O poder político e o poder espiritual
Já nos primórdios do Cristianismo, entre os anos 30 e 33 da nossa era, ficou muito clara a distinção entre as atribuições do Imperador e as do Sacerdote.
Quando o fariseu pergunta se seria justo pagar imposto a Roma, recebe prontamente a resposta: "Dá a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus."
Naquele momento ficou clara a necessária separação das duas áreas de atuação.
Esse princípio está hoje consagrado na Constituição dos países que se emanciparam da Teocracia e adotaram a Democracia, inclusive no Brasil.
Entretanto, paradoxalmente, apesar de essas duas esferas de poder estarem juridicamente separadas conforme a Constituição em vigor desde 1988, reina ainda entre nós uma grande confusão e incompreensão quanto a esse conceito básico.
Essa fusão de poderes já se evidenciava na Roma medieval, no quarto século, quando o Cristianismo foi decretado religião oficial do Império Romano.
Essa confusão ou fusão de atribuições batia frontalmente contra a sabedoria cristã que recomendava a independência de poderes.
Essa mistura de competências perdurou por séculos, e até hoje, já no sec. XXI, ainda constitui um entrave para a comunidade humana em suas contínuas tentativas de organizar uma sociedade justa e fraterna.
A persistente relação promíscua entre Estado e Religião retarda a saudável evolução do organismo social e trava o pleno desenvolvimento das potencialidades latentes em cada ser humano.
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