A BUSCA
A busca da verdade pressupõe total isenção de ânimo. O historiador despoja-se de toda animosidade e mantém a devida distância para contemplar os fatos com a necessária objetividade. Só assim ele é um historiador. Não revela qualquer matiz ideológica. Não deturpa a realidade, não enviesa os acontecimentos.
Há 75 anos vimos acompanhando a Guerra Árabe -Israelense. Essa guerra merece ser objeto de um estudo histórico. É parte da história de islâmicos e de judeus, os praticantes de duas religiões monoteístas, que travam hoje ferrenhos combates.
O Povo Hebreu, ou o Povo Judeu foi o Povo Eleito para cumprir importantíssimas missões em prol da evolução da Terra e do Homem. Naquela época somente o Povo Hebreu reunia as virtudes necessárias para o cumprimento das referidas missões, a saber: o monoteísmo, o pensamento lógico e o Messianismo.
No ano 0 da nossa era, na Virada dos Tempos nasceu o menino Jesus, de Maria e José, descendentes de David. Começava aí o cumprimento da terceira missão, a messiânica. Já aos 12 anos o jovem Jesus encantou os Senhores do Templo com sua argumentação.
Aos 30 anos o homem Jesus apresentou-se para receber o batismo no Rio Jordão. Dos 30 aos 33 anos atuou na Terra Santa como o Cristo Jesus.
O Feito de Cristo, a obra realizada por Cristo nestes três anos representou a maior transformação jamais ocorrida no seio da Humanidade. Foi o salto do Velho para o Novo. Da Lei de Talião para a Lei do Perdão. A capacidade de perdoar o inimigo foi, seguramente, a maior virtude trazida aos Homens naqueles tempos. Perdoar o traidor, o negador, os algozes etc, era uma qualidade humana impensável até então.
O Feito de Cristo, em toda sua abrangência, representou o nascimento do eu, subentende-se, do eu interior, do eu superior, o eu humano que vinha sendo longamente gestado pela Humanidade, e que agora, no ano 33, é dado á luz. Manifesta-se, accessível para todos. Para todos os que buscam.
A força do eu individual, livre e responsável, foi plasmada no etérico da Terra e reverbera até hoje, ao alcance de qualquer um que busque.
Imaginemos que somente o Povo Hebreu, o Povo Eleito, o único à altura de cumprir tão elevada missão.
A missão foi exemplarmente cumprida pelo povo escolhido para tal. O Povo como um todo.
Naqueles três anos mais e mais pessoas simples do povo, judeus devotos do Templo e das Sinagogas, seguidores dos preceitos tradicionais, abriam-se agora para o Novo e viam um vasto horizonte, amplo de potencialidades, revelando-se à sua frente.
A Cortina do Templo rompe-se de cima abaixo,´. O Santíssimo está exposto. Não é mais privilégio de um homem, o Sumo Sacerdote.
A transformação ocorrida foi de tal magnitude que exigia, sobretudo , simplicidade para ser devidamente reconhecida.
A casta erudita que administrava
o Templo, os saduceus, os fariseus, os escribas, os doutores da Lei, e seus servidores, estes,por si mesmos, excluíram-se do processo transformador. Por livre escolha, permaneceram fiéis ao passado, ao Antigo. O peso de sua superioridade os impedia de alçar novos vôos. Jamais podiam assimilar a grandeza contida na frase : "Bem aventurados os simples" . Continuaram optando pela grandiosidade exterior.
Veio o conflito armado contra Roma, seu Templo foi destruído e o Povo Eleito dispersou-se pelo mundo, conservando em todos os lugares as suas tradições, a sua etnia, a ortodoxia, a sua fidelidade ao passado.
Formando núcleos exclusivos nos diferentes lugares em que se estabeleciam, sempre foram alvos de hostilidades por parte de pessoas, grupos e até de governos. Foram vinte séculos de contínuas perseguições, pogroms e holocaustos. Lutaram o tempo todo contra o ferrenho antijudaísmo. Desenvolveram habilidades extraordinárias para superar os mais terríveis obstáculos. Formaram brilhantes cientistas, pensadores, filósofos, artistas, comerciantes. Na medida em que se destacavam nos mais diversos campos, mais eram visados, por pessoas e por autoridades. E mais os judeus se uniam e se fortaleciam.
A culminância desse longo e doloroso processo aconteceu entre 1933 e 1945: o último holocausto na Alemanha nazista. Nos últimos 80 anos não mais ocorreram nem holocaustos nem pogroms. Os judeus, estabelecidos nos diferentes países que os acolheram, ali vivem, próspera e pacificamente, aculturando-se e miscigenando-se com os outros, a gente do povo, os "goym". Essa é a sua garantia de paz e prosperidade, um privilégio para aquela parcela da população judaica que optou por assimilar-se às diferentes culturas locais.
A outra metade optou por manter-se aferrada ao Velho. Montou o Estado de Israel, para ali praticar o antigo exclusivismo e falar a antiga língua.
A população israelense paga um preço alto por optar pelo retrocesso. Em História essa é uma decisão gravíssima: fossilizar a cultura. O resultado é que 260 bilhões de dólares norte-americanos foram injetados no país para mantê-lo vivo. Uma aberração histórica tem um custo alto, financeiro e humano.
Recentemente mil israelenses foram assassinados e 300 foram sequestrados como refens. A resposta imediata foram 39 mil moradores de Gaza assassinados como vingança. São todos moradores do mesmo país, vítimas desse destino.
E tudo isso exige mais e mais recursos bélicos e financeiros para sustentar uma situação insustentável. São muitos recursos externos, não gerados dentro do país
Se o problema é insolúvel e o país inviável, por quanto tempo será possível mantê-lo funcionando, artificialmente, enquanto não chega o "Messias verdadeiro"?
A História responderá.
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