MERA COINCIDÊNCIA?
Quando a União Soviética colapsou em 1991, iniciou-se para a Rússia um difícil período de 9 anos, uma transição da precária economia planificada para a menos precária economia neoliberal.
A antiga classe dominante, os donos do poder, os mais influentes membros do partido único, essa classe foi rapidamente substituída pela nova classe de oligarcas, empresários que assumiram as antigas empresas estatais, e prosperaram, vertiginosamente, em descompasso com a população.
A substituição de uma classe opressora, no estilo soviético, por uma classe empresarial, destinava-se, supostamente, a trazer benefícios para a sociedade em geral.
Tal não aconteceu nesse período. Contudo, novas possibilidades surgiam no horizonte, para desespero dos velhos burocratas que ainda sonhavam com o passado.
Na virada do século, com sua chegada ao poder, o novo presidente, o nostálgico ex-espião do KGB, viu aí uma oportunidade de reconstituir o
"glorioso" Império Soviético e, igualmente, seu antecessor, o Império Czarista.
Assim como a czarina Catarina, a Grande, conquistara a Criméia, arrancando-a do Império Turco-otomano, em 1783, assim também o atual Putin anexou a Criméia pertencente à Ucrânia, em 2014.
Até parece que a História se repete.
Os nobres em torno do czar foram substituídos pelos membros do Partido, com as mesmas funções opressoras.
Os atuais oligarcas, e ex-colegas do Serviço Secreto, assumem agora esse papel, contanto que participem do "esquema". Os que discordam são presos, condenados e arruinados.
A despeito dessas gritantes irregularidades, o padrão médio do povo vinha melhorando, num clima de relativa liberdade, aliás a grande novidade para o povo russo.
Foi aí que o mandatário absoluto, revelando sua incompetência, cometeu três erros cruciais:
1)Anexou a Criméia
2)Reconheceu a autonomia do leste ucraniano
3)Invadiu a Ucrânia
Interrompeu assim um auspicioso ciclo de prosperidade, impondo ao seu povo, novamente, o velho regime de terror.
Para concluir, o mais incrível é que, aqui mesmo, no nosso Brasil, a esquerda e a direita se unem em apoio ao novo czar, demonstrando, como fato inconteste, que os extremos se tocam, se igualam e se anulam.
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