Militarização
A militarização no atual governo não constitui propriamente um perigo para as nossas instituições democráticas, visto que o Brasil está maduro para não permitir um novo desvio para o autoritarismo, como infelizmente teve que acontecer em 1964. Naquele momento o golpe militar era a alternativa para impedir o mal maior que seria a cubanização ou a sovietização da sociedade brasileira. Foi o remédio amargo, necessário. Era a "ditadura militar" que se impunha como opção para prevenir a ameaça da "ditadura do proletariado", encomendada pelos "guerrilheiros" à União Soviética via Cuba. Fomos salvos dessa triste possibilidade graças à firme intervenção militar no dia 31/03/1964. Exageros lamentáveis foram cometidos ao longo de 21 anos de regime de exceção, contudo nem de longe comparáveis aos ocorridos no Chile, Argentina, Cuba, Alemanha nazi e União Soviética.
Em 1985 o poder foi devolvido aos civis e a democracia restabelecida.
Muito diferente é o momento atual, em que um cidadão civil, ex-militar, ejectado do quartel por indisciplina e terrorismo, pretende, desajeitadamente, reconstituir aquele quadro vigente há 50 anos atrás.
Ontem saiu a notícia que 9 militares ocupam cargos na área da saúde.
O oficial militar recebe a formação adequada para suas funções próprias de sua especialidade. Recebe todo um treinamento para atuar em campo de batalha. Exercita a "ordem unida", como eu próprio fiz em meus tempos de exército. Todos iguais, fardados, marchando no mesmo passo, em perfeita uniformidade. Não poderia ser diferente. É uma exigência da profissão. Não existe espaço para variações.
Com formação militar uma pessoa se sentirá um estranho quando confrontada com muitas situações diferentes próprias da modernidade.
A sociedade é plural e assim deve ser. Diferente de um contexto unificado e uniforme, característico de um esquema militar.
Este é o problema: colocar a pessoa certa no lugar errado.
Logo veremos até quando a sociedade civil, multivariada, poderá adaptar-se a esquemas padronizados.
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