ERRO CALCULADO CONTINUAÇÃO

Em 1994 Isaac Rabin e Yasser Arafat , com a assistência de Bill Clinton, vinham conduzindo negociações frutíferas com vistas a um acordo de paz. 

Quando a paz estava prestes a ser firmada, um jovem israelense, adepto de Netaniahu, assassinou Rabin. Neste caso o tiro foi certeiro, pois garantiu a continuidade da guerra por mais longos anos e imensos lucros para a indústria bélica

 norte-americana.

Historicamente um erro de cálculo cometido no sec. XlX produz consequências funestas até hoje.

Foi o movimento sionista iniciado por Theodor Herzl.

Propunha a criação de um Estado judeu em algum lugar do mundo, por exemplo África do Sul ou Patagônia,etc. Seria uma terra sem povo para um povo sem terra. Uma nação exclusiva para a etnia judaica (hebraica, israelita).Ali seus membros viveriam em paz, entre si, sem riscos de holocaustos e pogroms.

Neste sentido , lentamente, mais e mais famílias judaicas optaram por emigrar da diáspora para a Palestina com o firme propósito de ali fundar um país  e criar as bases para o advento do Messias.

Permanecia o sentimento exclusivista de povo eleito, o que em toda a História sempre incomodou as demais religiões.

A pressão anti-semita pesava cruelmente sobre o povo hebreu-israelita, aumentando em intensidade até alcançar o máximo durante a ll Guerra Mundial.

Maior era então a   necessidade de encontrar um local para o povo estabelecer-se em paz.

Esse foi o maior erro de cálculo de seus idealizadores.

De um lado as comunidades judaicas assimilavam-se e integravam-se cada vez mais às diferentes culturas que as acolhiam, surgindo aí grandes expoentes em vários campos da ciência, da tecnologia, das artes etc. convivendo e miscigenando-se com as etnias locais.

Enquanto isso , justamente no Estado de Israel, desde sua fundação em 1948, prolonga-se o conflito árabe -israelense, colocando as duas populações locais de ambos os lados em constante risco de anti-semitismo e anti-islamismo.

Ali viceja a guerra, em flagrante  contradição com a proposta original.

A tendência é o conflito prolongar-se, sem data para terminar.

Este é o quadro atual: enquanto na diáspora os judeus integram-se e miscigenam-se, em Israel prevalece a intolerância, sobretudo entre os colonos ortodoxos, armados e uniformizados.

Com apoio oficial avançam para além das fronteiras e estabelecem assentamentos ilegais, em busca de espaço vital (Lebensraum).

Tivesse Theodor Herzl previsto o que resultaria de seu movimento sionista em prejuízo da metade de seu povo que optou por emigrar para a Palestina ,certamente

teria mudado seu discurso e incentivado seus correligionários a permanecerem em paz, fecundando admirávelmente as diferentes culturas em que se abrigavam.

Resta a pergunta: "O que fazer depois do caldo derramado,?"