Propriedades organolépticas


Estava há pouco na horta observando um pé de manjericão. Fixei-me nas cores, no verde das folhas, nos matizes das flores. Mastiguei,  captei o sabor e absorvi o aroma.
Toquei na planta e senti sua sedosidade. Essas são as propriedades sensoriais, percebidas pela visão, pelo olfato, pelo tato, pelo paladar. São propriedades organolépticas, porque temos órgãos sutis (organon - leptos), adaptados para captar as delicadas qualidades que emanam de todos os seres.
Este é um passo: abrir-se aos fenômenos e deixar que eles falem por si. Que eles se revelem em sua pureza, sem nenhuma interferência. A planta simplesmente se manifesta.
A percepção sensível apura-se vagarosamente, desvendando novos e novos cenários, ampliando horizontes, desconhecidos.
Captar o que aparece aos sentidos é um contínuo exercício de aprimoramento.
A prática conduz o observador a outros mundos.
Por trás da aparência, que aparece e resplandece, vive uma realidade superior, dita oculta.
A aparência fenomenal é a ponte que conecta com a origem, as origens, que vão se desdobrando em sucessivas oitavas.
Foi o caminho percorrido por Joseph Priestley.
Em 1772 Priestley descobriu que as plantas modificam o ar atmosférico de modo inverso ao dos animais. Foi o primeiro a reconhecer a polaridade fotossíntese-respiração. Seu grande mérito foi identificar o fenômeno, que sempre existira e sempre passava despercebido.
Nisso consiste a virtude do cientista: descobrir o óbvio. "O gênio vê o que ninguém via."
Depois de Priestley outro pesquisador, Ingenhousz, descobriu que a luz catalisa a reação de fotossíntese. E depois dele, e até hoje, novas facetas da fotossíntese vão sendo "descobertas," embora já existam há milênios.
Hoje a Ciência Natural associa a folha verde à luz do Sol. Mas o que dizer das outras cores? Do vermelho, do amarelo, do azul?
Devemos à pesquisa suprassensível, científica, espiritual, a correlação das cores com os planetas. O vermelho da rosa, ou o amarelo do girassol, têm a ver com as radiações solares repassadas por Marte, ou por Júpiter.
Espera-se que a Ciência Oficial venha a confirmar a validade dos dados fornecidos pela Ciência Espiritual, enquanto autêntica.
Mas se já avançamos bastante no vasto domínio das cores, que dizer dos aromas, dos sabores, da sedosidade?
É um horizonte fértil que se descortina ante o observador.
Aquele que navega, livre das âncoras que o prenderiam a conceitos e preconceitos, pré-estabelecidos.
Neste sentido a agricultura biodinâmica é, em essência, um caminho iniciático, de mão dupla, com idas e vindas, com destino bem definido.

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