A MOEDA


Num passado distante vigorava a Economia de Troca,  o escambo. Era uma forma de viabilizar as transações comerciais.
O produto era o meio de pagamento.
Se eu tinha arroz e o vizinho feijão, então trocávamos arroz por feijão e vice-versa.
Ambos saíamos  satisfeitos.
A humanidade evoluiu e as trocas se complicaram.
Surgiu a necessidade de um meio de pagamento, diferente do produto.
Vários metais passaram a ser usados, os mesmos que constam hoje na Tabela Periódica, cada um com o seu número e seu peso atômico.
"Peso" era a palavra-chave.
Os nobres metais viabilizaram enormemente as transações.
Sem eles seria impossível comercializar.
Era o ouro, a prata, o cobre.
Eram nobres metais usados até hoje como sinônimos de dinheiro.
A evolução continuou, paralela à complexidade.
Surgiu então o "papel-moeda", um simples papel impresso, lastreado no ouro.
O papel em si é leve, não tem peso. Porém marcado com o símbolo da Casa da Moeda , ganha valor, ganha peso.
"Argentum" quer dizer "prata".
A moeda argentina chamou-se "peso". A espanhola "peseta". A inglesa "libra", uma unidade de peso igual a 453,59 g, ou seja quase meio quilo. Na língua inglesa "pound", é palavra derivada do latim "pondus, eris", que significa "peso". Ganhou importância ponderável.
A moeda da grande potência marítima e colonial, a libra esterlina, veio a ser o padrão monetário universal. O símbolo abstrato correspondia à concretude metálica.
Na Alemanha do séc. XX Hitler invejava a Inglaterra.
Admirava os ingleses, seu poderio, seu Império, suas boas maneiras e, sobretudo sua nobre monarquia, que a Alemanha já  perdera desde a República de Weimar. Era uma simples república, sem o glamour da realeza.
Por isso mesmo Hitler, do meio da Europa, avançou para o ocidente, detonou a Guerra Relâmpago (Blitzkrieg), e partiu para arrasar a Inglaterra, sua grande paixão, tal como um amante frustrado. 
Sua moeda, o marco, deveria prevalecer.
Deu o contrário.
Saiu destroçado ante os Aliados, capitaneados pelos Estados Unidos da América.
O padrão-ouro, representado pelo padrão-libra, transferiu-se para a América do Norte como padrão-dólar, o que vigora há oito décadas.
Por 80 anos o dólar é a referência para todos, sem exceção.
Até mesmo seus maiores inimigos, os russos, os oligarcas e o oligarca-mor,, só confiam no dólar americano.
Explorando gás, petróleo, minérios e o "ouro", abundante na Sibéria asiática, os oligarcas investiram pesado no Ocidente, em forma de iates,  mansões, castelos e em "paraísos fiscais",em "off shores"quer dizer " longe da praia", longe do Mar Negro, do Mar de Azov e do Mar da China. Nenhum deles investiu na Bolsa de Shangai. É simples questão de confiança e paixão.
Paixão não se explica, é irracional. Por isso paixão e ódio se misturam.
Nas últimas décadas várias tentativas surgiram para destronar o dólar.
Vingar -se do amante infiel.
A mais recente é a iniciativa do BRICS. Nos pronunciamentos evidencia-se, não o desejo legítimo de viabilizar suas economias em frangalhos, e sim o ódio ao Ocidente. Justamente quem há décadas vem viabilizando os menos aquinhoados, comprando suas commodities e suas quinquilharias.
Restam apenas duas perguntas:
1) Será o YUAN chinês a próxima alternativa para o dólar?
2) Ocupará o YUAN chinês o lugar do vil metal?

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