NUTRIÇÃO

 

 


Agricultura e produção de alimentos implicam em alimentação e nutrição, quer dizer saúde individual e coletiva.

Por esse motivo agricultura está diretamente relacionada a todas as outras atividades humanas. É a profissão social por excelência.

Daí a importância de entender a verdadeira essência da nutrição.

Em princípio entende-se por nutrição como ingestão de nutrientes que depois se despositam nas células para formarem tecidos e órgãos. É a visão grosseira de nutrição, parcialmente válida.

Complementando essa noção temos a nutrição sutíl. Se não de que adiantaria ingerir tanta comida ao longo do dia.

Começa pelo farto café da manhã ou desjejum, continua ao meio-dia por um lauto almoço, o lanche da tarde e o variado jantar às 19:00 horas.

Para que ?

De que serve consumir 2.000 calorias diárias e de manhã jogar tudo fora no vaso sanitário?

Esse questionamento é válido.

Na verdade os componentes materiais do alimento servem para nutrir o sistema neuro-sensorial, o cérebro e o resto do sistema nervoso.

As energias sutis (calorias) alimentam o sistema ritmico-circulatório e o metabólico-motor. As forças calóricas contidas no alimento adensam-se para formar massa corporal e massa óssea.

È de suma importância que o alimento contenha essas forças, etéricas e astrais, e que sejam liberadas no processo digestivo. Caso contrário o ser humano não desenvolverá adequadamente a percepção nem a criatividade artística.

Tudo começa na boca, o primeiro órgão do aparelho digestivo. A trituração pelo dente é o primeiro passo no processo de homeopatização e dinamização, ou potencialização homeopática. As forças contidas no alimento começam ai a ser liberadas por trituração, abreviada na farmacologia pelo termo  trit.

É a dinamização mecânica.

A digestão continua pela ação da ptialina da saliva, que libera as forças contidas no amido.

Em ruminantes temos ainda o reforço da ruminação, complementando a trituração dentária e a rutura enzimática.

  Em monogástricos, a massa alimentar, mastigada e ensalivada, sofre a ação do suco gástrico, um ácido de forte poder diluidor .

Em ruminantes, poligástricos, o bolo alimentar é ainda mais digerido pela população microbiana do rúmen. Bactérias celulolíticas degradam a celulose . As amilolíticas degradam o amido. A sacarolíticas degradam a sacarose. Da mesma forma as proteolíticas (proteína) e ureolíticas (uréia).

Em monogástricos, p. ex. homem, o bolo alimentar passa do estômago ao intestino delgado. Em poligástricos, ruminantes,  o bolo transita do conjunto rúmen-retículo para o omaso e o abomaso. Só então cai no intestino delgado. A massa alimentar passa portanto por várias fases sucessivas: mecânica (trituração), enzimática (ensalivação), biológica (flora ruminal), física (prensagem no omaso), química (sucos abomásicos).

Só então cai no intestino delgado e ainda recebe a ação dos sucos  entérico, pancreático e biliar. Passa então espremida pelas reentrâncias das vilosidades intestinais, para ser então absorvida pela corrente sanguínea. Daí a importância de as vilosidades estarem ativas para absorver. Se estiverem coladas, celíacas, a superfice será mínima, causando desnutrição.

A massa restante segue para o intestino grosso, onde ainda acontece absorção de água e vitáminas. Por fim a massa fecal é eliminada pelo ânus. Se a eliminação é incompleta as substâncias indesejáveis e impróprias causarão intoxicação. 

O que fica envidente é a importâncias das forças liberadas ao longo de todo o processo, da boca ao intestino grosso. Essas forças, calóricas e lumínicas adensam-se (calorias engordam) e como um combustível, mobilizam o organismo para assimilar as forças e matérias cósmicas que verdadeiramente nutrem.  O organismo precisa sintonizar-se com o cosmo.

Parte das subtâncias grosseiras é também importante para o sistema nervoso. É a matéria terrestre que nutre o cérebro, sede do eu individual no homem e do eu grupal no animal. É a matéria da terra, pois vivemos agora na Terra, na quarta fase da evolução da Terra e do Homem (Ciência Oculta, R. Steiner).

Trata-se agora de trabalhar sobretudo a terra, o ager, o elemento terroso sólido, o agro. O elemento liquido já foi devidamente trabalhado na terceira fase da evolução, na Antiga Lua. Daí a inconveniência de supervalorizar o liquido com bebidas alcoólicas e refrigerantes acompanhando as principais refeições para diluir e inibir a ação dos sucos digestivos. 

Segue-se a importância para o animal e o homem de consumir alimentos biodinâmicos, cultivados com composto sólido, enriquecido de preparados, absorvido pela raiz, que corresponde  à cabeça, o sistema neuro-sensorial da planta. Só a raiz tem a percepção para selecionar e dosar os nutrientes segundo suas necessidades específicas e individuais. O alimento  biodinâmico será adequado para desenvolver no homem seu potencial artístico e criativo, destacando-se da população uniforme e massificada. Na planta é a cabeça, o sistema radicular, que absorve os nutrientes sólidos via solo.  Não as folhas, comumente usadas por convencionais  como órgãos de absorção de nutrientes via adudo líquido foliar. Explorar a folha como orgão absorvedor é retroceder ao passado lunar ou aos primórdios da evolução terrestre quando surgiu a alga aquática. Não durou muito . Logo a alga buscou uma simbiose com  o fungo e originou o líquen, o primeiro vegetal a iniciar a marcha evolutiva de conquista da terra firme. Um processo que continua até hoje, embora muitos, inconscientemente, insistam em retroceder. É com essa consciência que o agricultor moderno, seguindo os sábios ensinamentos de Rudolf Steiner,  pratica a biodinâmica para, no presente,  promover a evolução voltada para o futuro. 

Produtor e consumidor, irmanados, formam o CSA, a comunidade auto-sustentada. 


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