A AMBIÇÂO

        



       Esse traço caracteristico de certas pessoas distingue-as das outras: são as pessoas ambiciosas.

       Os mais humildes tendem a contentar-se com o pouco que possuem. Nem sequer cogitam da possibilidade de ir mais além. Faltam-lhes os meios.

       Outro fato diferente pode acontecer.

       Na medida em que uma pessoa cresce e prospera, ampliam-se os seus horizontes. Ele quer ir mais longe. O voluntarioso expande-se na medida de suas aptidões e força de vontade.

       Isso significa que, ocupar espaços mais amplos, está ao alcance de qualquer um, contanto que ele acredite em seu potencial.

       Assim formam-se os pequenos, os médios e os grandes impérios, nacionais e empresariais.

       Um funcionário de um banco, um office-boy, pode fazer carreira ali mesmo, abrir a sua própria agência, depois outra, e mais outra, em sua cidade, em seu Estado, em seu país e no exterior. Sua rede terá o limite de seu empreendedorismo.

       O mesmo princípio válido para uma pessoa, vigora também para uma nação. Ela pode extrapolar de suas fronteiras. Quando uma tribo, um povo, um país, se sente suficientemente forte, começa a cogitar de conquistar o seu vizinho, e assim sucessivamente.. Nasce o império colonial ou a colônia imperial. Os colonizados existem para servir a Metrópole.

       No Brasil foi assim, de 1500 a 1822, como colônia de Portugal. Outras poências vieram, os holandeses e os franceses. Não conseguiram, mas tentaram. Portugal venceu.

       Ingleses, franceses e holandeses tentaram nas três Guianas, e conseguiram.

       As potências européias conseguiram dominar a África, a Ásia, a América  e a Oceania, e por fim perderam todas as colônias. É que no século XX surge um forte impulso de libertação e descolonização. As metrópoles recolhem-se em seus estreitos limites e baixam seus "status". Seguem a lei natural da biologia:  o império nasce, enraíza-se, cresce, floresce, frutifica, viceja, decai, apodrece e cai. Uma lição não aprendida por alguns, nem no século XXl. Com todo o avanço da Ciência e da Tecnologia os Impérios atuais não percebem o trivial histórico., Insistem em acreditar que serão perenes, por exemplo Estados Unidos, Rússia e Israel.

       1) A Rússia nasceu na Ucrânia. Era a Russ de Kiev. Expandiu-se para o Norte. O Principado de Moscou expandiu-se em todas as direções, chegando até a barreira dos Montes Urais. Os Czares, não satisfeitos, atravessaram os Urais e conquistaram a imensa Sibéria, asiática, e chegaram ao Oceano Pacífico,  ocuparam  a região chinesa  de Haishenwai e no seu lugar, fundaram Vladivostok, "O Dominador do Oriente".

       Insaciáveis, atravessaram o Oceano, e pacificamente, conquistaram o  imenso Alaska, em território americano.

       Mais tarde, mesmo vendendo o Alaska, a Rússia continuou sendo o maior Império Colonial dos tempos modernos, com uma superfície igual a dois Brasis, onde abriga  uma  população de apenas 145 milhões de habitantes.

       O Império Colonial Russo Czarista continuou no século XX, ampliado com o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, mantendo os mesmos ideais expansionistas dos Czares, agora sob o pretexto de propagar o comunismo socialista  e promover a Revolução Mundial, nos moldes de Karl Marx.

       Após o colapso da União Soviética em 1991, o Império permaneceu estável até a virada do século, no ano 2000. Sob o domínio do novo Czar Vladimir o Putin, ressurgem os velhos ideais expansionistas, registrando-se aí  a Guerra da Chechênia,da Geórgia, da Moldávia, da Sinistria , a reconquista da Criméia, do leste ucraniano, da frustrada tentativa  de ocupar a Ucrânia inteira, como trampolim para novas conquistas, no intuito de reconstituir o Antigo Império Soviético-Czarista, e muito mais.

       Agora, o Império de Vladimir o Putin, associado ao Império  Americano de Trump, o Senil, ganha novo fôlego e ameaça viabilizar  suas ambições.

       Sua  caracterídtica  é que ela não tem limites.

       2) Em Israel impera a mesma ideologia. O Reino de Salomão, o Sábio, estendia-se desde as margens dos Rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque, até as fronteiras do Egito.

       Após Salomão, por divergências internas entre os herdeiros, o Reino se dividiu em Reino de Judá e Reino de Israel, os dois em permanente conflito. Judá durou 345 anos, Israel 204. Sobreveio então a ocupação do território por sucessivos Impérios, de duração limitada: os assírios, os babilônios, os sírios, os macedônios e os romanos.

       Ao tempo da dominação romana acontece a atuação de Cristo-Jesus, concretizando-se finalmente a longa espera do Messias, não como um líder militar e sim como portador de Nova Mensagem, uma Boa Nova, um ev angelion: "Meu Reino não é deste mundo."

       Aqueles judeus que não aceitaram o Novo, continuaram fiéis ao Velho, à Antiga Aliança.

       Revoltaram-se contra os romanos, foram contidos, seu Templo destruído , por fim dispersos pelo mundo. Foi a chamada  Diáspora.

       Vinte séculos se passaram, pontilhados de conflitos e perseguições, muito em função do apego  ao  Antigo.

       Só no século XX, em 1948, na esteira do Sionismo, é que foi fundado o Estado de Israel, o Estado Judeu, com a proposta de reconstituir o antigo País da Bíblia, do Antigo Testamento, falando a antiga língua hebraica dos antigos Hebreus, o Povo Eleito descendente de Abraão.

       No século XXl Netaniahu é a pessoa que melhor corporifica esses ideais. Aprova a colonização da Cis-Jordânia, promove a fundação de novos assentamentos ortodoxos fora de suas fronteiras, expandindo-se continuamente.

       A última proposta é ocupar a Faixa de Gaza,  e com investimento americano construir ali um Centro de Entretenimento e Lazer.

       3) O norte-americano Trump é a terceira personagem do século XXl imbuída dos mesmos ideais ambicionistas. Quer ocupar a Faixa de Gaza, o Panamá, o Canadá, a Groenlãndia e parte da Ucrânia, a parte rica em Terras Raras.

       Trump está há 45 dias no poder. Ninguém sabe até onde irão suas ambições ao completar o seu mandato de quatro anos, quando então poderá estar visceralmente unido ao Império Russo e ao Império Israelense. São os très Impérios que buscam, açodadamente, reconstruir o passado que já passou e não volta mais.

        Os três Impérios ambiciosos, tal como tantos outros,  já alcançaram um dia o apogeu; entraram em declínio e já ensaiam os primeiros passos rumo à extinção.

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