TOLERÂNCIA
Dentre as virtudes humanas sobressai a da tolerância. A capacidade de o ser humano poder conviver com o diferente.
Começa pelo casal, amplia-se na família, na vizinhança , na sociedade
O oposto, a intolerância, é causa de conflitos em diferentes níveis.
Contudo, à tolerância deve aliar-se uma outra virtude.
O bom senso.
O senso comum, a sadia compreensão torna o homem sábio.
Sabedoria é a virtude suprema. Vai muito além do mero saber, do frio intelecto.
Sabedoria é o que revela os dirigentes da OTAN, a mais poderosa força militar de todos os tempos.
Essa organização foi fundada após a ll Guerra Mundial como garantia contra as ameaças de agressão por parte da Rússia ( URSS) e países satélites submissos àp dominação de Moscou.
Gracas à existência da OTAN a polarização leste-oeste, ou comunismo - capitalismo, ou autocracia-democracia, manteve-se como Guerra Fria durante todas as últimas décadas de existência da URSS, até seu colapso definitivo em 1991.
Uma vez cessada a ameaça soviética, a OTAN continuou existindo, meio enfraquecida, com tendência a extinguir-se .
Ganhou uma vida nova e uma ampliação a partir das novas ameaças de Putin.
Precisamente nesses últimos dias, após longa hesitação, a OTAN finalmente decidiu voltar a cumprir sua missão: assumiu um posicionamento resoluto contra o ditador Putin e a favor do Presidente Zelensky e do povo ucraniano.
Decidiu não perseverar no erro.
A História nos dá um belo exemplo.
Em 1919 o Tratado de Versalhes visava pôr um freio na belicosidade germânica.
Contudo a tolerância, mal compreendida, permitiu que a mesma Alemanha, sob Hitler, cometesse quatro infrações graves, sob o olhar compassivo das potências ocidentais, a saber:
1)Remilitarizou a Renânia
2)Anexou a Áustria
3)Anexou os Sudetos
4)Anexou toda a Tchecoslováquia
A cada sucesso, acompanhado da complacência de França e Inglaterra, a Alemanha mais se convencia de sua superioridade, bélica e racial.
Tudo isso motivou a Alemanha a infringir pela quinta vez as cláusulas de Versalhes.
Associando -se à Rússia Soviética de Stalin invadiu a Polônia em 1° de setembro de 1939.
Só então, com grande atraso, as potências ocidentais, no dia seguinte à invasão, declararam guerra à Alemanha.
Após seis anos de tormentosos sacrifícios, por fim venceu a justiça.
Curiosamente, saltando-se para os nossos dias, verifica-se o mesmo fenômeno acontecendo na Ucrânia.
Desta vez é a figura de Putin que assume o papel de Hitler.
Confiante na sua superioridade, bélica e étnica, empreendeu várias invasões, na Chechênia, na Geórgia, na Moldova, na Criméia e no Donbass, sob o olhar compassivo das potências ocidentais
O mesmo filme rodado 80 anos atrás.
E o ditador Putin, fortalecido pela omissão apaziguadora do Ocidente, por fim sentiu-se capaz de anexar a Ucrânia inteira, certo de que não seria incomodado por ninguém.
Resolveria o assunto em três dias.
Deu errado para ele graças ao heroísmo e à competência dos ucranianos.
E a OTAN, intimidada, a princípio hesitou, e só depois decidiu apoiar a Urania, com restrições: não poderia atacar o território russo sob pena de sofrer retaliações nucleares.
Corajosamente a Ucrânia desenvolveu armamentos próprios e atacou o território inimigo, sabendo de antemão que as retaliações nucleares eram puras bravatas de um déspota exaltado.
E agora, nestes dias, recebemos a notícia alvissareira: a OTAN anuncia o exercício com 90000 tropas para conter a sanha imperialista do autocrata russo.
O Ocidente não vai cometer o mesmo erro pela segunda vez.
A História é sábia.
Os homens podem, com ela, aprender sabedoria.
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