Frequentemente fracassamos ao tentar superar nossas contradições...

É o que acontece no momento no âmbito de nossa Presidência da República. Pelo menos em duas áreas de suma importância: na previdência e na segurança. Aplaudimos a nomeação de Guedes e Moro para os respectivos ministérios.
Guedes é o superministro da Economia, neo-liberal, privatizante, defensor do livre mercado do Estado mínimo. Contudo seu superior intervém na Petrobrás e altera o preço do combustível. É a primeira contradição.
A segunda refere-se à Previdência. O ministro elabora a reforma  e a apresenta como proposta do governo.
Ocorre que a proposta mexe com os interesses de políticos e militares, sendo o chefe de governo igualmente político e militar, e seus três filhos políticos. O Presidente exterioriza uma imagem favorável, interiormente é contra. Isso explica a estagnação do processo, por mais três razões: a esquerda é fanaticamente contra, o centrão é interesseiramente contra e a direita é obedientemente omissa.
O segundo ministro, Moro, elabora a Lei Anticrime e Anticorrupção. Porém os três filhos conselheiros estão envolvidos em irregularidades que já duram uma década. E as suspeitas respingam no pai.
Se a Lei Anticorrupção passar, ela poderá alcançar os quatro. Aí entende-se porque o processo também estagnou.
Nós, brasileiros comuns, assistimos no palco brasiliense a um drama hamletiano: "To be or not to be", ser ou não ser, contra ou a favor.
Espera-se do Presidente suficiente grandeza para permitir as reformas, e apoiar as investigações, mesmo sendo ele um futuro investigado, ele e seu clã.

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