrado que o senhor indica. Já plantei algumas vezes tomates aqui em Parelheiros. Nossa região é particularmente úmida e mesmo em estufa, de fato, os fungos fazem a festa. Pelo que entendi enterro um tubo de drenagem ou um tubo de irrigação furado a 25 cm do solo. O final deste tubo deve ser tapado para que a pressão expulse a água pelos furos. Entendi certo? Agradeço sua resposta e envio um abraço. Nelson Pati.

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    1. Olá Nelson Pati, agradeço seu comentário. Para melhor retorná-lo, poderia me passar seu email?

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  2. Berçário no lugar de cova, querido amigo. grato pela postagem

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