Globalização


A globalização nas últimas décadas facilitou o intercâmbio entre nações, resultando num nítido quadro diferenciado entre "dependentes" e "independentes."

Os países mais fracos, pouco desenvolvidos, periféricos, são os fornecedores de matéria prima barata, as chamadas "commodities."

Os países centrais, industrializados, são os compradores de commodities e vendedores de manufaturados, com valor agregado.

Convencionou-se chamar os periféricos de "dependentes", em contraposição aos países centrais, ricos, denominados "independentes."

Essa é a lógica que ainda vigora. Os ricos em recursos naturais "dependem" dos industrializados, pobres em matéria prima.

Nosso país, o Brasil, inclui-se neste grupo de nações ricas em matéria prima, submissas às nações pobres por natureza,     mas detentoras de alta tecnologia. Fornecemos alimentos e minérios que sustentam os desenvolvidos, que se enriquecem agregando valor à matéria prima que eles não têm.

O Brasil exporta petróleo e importa gasolina.. Não tem como refinar todo o petróleo. Este é refinado lá fora e retorna, valorizado. O preço da gasolina na bomba é dolarizado, obediente aos humores do mercado. O motorista paga a conta.

Há alguns anos o Brasil comprou por 1,2 bilhão de dólares uma refinaria pronta, sucateada, em Pasadena. 

Em 1973, quando eu trabalhava na Cia. Vale do Rio Doce, minha função era, diariamente, atualizar o quadro de exportação de minérios. Frequentemente o chefe vinha à minha sala perguntar, eufórico:

"Como vão nossas exportações?"

"De vento em popa, chefe!",  respondia eu.

Em 1997 o presidente FHC privatizou a Vale, a preço irrisório.

Agora falam em privatizar a Petrobrás, sabe lá por quanto.

Enquanto isso o país continua pendulando entre ficções ideológicas.

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