A perda do paraíso

Com a chegada de Cabral ao Brasil em 1500 iniciou-se para a população indígena um lento processo de aculturação que nunca foi interrompido e persiste até hoje.
Pouco a pouco o índio foi-se retirando de seu habitat e gradativamente integrando-se à cultura de seus descobridores.
Antes ele vivia nu e como caçador, pescador e coletor extraia seu sustento daquilo que a natureza lhe fornecia gratuitamente. Uma situação paradisíaca que, tal como no Jardim do Éden, não deveria durar para sempre.
Levado pelas circunstâncias pós-descobrimento o índio foi-se afastando  de suas origens num movimento irreversível de ocidentalização. A tentação serpentina de adquirir o conhecimento abateu-se sobre ele de modo inexorável.  Em contato com a civilização ele viu abrirem-se-lhe os olhos, acordou para a dura realidade do cara pálida, envergonhou-se de sua nudez, cobriu o seu corpo com folhas da floresta e com panos vindos de fora, abriu mão de seus enfeites e pinturas corporais, distanciou-se de suas origens e rumou para a cidade, disposto a afirmar-se como ser humano em igualdade de condições com os demais.
Daqui assistimos diariamente a esta cena que, desde Adão e Eva, vem-se repetindo em todos os lugares ao longo da História: a perda do paraíso e a consequente e árdua conquista da identidade e da liberdade.
É uma sequência contínua.
Já amanhã, domingo, 2/12/2018, assistiremos a mais um capítulo desta fascinante novela: na UNICAMP, em Campinas, SP, será realizado o primeiro vestibular exclusivo para indígenas, oriundos das mais diferentes tribus, dos mais remotos rincões do país.
O simbolismo bíblico, artisticamente descrito por Moisés nos capítulos 3 e 4 do Livro da Gênesis do Antigo Testamento, contém verdades profundas que a Ciência Histórica não cessa de confirmar.

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