SAUDOSISMO

É um traço comum em idosos depois de virem passar o brilho da juventude.

"Sic transit Gloria mundi", diziam os romanos após a queda do seu Império: "Assim passa a Glória do mundo."

A França que o diga. Sua última glória foi Napoleão, encerrada em um dia na Batalha de Waterloo, em 18/6/1815. Caiu o Imperador, que não era francês; era corso.

Terminou seus dias isolado na remota Ilha de Santa Helena.

A França tentou reerguer-se em 1870-71.Em vão. Viu o Império Alemão, o ll Reich,ser fundado na Sala dos Espelhos do Palácio de Versalhes, em Paris.

Graças ao vacilo de Scholz, o mais poderoso e medroso líder europeu, Macron busca restaurar a gloriosa França e assumir o saudoso protagonismo contra a Rússia.

A Alemanha teve seus dias de glória na campanha de unificação sob Bismarck, que era prussiano, nos tempos do ll Reich.

Hitler, que era austríaco, tentou resgatar a antiga glória e se deu mal. Acabou num bunker.

A última fase gloriosa da Rússia foi na União Soviética, sob o domínio de Stalin, que não era russo. Era georgiano, nascido na Geórgia, uma colônia russa.

Depois de Stalin ninguém

mais o superou em crueldade.

Só agora, no sec XXl, é que Putin tenta superar seu ídolo e reconstituir o Antigo Império. Puro saudosismo, temperado com delírio. Para isso quer permanecer no poder por 36 anos, 7 anos a mais que seu rival inspirador.

A diferença é que Stalin só possuía armas convencionais.

A nossa sorte hoje é que Putin é aquele que ladra e só blefa.

Com 5300 ogivas  no depósito, até agora não cumpriu nenhuma ameaça nuclear de retaliar o Zelensky, seu único contra-atacante.

Os EUA, hoje a única e absoluta superpotência mundial, com orçamento militar de 800 bilhões US$, estão na iminência de cair sob o domínio do saudosista Trump, America First, American Dream.

Se o delírio vencer, abandonará a OTAN, seu maior aliado, aliar-se-á ao inimigo Putln, isolar-se-á, perderá a América Latina e condenar-se- á ao ostracismo.

É o fim melancólico das almas decrépitas.