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Mostrando postagens de abril, 2022

ANTES, AGORA E DEPOIS

Nos idos de 1940 e 50, a China não tinha capital, nem tecnologia, nem matéria prima. Tinha uma imensa população e uma cultura milenar. A arte marcial chinesa sempre empolgou as pessoas. Não importa aí a força física do lutador. A sutileza consiste em usar a força do adversário contra ele mesmo. Neste sentido Mao-tse-tung foi anti-chinês. Usou da violência e suprimiu a liberdade para impor seu regime.  E se fechou para o mundo. Só posteriormente a China adotou outra estratégia. Aplicou o golpe certeiro, como um antigo mestre Kung-Fu ou Shao-lin. Abriu-se para o estrangeiro para receber o que não tinha: capital, tecnologia e matéria-prima. Em troca ofereceu mão de obra abundante e barata. E submissa. Os ocidentais caíram no golpe. Ofereceram suas empresas e sua tecnologia a fim de melhor  explorar o proletário chinês. Produzir barato e vencer a concorrência internacional. Morderam a isca. Com paciência oriental, os chineses foram lentamente assimilando o modelo estrangeiro, emancipando-s

RUSSIFICAÇÃO

A História da Rússia começa em Kiev, na chamada Rússia de Kiev, no sec. IX, numa época em que a atual Moscou era uma densa floresta. A Rússia de Kiev expandiu-se e prosperou, chegando até Moscou e além. Entretanto a disputa entre os principados e a bárbara invasão de tártaros e mongóis enfraqueceram Kiev. Também a posterior Rússia de Moscou  muito sofreu sob o longo  jugo tártaro--mongol. Dentre os vários nobres russos emergiu um líder que centralizou o poder e iniciou -se a série de imperadores que vieram a adotar o título de Czar ou Tzar, conforme a grafia cirílica Царь, por analogia a César, o imperador romano Caesar, que originou também o alemão Kaiser. Imperadores alemães e russos espelhavam-se em Júlio César, o maior de todos,  em Roma. Os Czares russos, bem como a Czarina Catarina, a Grande, expandiram o seu império,   em várias direções, dominando diferentes povos, regiões, etnias, línguas, culturas e religiões. O Império Czarista era uma colcha de retalhos. Precisava ser cultu

Convicção

De uma coisa eu estou convencido: ninguém convence ninguém de nada. Cada um se convence a si mesmo. É inútil tentar convencer o interlocutor de que ele está totalmente errado. E vice-versa. Eu pessoalmente, cheguei à conclusão de que o nazi-fascismo ítalo-germânico- nipônico é igual ao nazi-fascismo russo-soviético. Não são parecidos, são iguais, em suas táticas, estratégias e propósitos. Personalizando-se, pergunta-se: Qual a diferença entre Stalin e Hitler? São absolutamente iguais. São tão iguais que em dado momento, no dia 23 de agosto de 1939, foi assinado em Moscou, pelo Ministro Nazi Ribbentrop e o Ministro Soviético Molotov, o Pacto Nazi-soviético de Nao-agressão, o qual incluía a invasão e a divisão da Polônia entre as duas potências aliadas. No dia 1° de setembro de 1939 a Alemanha Nazi invadiu a Polônia e logo no dia 17 de setembro a Rússia (URSS) invadiu a Polônia do lado oriental. Assim iniciou-se a Segunda Guerra Mundial. A aliança nazi-sovietica durou quase dois anos. Ne

Os dois lados

Em função de minha idade, 81 anos, tive ao longo do tempo inúmeras oportunidades de vivenciar diferentes situações,  muitas vezes opostas. Um exemplo é o contraste ocidente-oriente. Vivi três anos na Alemanha Ocidental, de 1964 a 1967. Neste período atravessei várias vezes o Muro de Berlim, obtendo do outro lado uma visão do modelo contrário. Conversei com pessoas, conheci familias e colhi ai informações preciosas, que me ajudam a formar um quadro das duas realidades. Ao mesmo tempo venho estudando os princípios da  "Trimembração", segundo a Antroposofia, trazendo luz ao tenebroso cenário da atual questão social, em escala global. Da mesma forma como eu vivenciei os dois modelos opostos na Alemanha, também venho assistindo há décadas a alternância de poder em meu país, passando de um lado para o outro, em ferrenho confronto. Nenhum dos lados resolve o problema social. O fracasso de um cria as condições para o surgimento do outro e vice-versa, em contínua mútua substituição, e

O segredo revelado

Bastaram 30 dias de guerra para trazer à tona toda a realidade que se escondia por trás do totalitarismo putinista. Até 2014 a Rússia progredia e desfrutava de uma alegria como nunca antes. Eu próprio venho acompanhando esse processo há muito tempo. Em 1960 tive a oportunidade de assistir à Copa do Mundo de Vôlei, em BH. Era visível o contraste no comportamento dos atletas russos  e no de outras equipes. Os russos revelavam medo e repressão. Pareciam forçados a vencer. Os poloneses, ao contrário, embora vivessem também sob a influência soviética, jogavam alegres e descontraídos assim como os romenos. Esse padrão de comportamento persistiu até a dissolução da União Soviética, por volta de 1990. Os anos 90 foram dificílimos para os russos, governados por Yeltsyn, o Alcoólatra. Este indicou Putin para sucedê-lo, seguindo-se um período positivo, de crescente prosperidade e alegria, sob um regime de liberdade restrita, bem melhor que nas décadas e nos séculos anteriores. E o presidente, emb

Globalização

A globalização nas últimas décadas facilitou o intercâmbio entre nações, resultando num nítido quadro diferenciado entre "dependentes" e "independentes." Os países mais fracos, pouco desenvolvidos, periféricos, são os fornecedores de matéria prima barata, as chamadas "commodities." Os países centrais, industrializados, são os compradores de commodities e vendedores de manufaturados, com valor agregado. Convencionou-se chamar os periféricos de "dependentes", em contraposição aos países centrais, ricos, denominados "independentes." Essa é a lógica que ainda vigora. Os ricos em recursos naturais "dependem" dos industrializados, pobres em matéria prima. Nosso país, o Brasil, inclui-se neste grupo de nações ricas em matéria prima, submissas às nações pobres por natureza,     mas detentoras de alta tecnologia. Fornecemos alimentos e minérios que sustentam os desenvolvidos, que se enriquecem agregando valor à matéria prima que eles n