Luciana Rainho Avila nos remete, com a singeleza de seu poema.... Fazenda Vale das Palmeiras, do ator e também produtor Marcos Palmeira

Luciana Rainho Avila nos remete, com a singeleza de seu poema, ao dia-a-dia de uma propriedade rural que pratica o conceito de organismo, em que todos os elementos se apresentam de forma integrada, sem esquecer o social. Na região de Teresópolis, no Estado do Rio de Janeiro, fica a Fazenda Vale das Palmeiras, do ator e também produtor Marcos Palmeira, com 200 hectares, dedicados à produção orgânica.
Essa opção revela um produtor interessado em deixar sua contribuição para um mundo melhor.
E para auxilia-lo na realização deste sonho, ele conta com a assessoria do consultor da Associação de Agricultura Biodinâmica João Carlos Avila.

"Aprendemos muito também com uma das figuras mais interessantes em termos de pensamento biodinâmico: o Senhor João Carlos Avila, para quem não existe praga, mas desequilíbrio; ele conseguiu transmitir este conhecimento, esta sabedoria da terra aos funcionários da fazenda", são palavras de Marcos Palmeiras.

É bom estar aqui no Vale das Palmeiras

Aqui o dia começa cedo 
Mas acaba tarde!    
Gatos, galinhas, pássaros parecem uma sinfonia combinar.
Para o dia que vai começar...

O Sol é chamado a despertar
Devagar,
E a cada cena, à sua moda nos presentear.

A neblina traz um tom misterioso
E profundo aos nossos  sentimentos
Mas quando dispersa é o Sol que se apressa
A nos trazer novo alento.

E com sua luz querida
Dá esperança aos homens
Que se levantam e se põem na lida;
Aos bichos que descontam as horas perdidas
No curral, nos locais fechados;
Às plantas, que felizes se sentem mais vivas;
Terra, que aquecida
Dá vigor, dá vida
A todos que participam desta bela magia.

Ao longo do dia
Ouvem-se vozes
E o Carlão grita:
Eh! Oh!
E o gado se agita.
O trator também quer mostrar
Que trabalha tanto quanto muita gente unida!
A Toyota, caminhão, nos dão a sensação:
Todos têm sua função...

A Eleni, no trampo, comanda
É casa, é família,
É escritório, fábrica.
É telefone, é computador, é visita
E sempre na mesma batida!
Numa alegria escrita!
Rildo grita, do outro lado:
-       Apronta o cavalo mais manso
Que é pro menino não sair machucado!

E o dia transcorre numa só toada...
Mas pra acalmar os ânimos e refrescar um
Pouco,
Uma neblina, vento ou chuva fina
Que é pra terra ficar molhada

É lama, é porquinho fuçando
Feliz no meio da bicharada
É carro deslizando
Genilson muito prevenido
Já pôs cimento na estrada

-         Vai chegar o Marquinho!
Pronto:
Cada qual se desdobra
Para receber o moço com carinho!

O amigo com seu sorriso brejeiro
Se sai bem no “papel” de fazendeiro

Ele chega e quer saber
Como foi, como está
E como vai ser

E lá vem “seu” João
Com seu jeito manso de gostar da  terra
Quer vivenciar com todos
A mais nobre missão:
Desenvolver o amor por toda criação,
Buscando a melhor solução!

À vista de muitos não parece
Mas ele, tinhoso, não esmorece
E no final, ele confia:
“a terra agradece”!

Para cuidar dos animais e de suas crias
O veterinário anuncia:
-“só vou dar homeopatia”!

Cachorros, gatos
Marrecos, patos
Agradecem os bons tratos

Também corre o coelhinho
Pelo meio do caminho...

E assim o trabalho se constroi
Com essa equipe de herois!

Mas enfim a noite chega
A os envolve  em seu manto

Vai chegando devagar,
Avisando que já vem
Mas o povo trabalhador
Vai além, muito além

Já escuto, ouço vozes
É o jogo de futebol
É preciso terminar o dia
Marcando um gol!

Vamos agora nos recolher
Esperando a energia refazer
Juntos dos Anjos e do Criador
Através de um sono restaurador.

Que Deus abençoe a Terra inteira
E dê muita força, saude e paz
Ao Vale das Palmeiras.

Luciana Rainha Ávila
1960-2006

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