O PAÍS TEM JEITO
Sucessivos governos se alternam no poder, cada um fazendo propostas, opostas ao anterior.
Alternância de poder é privilégio da democracia.
Se algum poderoso se encastela no palácio, significa que o "demos", o povo, não tem mais poder, "kratos". Geralmente todo eleito pelo demos cobiça ser autocrata, por ele mesmo, ou seu filho, ou seu indicado.
Muitos, quando perdem, revoltam-se, e reagem, capitolicamente, como maus perdedores. E continuam perdidos.
É assim em Cuba, na Venezuela, na Coréia do Norte, nos USA, na antiga URSS, na atual Rússia. São fatos.
Vejamos o Brasil.
A ameaça esquerdista de 1963 produziu a ditadura direitista de 1964.
21 anos depois a ditadura militar perdeu o poder para a sociedade civil. E os governos se sucederam, democraticamente. O fracasso de um gerava o outro, o adversário.
Em 1990 assumiu a direita, collorida.
Dois anos depois perdeu para o centro, equilibrado.
Este passou para um meia-esquerda, que se repetiu duas vezes.
Seu fracasso criou um esquerda, declarado disfarçado, que se manteve 3,5 vezes.
Um direita declarado, indicado pela esquerda, completou o mandato, melancólica mente.
O fracassado da direita, vice da esquerda, deu cria: o extrema direita. Este, não conseguindo governar, escorregou para o centrao, o qual "de facto" assume o poder.
Tudo se alternou continuamente, a "cracia" mudando de mãos, opostas.
Tudo mudou, só o "demos" continua o mesmo. Este não muda, mas muda suas escolhas.
56% escolheram o atual e reduziram-se a 22.
O fracasso do direitão-centrão está gestando o esquerdão, que ameaça voltar, com a garantia que fará tudo diferente, espera-se, diferente de seu antecessor, e diferente dele mesmo, o qual, durante 14 anos, 3,5x4, perdeu a melhor oportunidade de endireitar-se.
Continuo concordando com Roberto Carlos:
"Um dia tudo vai mudar."
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário.- Leave your comment