PARALELISMOS


Desde 1977, ano em que decidi  desligar-me de minha função de professor, em três lugares: Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Nuclebrás e Curso Livre de Alemão (Colégio Brasileiro de Almeida, Ipanema, Rio), dedico-me em tempo integral ao estudo, à prática e à divulgação dos Fundamentos da Agricultura Biodinâmica.
45 anos se passaram e a pergunta persiste: "A quantas anda a Agricultura Biodinâmica por aqui?"
"Alguém já ouviu algo a respeito?"
Apenas um grupo pequeno e seleto esforça-se por levar adiante a proposta. Muitas correntes da agricultura alternativa prosperaram, enquanto a Biodinâmica, cronologicamente a primeira, trazida a lume em 1924, permaneceu aqui quase estacionária. Muitas lideranças do movimento optaram por outros caminhos, estranhos à essência.
No macro e no micro as semelhanças são evidentes.
O pequeno é o grande em miniatura. As fontes inspiradoras são as mesmas.
Emil Bock esclarece: "A história dos homens reflete a história dos deuses." "Como é em cima, também é embaixo." (Hermes Trimegisto).
A Historiografia o confirma.
Por volta de 1990, com o colapso da União Soviética, os mais competentes diretores das grandes empresas estatais, mantiveram as suas funções, não como meros dirigentes administrativos, e sim como donos. Apoderaram-se das empresas, dispensando-se de qualquer investimento financeiro pessoal, visto que as mega-estruturas já estavam montadas, e funcionando.
Associados ao poder político e ao poder eclesiástico, formaram uma oligarquia, econômica, em lugar da monarquia, dinástica, que dominou durante séculos o Império Czarista, e no século XX, no Império Soviético, conduzido pelos sucessivos Secretários Gerais do PC.
É gritante a "semelhança", no macro. Aproxima-se do "igual".
A oligarquia tende novamente à monarquia.
Em duas décadas, no século XXI, restaurou-se na Rússia o antigo regime centrado numa só pessoa.
Algo parecido, ou igual, aconteceu também entre nós, na Biodinâmica.
Instituições associativas foram     total ou parcialmente confiscadas por particulares e mudaram de status.
Rendem dividendos.
Com uma exceção.
A Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica, a ABD,   deu seu bom exemplo e não se privatizou. Pelo contrário. Acaba de eleger, por via sociocrática, uma nova Diretoria, cuja firme decisão é realizar em seu sítio agrícola os ideais propostos nos Fundamentos.
As iniciativas já estão em curso e agora podemos esperar que aqueles Fundamentos saiam da estante, ou da gaveta, e ganhem visibilidade.
Vai aqui um chamamento.
Está ao alcance de qualquer um participar ativamente desse processo.
Como membro do recém-criado Conselho de Cursos, sob a batuta de nossa presidente, conclamo os amigos interessados em cerrar fileiras, em inscrever-se em nosso quadro de associados.
Nossa união fará nossa força.

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