PENTECOSTAIS
Na História das Religiões observamos o fenômeno frequente de uma corrente repetir uma anterior com um novo nome.
Algo inédito foi, verdadeiramente, o monoteísmo apresentado ao mundo pela primeira vez através do Povo Hebreu (judeu, israelita).
O Povo Hebreu foi, de fato, o primeiro povo eleito para praticar e sustentar, heroicamente, o monoteísmo messiânico, até a Virada dos Tempos, o Ano 0 da Era Cristã.
Uma vez cumprida sua Missão o Povo Judeu (hebreu) desviou-se de seus propósitos e continuou, nos 20 séculos seguintes, apegado ao Antigo, incapaz de captar a Nova Mensagem, a Boa Nova, o Ev Angelion..
Durante 20 séculos os descendentes hebreus pagaram um alto preço por essa opção, praticando, religiosamente, a Lei de Talião, e vitimados pela retaliação de outros.
Esse confronto permaneceu até maio de 1945.
Ao fim da ll Guerra Mundial duas correntes se bifurcaram no seio do Povo Eleito:
1) os israelitas, que permaneceram em suas respectivas pátrias adotivas
2) os israelenses, que emigraram para a Palestina a fim de restaurar o Reino de Israel e compensar o que não fora feito 20 séculos antes.
Os israelitas integraram-se, miscigenaram-se e prosperaram, pacificamente.
Os israelenses, pelo contrário, continuaram a velha política: isolaram-se, discriminaram-se e prosperaram, porém sob o fogo cruzado dos inimigos.
O belo exemplo de tolerância dos israelitas não foi copiado pelos ortodoxos israelenses.
Isso tem um preço alto pago por quem permanece defasado.
Cada um usa de sua liberdade e arca com as consequências.
Os palestinos também pagam um preço.
Quando 1400 israelenses morrem num atentado, em seguida 14000 (dez vezes mais) palestinos morrem em retaliação.
14000 + 150O= 15400 vítimas no total, por enquanto.
É um saldo negativo que, necessariamente, será compensado pela História.
O Judaísmo original teve sua continuidade no Cristianismo inicial dos primeiros séculos.
Só no lV século institui-se a nova versão, o Cristianismo Católico Apostólico como religião oficial do Império Romano, visceralmente ligado à Igreja.
Um modelo de Teocracia que não distinguia entre " o que é de César e o que é de Deus."
Assim como o Império Romano era uma réplica do Império Faraônico, assim também a sua contrapartida confessional.
Conforme Martinho Lutero o Catolicismo Medieval reeditava o Faraonismo Egípcio.
Após a Reforma o Protestantismo veio reviver o antigo Judaísmo, com uma roupagem cristã.
O Protestantismo veio a influenciar até a Economia nos tempos modernos. Vide " A ética protestante e as origens do capitalismo" (Max Weber).
A luta de todos contra todos, reforçada pelo Darwinismo Social, tem aí a sua fonte.
O protestantismo histórico evolui para o evangelismo atual, as centenas de denominações com ênfase no Antigo Testamento, apresentado apaixonadamente, sem religiosidade.
A falta de conteúdo é preenchida com dinheiro.
Daí a obsessão pelo sucesso material.
As melhores congregações são as que mais (se) enriquecem.
O disfarce é bem feito na forma de milagres encenados nos palcos, para atrair novos adeptos. São missioneiros, ao contrário do Judaísmo, que proibe missionar.
O puro sangue é pré-requisito para ingressar em Israel.
A contaminação é purgada no combate ao terrorismo.
O evangelismo é sub-intitulado pentecostal, em alusão à Festa de Pentecostes. " Pentecoste" designa o quinquagésimo dia após a Ressurreição..Os apóstolos, alguns até iletrados,
pregam para vários povos, e cada um entende em sua língua natal.
O mesmo milagre é encenado nas igrejas pentecostais.
O processo continua.
Na onda estão os neo-pentecostais, festivamente recebidos em Israel para apoiar o anti-terrorismo.
Assim caminha a Humanidade.
Para concluir recomendo aqui a magnífica obra de Emil Bock, "A Nova Reforma", Comunidade de Cristãos, São Paulo.
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