Árabes e israelenses


A Guerra dos Cem Anos foi travada pela França e Inglaterra, entre 1337 e 1453. Durou 116 anos e compete com a Guerra Árabe-israelense, que já dura 75 anos, agora com perspectivas de terminar um dia graças às iniciativas cidadãs de ambos os lados, pessoas que se reúnem e peregrinam pelas escolas para propagar a paz entre os jovens. Uma esperança real. E sem a ingerência oficial.
São dois povos, árabes e israelenses, judeus e muçulmanos,hebreus e israelitas, descendentes do mesmo pai, Abraão.
A mulher de Abraão, Sara, já em avançada idade, não tinha filhos e não mais podia conceber.
Por esse motivo aconselhou seu esposo a relacionar-se com sua escrava egípcia, de nome Agar.
Desse relacionamento nasceu Ismael, o primogênito de Abraão.
Algum tempo depois, miraculosamente, Sara também engravidou-se e deu à luz um menino, Isac, o segundo filho de Abraão, porém o primeiro legítimo, filho de pai hebreu e mãe hebréia.
Na sequência Agar e Ismael foram expulsos da casa de Abraão, por exigência de Sara, que exclamou: 
" Expulsa esta escrava e o seu filho, porque o filho da escrava não há de ser herdeiro com meu filho Isac."(Gênesis, cap.21, v. 10).
Pesaroso, Abraão concordou. Expulsou a escrava e seu filho para o deserto. Mas foi consolado:
"Deus lhe disse: Não te pareça áspero tratar assim o menino e a tua escrava. Atende Sara em tudo o que ela te disser, porque de Isac sairá a descendência que há de ter o teu nome.
Mas também do filho da escrava farei um grande povo, por ser teu sangue." ( Gen., Cap. 21, v 12 e 13).
Abraão despediu Agar com seu filho. E ela, tendo partido, andava errando pelo deserto de Bersabéia." (Gen. Cap 21, v. 14).
À míngua de água Agar deixou seu filho sob uma árvore e afastou-se, para não vê-lo agoniar-se de sede.
Naquele momento um anjo de Deus revelou-se a Agar, dizendo: "Levanta-te, toma o menino e tem-no pela mão, porque eu farei dele um grande povo." (Gen., Cap. 21, v. 18).
E Agar foi conduzida a um poço, encheu o odre e deu de beber ao menino. E foi com ele; e ele cresceu, e habitou no deserto, e tornou-se um hábil jovem frecheiro. E habitou no deserto de Faran, e sua mãe tomou para ele uma mulher do país do Egito." ( Gênesis, cap 21, v. 18, 19, 20 e 21).
O relato bíblico descreve a co-existência dos dois povos, numerosos como as estrelas do céu, e ambos submetidos às inóspitas condições reinantes naquela região árida.
E pela segunda vez chamou o Anjo do Senhor a Abraão, dizendo: "Multiplicarei a tua estirpe como as estrelas do céu e como a areia da praia; a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos. E na tua descendência SERÃO BENDITAS todas as nações da Terra, porque obedeceste à minha voz. Abraão voltou para seus servos e foram juntos para Bersabéia, e aí habitou. (Gênesis, cap. 22, v. 17,18 e 19).
Desde os tempos bíblicos os dois povos estavam predestinados a conviver em paz, sob as mesmas condições desérticas de Bersabéia, onde também erravam Agar e Ismael, e sobretudo pela ascendência comum do Patriarca Abraão.
Resta agora decifrar o enigma por que árabes e israelenses se afastaram, se estranharam e se confrontam em lutas fratricidas há sete décadas.

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