HOLAMBRA
Contradições existem em toda parte, e Holambra não poderia ser uma exceção.
Cito aqui um exemplo.
Eu, pessoalmente, sou apenas um dos moradores idosos residentes num condomínio-modelo para pessoas da terceira idade.
Somando-se a muitas vantagens oferecidas aos residentes estava a água potável extraída de um poço artesiano próprio e que nos dava o privilégio de bebermos a água da torneira, cozinharmos com a água da torneira , lavarmos a nossa roupa e até nos banharmos com a cristalina água do chuveiro.
Até ontem.
Um novo sistema foi implantado. O condomínio agora recebe água semi- tratada e que se distribui até nossas torneiras e nossos chuveiros.
O que fazer então? Pagar a conta da água e comprar água engarrafada para consumo e para cozimento. E lavar nossa roupa e nosso corpo com água da rede pública, de qualidade duvidosa.
Prevalece aí a idéia da centralização, do poder decisório central.
O poder centralizador é um sintoma do organismo social enfermo em que vivemos.
A descentralização é uma exigência dos nossos tempos. Qualquer iniciativa em contrário é uma corrente avançando contra a racionalidade.
Na ausência de poços artesianos, descentralizados, justifica-se terceirizar o serviço de tratamento e fornecimento de água a uma empresa particular, sendo o poder público incapaz de gerir o negócio com eficiência.
A terceirização pressupõe que a empresa funcione sob um contrato e que se submeta às condições estabelecidas em comum acordo público-privado.
Esta é a legítima função do Estado, do Governo, Federal, Estadual e Municipal: regulamentar o funcionamento do serviço executado por terceiros.
Injustificável é a qualidade da água pública servida aos moradores de Holambra, pagadores de impostos e mantenedores dos dirigentes eleitos, os tomadores de decisões.
Justamente num município modelo, uma estância turística exemplar e maior polo floricultor do país.
Não obstante o centro da cidade é frequentemente invadido por maus odores e a ninguém é permitido sequer aproximar-se da fonte malcheirosa e buscar uma solução.
Que isso aconteça nos longínquos rincões do Brasil-sertão, também não se justifica, muito menos numa cidade-padrão, inaugurada por honrados e diligentes cidadãos holandeses em 1948.
Resta a esperança de que a torneira instalada junto ao poço continue liberada e jorrando água pura para todos nós que valorizamos a qualidade de vida e a harmonia ambiental.
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