Criação de gado a pasto e sua saúde.


A atualidade deste tema, também para o consumidor, dá-se pela falta de pensamentos claros a respeito das verdadeiras causas do mal da vaca louca.

A atual crise da pecuária leiteira levanta uma série de questões que motivam o criador a buscar caminhos que possam viabilizar a atividade e mantê-lo no ramo. Dentre as alternativas, apresenta-se a criação a pasto como a mais promissora, talvez a única capaz de levar a uma solução. Em toda sua história evolutiva, o gado bovino alimentou-se do pasto, desenvolvendo-se assim o primeiro estomago, o rúmen, capaz de, graças à sua população microbiana, digerir fibras de gramíneas, leguminosas e ervas, e gerar proteínas de alto valor, na carne e no leite.
Nisso consiste a excelência do bovino, herbívoro, ruminante: produzir rico alimento humano a partir de forrageiras rústicas, baratas, abundantes e impróprias para o homem. Porém, o pecuarista moderno, inadvertidamente, vem utilizando crescentes quantidades de concentrados proteicos visando a uma maior produtividade. As consequências estão aí: queda de imunidade, logo, maior suscetibilidade a doenças degenerativas, das quais “a vaca louca” é apenas um exemplo. As causas são claras: arraçoamento com excesso de proteína de origem vegetal e animal, em detrimento da ração fibrosa, apropriada para a ruminação. A própria metamorfose do bovino aponta num determinado sentido. O bezerrinho tem o rúmen atrofiado e o quarto estômago, o abomaso, bem desenvolvido, apto para digerir o rico leite materno. À medida em que cresce, desenvolve-se o rúmen, habilitando o novilho e o animal adulto a viver basicamente, ou até unicamente, de volumoso, rico em fibras. É aí que se insere o modo de criação biológico-dinâmico: todo o manejo é orientado para desenvolver ao máximo a capacidade de ruminar. Esse é também o modo social de criar. O animal integra-se ao sistema produtivo sem concorrer com o homem por alimentos nobres, tais como milho e soja. O desafio agora é promover o verdadeiro melhoramento genético para adaptar o gado cada vez mais ao pasto, baixando custos e racionalizando a produção.

Uma iniciativa nesse sentido é a que vimos empreendendo no Sítio da ABD, Associação de Agricultura Biodinâmica e na Chácara Somé, como unidades demonstrativas da viabilidade da opção bio-dinâmica.

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