QUADRIMEMBRAÇÕES - VIERGLIEDERUNGEN

 Existem sete quadrimembrações, ou seja, sete conjuntos de quatro que apresentam uma clara correlação entre si.

O primeiro grupo de quatro é a entidade humana. Compõe-se de quatro membros: o eu, o corpo astral, o corpo etérico e o corpo físico.

O corpo físico é o corpo visível, acessível aos órgãos sensoriais. Compõe-se de elementos que ocorrem na Natureza. É o que o homem tem em comum com o mundo mineral que o envolve. É o cálcio, o fósforo, o enxofre, o carbono, o nitrogênio, o oxigênio etc. São elementos da Natureza representados por letras na Tabela Periódica. Cada elemento tem seu número, sua massa e sua estrutura orbital, estudado pela física, pela química e pela biologia. Pelas Ciências Naturais.

O corpo físico o homem tem em comum com o reino mineral.  Subindo um novo degrau, alcançamos o corpo etérico, oculto, invisível, só perceptível pelos órgãos supra-sensoriais. É um corpo de forças que organiza os elementos de modo a expressarem vida. É o que o homem tem em comum com a planta, com o reino vegetal onde a semente germina, cresce, floresce, frutifica, reproduz-se, fenece e morre. Cumpre um ciclo vital.

Logo acima um novo degrau nesta escala ascendente: é o corpo astral. Uma instância responsável pelos sentimentos, instintos, emoções, paixões, reações, movimentos. É o que o homem tem em comum com o animal.

Por fim galgamos mais um degrau e aí identificamos o eu, pessoal, individual, a característica essencial do homem. É o que distingue um indivíduo de todos os outros. É diferenciado. Tende à individuação, à personalização.

Trabalhando em sua própria evolução, ou seja, seguindo uma disciplina espiritual, o ser humano gradativamente se destaca.

Evolui e aproxima-se mais e mais de sua verdadeira identidade, sua meta evolutiva.

Quando não o faz estaciona ou regride. Deixa-se levar pelas meras circunstâncias do seu quotidiano. Por livre decisão.

Ao invés de alçar-se à sua autêntica condição humana, corre o risco de rebaixar-se ao estágio animalesco.

Por opção. Em pleno gozo de sua liberdade.

O homem é em princípio livre para optar, evoluir ou involuir, avançar ou retroceder. Arcar com as consequências e colher os frutos, doces ou amargos.

O animal, por sua vez, não possui o dom da escolha. Seu comportamento é condicionado geneticamente.

Não responde por seus atos. Não possui um eu próprio, individual. É membro de um conjunto maior, um grupo, um coletivo. É parte integrante do rebanho, do bando, do cardume, da alcatéia etc. É possuidor de um eu grupal, não diferenciado, integrado ao seu habitat selvagem.

Quando o animal é desligado de seu contexto e tratado pelo homem como animal doméstico, ele perde o vínculo com o grupal e torna-se mais dependente de cuidados por seu tratador. Tende a desenvolver um rudimento de eu. Pode até receber um nome e atender pelo nome. Recebe um adestramento.

O ser humano, dotado de um eu individual, recebe uma educação.

O adestramento é uma mera domesticação, tendendo ao nivelamento ou massificação.

O adestramento, repetitivo, serve para moldar o comportamento segundo um padrão pré- determinado. 

É o que acontece em sociedades humanas autocráticas.

Eis a questão: individualizar ou grupalizar?

Durante o sono profundo ou o coma profundo o ser humano equivale a uma planta. O corpo astral e o eu se desprendem, o que fica dormindo na cama é o corpo físico e o etérico.

No sono ou no coma o ser humano mantém-se em vida vegetativa, com.uma consciência vegetal. Como uma planta que dorme profundamente.

No sonho ou sono superficial mantém uma consciência onírica, própria do reino animal.

O animal sonambula, alheio a qualquer pessoa famosa que passe por ali, como por exemplo uma vaca, ruminando,  absorta, totalmente entregue ao metabolismo.

O ser humano, pelo contrário, desenvolve a consciência de vigília, desperta, ciente de si mesmo e dos outros.

O mineral, o reino inferior, abaixo de todos os outros, declaradamente sem vida, possui uma consciência mineral própria de seu nível evolutivo.

Um exemplo: o elemento sódio tem um electron na camada de valência. É um elemento masculino.

O elemento cloro (ou clora) tem um electron a menos na camada de valência. 

É um elemento feminino.

O sódio é Na+, o cloro (clora) é Cl-

 Portanto valências positiva e negativa respectivamente.

Ambos sentem um impulso irresistível de se ligar ao elemento oposto.

Encaixam-se perfeitamente.

Desse casamento surge o NaCl, o cloreto de sódio, o conhecido sal de cozinha.

Formam uma união estável.

Unem-se por afinidade química, própria do mineral.

É a química do casal.

Os humanos unem-se por afinidade eletiva.

É a Wahlverwandtschaften, artisticamente apresentada por  Goethe em sua obra "As afinidades eletivas".

O ser humano é capaz de eleger a sua alma gêmea.

Os quatro membros do ser humano correspondem aos quatro reinos e aos quatro níveis de consciência.

Restam ainda quatro quadrimembrações, das quais falaremos oportunamente. Por fim galgamos mais um degrau e aí identificamos o eu, pessoal, individual, a característica essencial do homem. É o que distingue um indivíduo de todos os outros. É diferenciado. Tende à individuação, à personalização.

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