DICOTOMIA


Num mundo polarizado como o atual, evidencia-se a todo momento o confronto, às vezes brutal, de posições contrárias, na política, na economia, no social etc.
Onde estão as raízes das polaridades, opostas, complementares e, frequentemente adversárias?
A polarização é uma experiência dolorosa que a humanidade tem de suportar, enquanto for necessário.
Uma polaridade que salta à vista é a diferenciação homem-mulher.
Nem sempre foi assim.
Originariamente o ser humano era simplesmente humano, sem sequer sentir a necessidade imperiosa de buscar a complementação no oposto, nem mesmo para se reproduzir.
Assim como cada célula do corpo, ainda hoje, se reproduz espontaneamente, por mitose ou meiose, assim também o ser humano como um todo, nos primórdios da evolução.
Tal como seres vivos inferiores se multiplicam por bipartição, cissiparidade, sem apresentar diferenciação de sexo ou de gênero.
A evolução tem suas leis próprias que continuam vigorando, em diferentes níveis.
Haja vista um anelídeo, a minhoca, que possui no mesmo corpo os dois sexos.
Na verdade não mais se autofecundam. Exigem o acasalamento, onde uma fecunda a outra e a outra fecunda uma. E as duas saem procriando.
A Terra e o Homem evoluem paralelamente, acompanhando toda a Natureza.
Em priscas eras, até a metade do período lemúrico, o ser humano possuía uma configuração flexível, maleável, moldável, capaz de mais facilmente adaptar-se a condições externas.
A alma ainda possuía o domínio sobre a matéria fluídica e podia estruturar o corpo humano segundo sua própria essência, nem homem nem mulher, tal como a alma não era unilateral, nem masculina nem feminina.
Na medida em que o mundo exterior ia lentamente solidificando-se, também a alma, necessariamente, ia estruturando o Homem, ora com o forte caráter viril da VONTADE, ora com o sutil dom feminino da IMAGINAÇÃO.
A evolução se bifurcou, e seguiu paralela, em linhas muito próximas, fiéis à natureza unitária original.
A crescente condensação do mundo exterior condicionou essa diferenciação, importante e necessária, e temporária.
O ser humano tinha que perder sua capacidade de se autofecundar. Tinha, e ainda tem, que recorrer ao sexo oposto para se perpetuar como espécie, superando sua condição partenogênica, a qual ainda persiste em algumas espécies primitivas.
Agora, o Homem evoluído, já diferenciado em homem-mulher, pode direcionar suas forças para o seu interior, e desenvolver o PENSAR. Vi
Sua unisexualidade, ser homem ou ser mulher, capacita-o a discernir.
Sua unilateralidade exterior habilita-o a ser PLENO, em seu interior.

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