A CLT


A história da Consolidação das Leis Trabalhistas ilustra bem como uma proposta redentora em determinado momento histórico revela-se anacrônica e inadequada nos tempos atuais.
A idéia nasceu na Itália, no âmbito do regime fascista de Mussolini, instalado em 1922.
Era parte da "Carta del Lavoro", com o objetivo de proteger o trabalhador contra os desmandos do empregador. Foi tudo projetado e praticado  nome da "justiça social."
No bojo da carta incluía-se a formação de sindicatos, atrelados ao Estado, este onipresente em todos os eventos.
Esse modelo foi fielmente transportado para o Brasil, precisamente em 1943, por iniciativa de Getúlio Vargas, ditador desde 1930 e simpatizante do regime teuto-italiano de então.
Com um detalhe: a Lei Trabalhista focava na proteção do trabalhador urbano e excluía o trabalhador rural. 
As regalias desfrutadas pelo trabalhador urbano foram mais um motivo para atrair o homem do campo para as cidades, em busca de melhores condições garantidas pelo trabalhismo getulista.
O "pai dos pobres" iniciou um processo contínuo de inchaço das cidades, expandindo a população periférica e favelizada. Tudo bem calculado. Inchando as cidades crescia a oferta de mão-de-obra barata e aumentava o poder de barganha da classe empresarial. Simultaneamente o campo se esvaziava e abria espaço para a incipiente "Revolução Verde", a crescente substituição do homem pela máquina.
O duplo resultado todos sabemos:
1) a superpopulação urbana, desempregada e marginalizada, criminalizada e intoxicada.
2) o preenchimento do campo com tecnologias agressivas ao meio-ambiente.
Este é o quadro que se nos apresenta: 14 milhões de desempregados representando 50 milhões de brasileiros desamparados por qualquer "lei".
Nem tudo está perdido.
Diagnosticar a doença é o primeiro passo. O próximo é curá-la.
Se o êxodo rural é um mal, a solução é o êxodo urbano. Primeiro fixar o homem no campo, depois levar de volta às origens o antigo lavrador e descendentes, que se perderam nas margens iludidos pelas luzes da cidade.
A agricultura artesanal é a melhor terapia, individual e social, para sanar os males criados pelos salvadores da pátria.

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