OS OPOSTOS

 


       Na linguística nós estudamos as palavras de mesmo significado e as de significados contrários. São os sinônimos e os antônimos.

       Na Ciência Política identificamos as correntes de esquerda e as de direita. com extremos de diferença.

       Uma análise mais profunda revela, não as diferenças, mas as semelhanças entra as duas correntes adverárias. 

       A dificuldade maior é como discernir entre o Bem e o Mal, como separar o joio do trigo. Até o apóstolo Paulo dava conselhos neste sentido. Na epístola aos Hebreus ele se dirige aos adultos quanto à inconveniência de beber leite. Paulo dizia: "Se vós bebeis leite, vós sereis como meninos, incapazes de distinguir entre o Bem e o Mal." Hebreus, cap. 5, vers.11, 12 e 13.

       Mesmo consumindo leite nós poderemos tentar reconhecer os extremos opostos e concluir como eles se batem, se igualam e se anulam mutuamente.

       Cedo ou tarde a Verdade se impõe.

       A Ciência Política diferencia as extremas, a esquerda e a direita, os extremistas.

       Porém, qual é a diferença entre Stalin e Hitler? Entre Trump e Putin? Entre Lula e Bolsonaro?

       Historicamente a mais gritante identidade entre os extremos foi a aliança nazi-soviética celebrada em 23 de agosto de 1939, a qual previa, entre outras coisas, a invasão conjunta da Polônia, o que de fato  aconteceu no mês seguinte, dando início à II Guerra Mundial. 

       No dia 1º de setembro a Alemanha nazista invadiu a Polônia do lado de cá, no dia 17 a Rússia comunista invadiu do lado de lá e juntaram-se no centro, em perfeita harmonia.

       Tudo em comum acordo entre as duas potências "rivais."

       Contudo a sabedoria da História providenciou que a maligna aliança se anulasse, com elevados custos, financeiros e humanos, para ambos os lados.

       No dia 21 de junho de 1941 Stalin enviou para Hitler um comboio com dezenas de vagões de trigo da melhor qualidade, produzido nas férteis "terras pretas", no famoso solo "tchernoziom" do sul da Rússia e da Ucrânia.

       Na madrugada seguinte, 22 de junho, após uma manobra de falsa bandeira, traiçoeiramente, os nazistas invadiram o território de sua ex-aliada URSS, iniciando, felizmente, a desastrosa Operação Barbarossa, a qual, após 4 anos de sangrentos combates, selou o fim do diabólico regime nazifascista.

       Desse fato histórico podemos extrair várias lições:

       1) A cega obediência aos ensinamentos de Karl Marx orientados para a Revolução Mundial. Sendo já a Rússia  o mais extenso país do mundo, contudo Stalin ambicionava sempre mais.

       Logo no início de sua  ditadura anexou 5 repúblicas. Pouco depois aliou-se à Alemanha para obter apoio para suas pretensões coloniais, expansionistas. 

       Investiu na Guerra de Inverno visando conquistar a Finlândia inteira. Foi derrotado na primeira fase, voltou à carga e ainda conseguiu abocanhar 10 % do território finlandês.

       Anexou depois a Letónia, a Lituânia e  a  Estônia, tal como previsto no Pacto Germano- Soviético, incluindo metade da Polônia.

       Após superar o estado de choque que o acometera na madrugada de 22 de junho de 1941, Stalin finalmente acordou para a realidade nazifascista e partiu para a desesperada defensiva contra seu poderoso ex-aliado.

       Naquele momento a União Soviética estava ainda mais enfraquecida, em consequência dos terríveis expurgos praticados na década de 30, onde milhares de pessoas foram sumariamente executadas, dentre elas vários militares de alta patente, deixando as Forças Armadas desfalcadas de inúmeros oficiais, suspeitos de serem concorrentes ao Homem de Aço. Na língua russa "stal" significa "aço".

       Stalin,  reconhecendo sua inferioridade perante a máquina de guerra germânica, aceitou a providencial ajuda americana, sendo decisivamente beneficiado pelo Plano Roosevelt chamado "Lend and Lease", quer dizer "Empréstimos e Arrendamentos", num total de US$11 bilhões, equivalentes a 180 bilhões de dólares em valores atuais. Essa ajuda consistia de armamentos, munições, caminhões , tanques, medicamentos, alimentos e logística.

       A vitória da União Soviética contou com a bravura de seus soldados, comandados pelo Mal. Jukov, um gênio da estratégia militar. Tão valoroso era Jukov que mais tarde foi afastado e relegado ao ostracismo.

       Nos patrióticos discursos de 9 de maio na Praça Vermelha dois detalhes nunca são lembrados: a contribuição dos Estados Unidos e a participação da Ucrânia.

       O mesmo fim melancólico foi o destino que coube aos dois déspotas, o nazi e o soviético, iguais até concluírem os seus ciclos. 

       

        

       

       

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