DILEMA
Nossa parceira Rússia vive o mesmo dilema.
Após 70 anos de estatização soviética a falência do modelo ensejou uma enxurrada de privatizações
Não funcionou, pois os lucros exorbitantes dos novos empresários eram aplicados no Ocidente, em mansões, iates, castelos e em off-shores.
Após 10 anos de oligarquia dinheirosa e penúria social, sobe ao poder o Putin, disposto a combater a oligarquia e estatizar o quanto possível.
Alguns oligarcas remanescentes ainda pagavam tributo ao monarca. Os dissidentes eram presos, condenados, envenenados ou saltados pelas janelas.
A lógica era perfeita. A privatização rendia ao tirano 50% de participação nos lucros. A estatização garantiria 100%.
Uma grande parte para investimentos no exterior.
Outra parte para modernizar a indústria bélica.
A menor parte para alimentar o fanatismo patrioteiro da massa via lavagem cerebral.
Como a tradicional educação russa sempre foi patriótico-militar desde o jardim da infância, então Putin precisava provocar algumas guerras e voltar vitorioso para os braços do povo.
Tinha e tem sempre o cuidado de escolher adversários fracos: os rebeldes na Síria, os rebeldes na África, os separatistas na Chechênia e na Geórgia, os ucranianos na Criméia e no Donbass. A popularidade lá em cima, subindo a cada campanha.
Faltava ainda uma guerrinha de três dias.
Animado com aqueles pífios sucessos e informado por seus leais agentes secretos Putin resolveu invadir, conquistar e anexar a Ucrânia inteira em24/02/2022 e ampliar seu despotismo.
Deu ruim.
Os três dias iniciais estendem -se para treze meses, prevendo-se a ruína da monarquia até outubro deste ano.
Mas uma pergunta intrigante exige uma resposta:
Como é possível à Gigante Rússia, cambaleante, sozinha, isolada, sustentar por meses a fio uma sangrenta guerra contra brava Ucrânia, aliada à maior força militar do planeta, a OTAN, um moderno conjunto de 31 países livres e democráticos, à frente os Estados Unidos, dez vezes mais forte que a soma dos outros.
Matem essa charada, por favor!
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