A CONTINUIDADE II
Assim entenderam os doze apóstolos, e Saulo, chamado Paulo, de Tarso, convocados para anunciar a Nova Fé a todos os povos.
Assim está escrito: "Vós ouvistes dizer: Olho por olho, dente por dente. Eu porém vos digo: Amai os vossos inimigos."
"Amar o inimigo" foi a mais ousada proposta jamais colocada ao ser humano. Difícil de ser cumprida. Não impossível.
Um dos que assim pensavam foi Saulo (Paulo) de Tarso: 1) Judeu (hebreu, israelita), nascido em Tarso, uma província grega.. 2) Formado rabino, na Escola de Rabinos de Jerusalém. 3) Cidadão e oficial romano, encarregado pelo Império para perseguir e aniquilar o incipiente Cristianismo.
Foi na estrada, a caminho de Damasco, que Saulo, depois Paulo, vivenciou a sua conversão, de feroz perseguidor a destemido defensor e propagador da Nova Fé.
Como tal Paulo fundou inúmeras comunidades cristâs, na Grécia, em Roma , em todo o espaço mediterrâneo. visto que ele dominava as três línguas e as três culturas, e assumira o compromisso de disseminar o Cristianismo entre os gentios, nâo-judeus.
A Comunidade dos Hebreus em Jerusalém, fundada por Pedro, foi emblemática. Congregava os Hebreus que aderiram à Nova Mensagem, em contraposição à facção dos Saduceus, dos Fariseus, dos Escribas e dos Doutores da Lei, que permaneceram fiéis ao passado, incapazes de ousar o novo passo: perdoar o inimigo.
No ano 70, em resposta a uma rebelião, o Templo de Jerusalém foi destruído pelos Romanos e os Hebreus (Judeus, Israelitas), seguidores da casta dominante, foram expulsos e dispersos por diferentes lugares. Foi um processo histórico chamado "diáspora", uma palavra não hebraica, nem romana. É uma palavra grega que significa "dispersão."
Na Terra Santa a maioria aderiu a Paulo e aos apóstolos, todos judeus, convertidos. Uma parte permaneceu fiel à Antiga Aliança e optou pela diàspora.
Nos vários lugares em que se estabeleceram, fundaram núcleos fechados, coesos, unidos para resistir à dura pressão da vizinhança. Essas comunidades diferenciadas, tal como na antiguidade pré-cristâ, continuaram sendo alvos da perseguição por parte da população local, cidadãos do Império e adeptos da nova corrente religiosa fundada em Roma no seculo IV, a Igreja Católica Apostólica Romana, moldada nos padrões mitológicos do Império e inspirada no Império Faraônico do Egito, igualmente perseguidor do Povo Eleito, comandado por Moisés.
Vejam bem a continuidade da História.
Tal como nos 15 séculos pré-cristãos, também nos 20 séculos da nossa era, desde o século 1 ao século 21. As hostilidades anti-judaicas continuaram.
No meio do século 20, aconteceu o segundo grande "cisma" no seio da religião judaica. Uma metade, cerca de 7 milhões de pessoas, optou por permanecer na diáspora, com a perspectiva de viver próspera e pacificamente nos diferentes países que os acolheram. A outra metade, optou por emigrar para fundar e consolidar o Estado de Israel.
Era a proposta sionista. Praticando o terrorismo, contra ingleses e palestinos, estabeleceram-se em Israel, para ali viver, só entre eles, precariamente, num barril de pólvora, em permanente submissão aos EUA, e cercados de inimigos por todos os lados.
Não mais os pagãos politeístas dos tempos pré-cristãos, nem os mitológicos do Império Romano, e sim os monoteístas islâmicos, descendentes de Abraão, fiéis de Alá e Maomé.
Uma simples troca de nomes.
Os israelitas aculturaram-se, prosperaram, pacífica e autonomamente, na diáspora, ao passo que os israelenses lutam até hoje, desesperadamente, para sobreviver ao fogo inimigo, em lamentável dependência financeira da nação norte-americana, por sua vez dominada pelo WASP , White Anglo Saxon Protestant, tendo em Donald Trump o seu melhor representante.
Um estado de submissão jamais desejado pelos israelitas.
Resta agora aos israelenses a opção de repetir a História e empreender uma nova diáspora, a exemplo de Moisés. Emigrar de volta aos diferentes países de origem, ao Chile, Argentina , EUA, Brasil, Europa, África, Ucrânia e Rússia pós-putin e continuar fecundando as diversas culturas, rumo à conversão voluntária.
Uma diáspora, não forçada pelos faraós, nem pelos romanos, nem pelos germanos, e sim pelos maometanos. que reivindicam o seu lar.
Hoje, a qualquer cidadão, romano, grego ou troiano, é facultada a oportunidade de mudar, de escrever uma nova História, e interromper o vicioso repetitivo ciclo de atrocidades que assola a Humanidade desde sempre, em função da vetusta Lei de Talião, a Lei da Retaliação.
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