A lógica reprodutiva

A palavra "lógica" deriva do grego "logos", que segundo Wahrig, no "Deutsches Wörterbuch", tem  três significados complementares: palavra, discurso e razão. Um conjunto de palavras forma um discurso, racional, coerente.
A evolução reprodutiva assexuada é um exemplo dessa lógica, contemplada objetiva e goetheanisticamente.
Comecemos pelo estudo das algas clorofíceas unicelulares.
Elas se reproduzem por simples bipartição. Uma se divide em duas, duas em quatro, e assim por diante. Cada nova geração é igual à anterior, reinando aí o princípio da uniformidade, uma característica a ser superada, evolutivamente.
A segunda forma de reprodução em algas, já mais evoluídas, é por esporulação. Elas diferenciam determinadas células para formar esporos que nadam livremente até encontrar um substrato adequado e aí gerar uma nova alga. Tendem assim a uma ligeira diferenciação. 
A esporulação em vegetais inferiores antecipa a posterior sementeação em vegetais superiores. Prenuncia uma sequência. Tal coerência pressupõe uma hierarquia espiritual elevada que origina e acompanha o processo. Caso contrário seria arbitrário e aleatório, portanto ilógico.
O próximo grande salto evolutivo para a planta aquática é sua passagem para a terra; a superação do ambiente puramente líquido para a conquista do meio terrestre sólido, seco. Para tanto a alga associa -se ao fungo e dessa simbiose alga-fungo surge o próximo vegetal, o líquen,  resultado de uma associação, uma cooperação entre duas espécies, mas ainda não propriamente uma fecundação. Contudo a orientação superior aponta neste sentido. O líquen é o primeiro vegetal que inicia a jornada de conquista da terra firme.
Em seguida vêm as briófitas, os musgos, que se reproduzem por propágulos, estruturas não mais uni-, e sim multicelulares, dotadas de capacidade meristemática para produzir novas células e uma nova planta. Prossegue a diferenciação ou diversificação, um indicador de avanço, porém a multiplicação ainda é assexuada.
A reprodução assexuada continua nas pteridófitas, nas samambaias. Aí a propagação é vegetativa e seu rizoma pode desenvolver folhas e raízes e originar novos indivíduos, até independentes, rompendo-se o vínculo com a planta-mãe. Prenuncia-se a individuação.
Vem em seguida a quarta etapa, a reprodução assexuada nas fanerógamas, desta vez por propagação vegetativa através de caules e folhas. São caules que apresentam botões vegetativos ou gemas que podem enraizar e formar novas plantas, separadas da planta-mãe. Revelam uma crescente emancipação. A begônia, por exemplo, é uma planta onde até as folhas podem gerar novos indivíduos.
Na agricultura pratica-se  também a propagação vegetativa, por exemplo, a enxertia, igualmente assexuada. Esta tem o inconveniente de gerar descendentes uniformes, clonados, mais vulneráveis a patógenos.
Concluímos assim a primeira etapa na evolução vegetal, a qual compreende quatro formas de reprodução, todas assexuadas, preparatórias da etapa seguinte, a da reprodução sexuada.

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