O Rebanho Leiteiro
A melhor forma de ordenhar vacas biodinâmicas é com as mãos: a tradicional ordenha manual. O retireiro laça um banquinho na cintura e desloca-se de vaca em vaca, levando consigo o assento móvel.
Primeiro ele "poja" o bezerro para "puxar o leite". Nada substitui a boca do filho para estimular as terminações nervosas presentes na teta da vaca- mãe. Imediatamente o impulso vai ao cérebro, aciona a oxitocina e libera o leite para a mamada, da forma mais prazerosa possível. É a realização da vaca.
O úbere materno compreende quatro tetas e quatro cisternas, independentes e harmônicas, porém variáveis em volume. Ao ser liberado o leite, as cisternas se enchem simultaneamente, armazenando umas mais outras menos, segundo sua capacidade. Daí a importância da ordenha manual, personalizada. O retireiro retira o bezerro, ordenha a vaca com todo carinho, cantarola uma canção, e deixa um leite residual para a mamada pós- ordenha.
Importantíssima é a okmamada pós-ordenha.
Atende mãe e filha. Esgotam-se as quatro cisternas, não restando nenhum leite residual como caldo de cultura bacteriana causador de mastite.
Modernamente realizam-se congressos internacionais exclusivos sobre mastite, o mais grave problema veterinário em nossos dias. Tudo isso, em grande parte, por conta da ordenha mecânica, sobretudo quando mal conduzida. Na pecuária convencional o recém- nascido é logo afastado da mãe "para não acostumar mal."
Aí as teteiras mecânicas sugam o leite a vácuo.E quando se esgota a primeira cisterna, a sucção continua no vazio. O trauma resultante faz proliferarem patógenos no local. Precisa ser detectada e tratada imediatamente com antibióticos, caso contrário irá propagar-se às outras tetas e às outras vacas. O prejuízo é enorme.
Para concluir ressaltamos aqui mais uma vantagem da ordenha artesanal: ocupa mão-de-obra. Contribui para resolver o mais grave problema social dos tempos modernos, fruto do avanço tecnológico: o desemprego.
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