FACILITAÇÕES

É a velha estratégia que sempre funciona: o inimigo externo garante a unidade interna.

Se o inimigo não existe, é preciso fabricá-lo. Se ele existe, é preciso mantê-lo.

Quando o líder político está em baixa, ele facilita a ação do adversário, para em seguida reagir violentamente, com apoio massiço da população.

Quando o Presidente Bush estava mal, decidiu facilitar a ação de Bin Laden para atingir as Torres Gêmeas e parte do Pentágono. Imediatamente sua popularidade alcançou 70%. E a subsquente guerra no Irac lhe rendeu uma reeleição. Mas o tiro saiu pela culatra, visto que aquela zona de guerra não reconquistou a paz.Para criar inimigos aplicam-se várias estratégias. Uma delas é a falsa bandeira.

Assim começou a ll Guerra Mundial. Na madrugada de 1° de setembro de 1939, um soldado alemão disfarçado de polonês atacou seu próprio exército que já se preparava para invadir a Polônia.

Do outro lado, na fronteira oriental, as tropas soviéticas ainda esperaram 17 dias para cumprir a sua parte prevista no Pacto Germano-Soviético, após enérgica insistência da Alemanha. Finalmente no dia 17 de setembro de 1939 as tropas russo-soviéticas in vadiram a Polônia pelo lado leste e juntaram-se aos nazifascistas alemães.

O inimigo comum era a Polônia.

Os amigos comuns eram a Rússia soviética e a Alemanha nazista.

Repita-se: nada melhor que a Verdade para esclarecer dúvidas.

Nos EUA Bush também facilitou a Bin Laden o ataque às Torres Gêmeas. Sua popularidade subiu de 30 para 70 % e ainda lhe rendeu uma reeleição propiciada pela guerra no Iraque.

Na Rússia, da mesma forma, Putin forjou algumas guerrinhas contra inimigos fracos: Chechênia, Geórgia, Moldova, Criméia e Donbass. Após cada vitória apresentava- se como herói patriótico e incontrolável no poder.

Até que resolveu anexar a Ucrânia inteira numa guerrinha que duraria três dias, para garantir a segurança da Rússia.

Errou nos cálculos.

O inimigo fictício, a Ucrânia, virou inimigo real.

Governada por um "clown" e apoiada pelo "decadente e depravado Ocidente," a guerra já se prolonga a 600 dias.

E Putin mantém -se precariamente no poder.

Se ganhar a guerra será novamente laureado como herói patriota.

Se perder será preso, condenado e envenenado, para o bem do povo russo.

Israel aplica a mesma estratégia.

Mantém a beligerância há 75 anos. Não aprova a criação de um Estado Palestino.

Continua ocupando territórios palestinos coml assentamentos ilegais de colonos ortodoxos.

Literalmente, colonos armados e uniformados, de novo adestrados para colonizar os nativos.

Israel vinha conduzindo proficuas conversações de paz com os palestinenses.

Até que subitamente, um jovem israelense ligado a Netaniahu, assassinou seu próprio Primeiro Ministro para que a guerra pudesse continuar.

E agora, sob o comando do próprio Netaniahu, o Serviço Secreto Mossad, dos melhores do mundo, faz vista grossa e relaxa a vigilância, para0llp permitir um ataque leve do Hamas, o qual seria fácilmente dominado.

Errou nos cálculos, tal como seu par russo.

Em 75 anos aconteceram na Palestina 4 pequenas guerras de curta duração, terminando com a vitória acachapante de Israel, acompanhada de ampliações do território.

A mais curta durou seis dias.

A atual, acontecendo nestes dias , " será longa" segundo seu próprio mentor.

Se ganhar estará apto para um quinto mandato.

Se perder será deposto, preso e condenado em Haia, a bem dos povos, israelense e palestinense.

A História se repete segundo leis bem definidas. Tal como Putin na Ucrânia, pela primeira vez Israel enfrenta um inimigo forte numa guerra longa.

Uma pequena nesga de terra, uma mínima Faixa de Gaza, um pequenino Davi ameaça a existência de um gigante Golias, aliado l

da maior potência militar de todos os tempos..

Ironias da História.