COLONIALISMO

 

O tradicional colonialismo ou imperialismo vai sendo gradativamente substituído pelo neo imperialismo ou neo colonialismo. Um exemplo é a estratégia chinesa que consiste em implantar projetos em troca, não de pagamento em dinheiro e sim em recursos minerais, abundantes nos países envolvidos.

A China não exige dos parceiros democracia ou liberdade. Exige pagamento em recursos naturais ante a inadimplência de seus parceiros.

Na segunda metade do século XX aconteceu a grande onda de emancipação das colônias, exploradas por países desenvolvidos do Ocidente.

Aquelas colônias fizeram suas respectivas revoluções socialistas e adotaram o modelo autocrático ditatorial.

Continuaram subdesenvolvidos, sendo então suas riquezas concentradas nas mãos dos ditadores revolucionários.

A China, no extremo -oriente, seguiu um padrão semelhante, passando do estágio de colônia pobre e explorada para o regime socialista totalitário de Mao -tse-Tung, em 1949.

Permaneceu pobre durante toda a vigência do socialismo radical de Mao, por 30 anos.

Só com a ascensão de Deng Xiaoping e a imediata flexibilização e abertura para o Ocidente, a China alcançou a posição de segunda maior potência industrial do mundo, graças à entrada de empresas, capitais e tecnologias ocidentais.

A China, graças ao sopro de modernidade que recebeu da Europa e dos EUA, agora, fortalecida, dispõe -se a ocupar o espaço nas regiões emancipadas. Oferece empréstimos em forma de grandes projetos de infra-estrutura, executados por empresas chinesas, em troca, não de ressarcimento em dinheiro e sim de matérias primas. É a estratégia da Rota da Seda.

A Rússia embarca no mesmo engodo. Como o Brasil, caracteriza-se como grande fornecedor de matéria prima barata. Antes vendia seu gás e seu petróleo para o  Ocidente recebendo pontualmente em moeda forte.

Seu ditador Putin teve a infeliz idéia de invadir a Ucrânia e romper com o Ocidente. Desesperado, volta-se para a China e, humilhantemente, é obrigado a vender seu gás e seu petróleo pela metade do preço.

A Rússia é mais uma vítima do novo imperialismo chinês. Para sustentar sua megalomania e anexar a Ucrânia, Putin entrega suas riquezas sob condições draconianas impostas pela China. E ainda camufla sua subserviência com pomposas visitas e promessas de aliança eterna.

Paulatinamente a Rússia exaure seus recursos e submete-se cada vez mais ao seu "aliado".

Interessa à China apoiar uma longa guerra e uma lenta e segura exaustão de sua aliada, fornecedora de insumos baratos.

No momento oportuno a China poderá reivindicar seus territórios na região de Vladivostok, anexada à Rússia pelo imperialismo czarista em 1858 e que nos mapas chineses já consta com seu nome original Haishenewai.

Rússia e Brasil têm muito em comum. Se  os dois países não acordarem a tempo o mesmo destino os aguarda.

Cairemos juntos na armadilha neo-colonial.

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