O INIMIGO
A estratégia é antiga e conhecida de todos: se o inimigo não existe é preciso fabricá-lo.
Essa tática, aplicada tantas vezes, foi eficientemente utilizada no governo Bush.
Quando a popularidade do Presidente estava baixa, a segurança aérea foi afrouxada para permitir o ataque às Torres Gêmeas e ao Pentágono.
De imediato o Presidente reagiu veementemente, sua popularidade ultrapassou 70% e iniciou-se a caça ao Bin Laden.
A próxima vítima foi o Iraque. acusado de possuir "armas de destruição em massa." O país foi todo vasculhado e as tais armas não foram encontradas. Mesmo assim o Presidente decretou a guerra ao Iraque, para atender uma exigência da indústria bélica que, a essa altura, já amargava 10 anos de paz.
Um outro exemplo foi a URSS. Desde sua fundação em 1922, a URSS (Rússia) sempre cultivou o fantasma do inimigo imperialista, capitalista ocidental. Esse imperialismo realmente existiu, porém jamais atingiu a URSS. Pelo contrário, foi a URSS que se aliou à ocidental Alemanha e, juntas, invadiram a Polônia e iniciaram a ll Guerra Mundial, em setembro de 1939.
Dois anos depois, em junho de 1941, a Alemanha nazifascista invadiu, traiçoeiramente, sua aliada URSS (Rússia).Essa foi a única vez que uma potência ocidental invadiu o território russo- soviètico.
De um dia para o outro a Rússia (URSS) mudou de lado, aliou-se ao Ocidente democrático, combateu e derrotou heroicamente o inimigo comum.
Da parte alemã era sua vez de criar o inimigo russo e unir o povo alemão em torno de seu Führer.
A vitória final coube aos quatro aliados: França, Inlaterra, Estados Unidos e URSS (Rússia).
Esperava-se que a Aliança vitoriosa continuasse vigorando contra o inimigo comum: a pobreza social.
Tal não aconteceu. A URSS distanciou-se do Ocidente e elegeu o mundo livre, democrático e próspero como seu inimigo nº1. Iniciou-se a Guerra Fria, que durou 45 anos, em benefício da indústria bélica. Durante todo esse tempo, 45 anos, mais os 35 anos seguintes, totalizando 80 anos, em momento algum ocorreu qualquer invasão do território russo por parte de qualquer potência ocidental.
O contrário sim, aconteceu. A URSS (Rússia) invadiu a Finlândia em 1939, a Hungria em 1956, a Tchecoslováquia em 1968, instalou mísseis em Cuba em 1962, invadiu a Chechênia, a Geórgia, a Moldávia e a Sinistria, a Criméia em 2014 e a Ucrânia em 2022. A única vez que um exército estrangeiro invadiu o território russo nos últimos 80 anos foi em agosto de 2024, a seis meses atrás. Desde a Revolução de Outubro de 1917 a Rússia vive sob o fantasma do mundo "capitalista, imperialista, democrático, livre e próspero."
A solução é fácil: basta fabricar um inimigo.
O ditador Putin também inventou o nazismo ucraniano. Invadiu, atacou e destruiu o país amigo e irmão étnico, convertendo-o em inimigo. Agora desesperado, Putin apela para seus dois velhos inimigos reais: a China e os Estados Unidos.
No Brasil sempre se cultivou a imagem da adversária Argentina. O Uruguai sim, derrotou o Brasil em 1950, mas ninguém o leva a mal.
Em 1947 a ONU decidiu dividir a Palestina em duas partes, para judeus e palestinos, separadamente. O Estado Palestino, previsto na Resolução, nunca foi criado.
A Guerra Árabe-israelense já se arrasta por 76 anos, em escala crescente. O último evento foi em Gaza, registrando-se 1000 baixas de um lado e 39000 do outro, totalizando 40000 vítimas. Enquanto dura a guerra o Ministro desfruta de imunidade parlamentar. É uma guerraa fratricida entre dois povos descendentes do mesmo pai, Abraão
São dois povos fraternos que antes conviviam pacificamente na Palestina e até hoje convivem pacificamente na Diáspora.
O sionismo inventou a discórdia. A guerra já se prolonga por 76 anos na Palestina e por 3 anos na Ucrânia, rendendo polpudos lucros para a indústria bélica.
Diante desse quadro resta-nos permanecer atentos para registrar os próximos inimigos fictícios a serem criados pelos oportunistas.
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