O EXCLUSIVISMO

O EXCLUSIVISMO
Quantidades de livros têm sido escritos sobre o problema judeu. A perseguição e o anti-semitismo.. O fenômeno sempre existiu desde que os descendentes de Abraão começaram a se organizar como um povo portador de três sublimes missões: o monoteísmo, o pensar lógico e o Messianismo.
O que .mais incomodava os povos vizinhos, certamente era a crença em um único Deus. 
É que está arraigada no ser humano a necessidade de crer em diferentes deuses.l Ainda hoje grupos religiosos recorrem aos santos e às nossas senhoras para atender a exigência politeísta do ser humano.
Nenhum povo, além do Povo hebreu, estava à altura de assumir tamanho desafio e cumprir as três missões cósmicas , a começar pelo monoteísmo.
Se ainda hoje é difícil conduzir o homem a acreditar em uma única divindade, imaginemos há três mil anos atrás.
Na evolução espiritual da humanidade era absolutamente necessário que, em algum momento, um povo abraçasse essa missão. Caso contrário a humanidade corria o sério perigo de continuar,  indefinidamente grupalizada e coletivizada, adorando ídolos de barro ou de metal.
. Graças à coragem do Povo Hebreu, também denominado Povo Judeu,  ou Israelita, as três missões foram cumpridas.
É bem verdade que até o povo eleito, de forma muito humana, algumas vezes vacilou, sendo severamente advertido pelos profetas.
Um exemplo de hesitação foi a montagem do bezerro de ouro, no deserto,  justamente no período em que Moisés se afastara por alguns dias para receber as Tábuas da Lei no alto do Monte Sinai.
Ao retornar, indignou-se com aquela idolatria, derreteu o bezerro e entornou ouro derretido na garganta dos líderes revoltosos.
O próprio Moisés também algumas vezes vacilou. Por isso, depois de vagar com seu povo durante 40 anos no deserto, só lhe foi concedido avistar a Terra Santa  mas não entrar nela. Ali Moisés passou o comando para Josué, despediu-se e retirou - se para falecer.
Tudo isso foi necessário acontecer para que, um dia, na Terra Prometida, surgisse o Messias Salvador, profetizado por Isaias, para imprimir um impulso totalmente novo à evolução da humanidade. Nenhum outro povo , senão o Povo Eleito de Israel,estaria apto a cumprir essas metas.
Face às contínuas perseguições a que estava submetido, é perfeitamente compreensível que aquele povo se protegesse e se isolasse em comunidades fechadas ,"exclusivas."
Assim manteve-se coeso por 3000 anos.
Uma vez cumprida a terceira missão divina, a messiânica, não fazia mais sentido manter-se isolado, em permanente 
conflito com os vizinhos.
Pelo contrário, o Messias, longamente esperado pelo Povo, antes de ascender aos ceus, deixara aos apóstolos a missão redentora:"Ide e levai a Boa Nova a todos os povos." Sem exceção.
Assim também entendeu a maioria da população local; converteram-se à nova fé cristã.
Pedro, por seu grande testemunhoj, convertia multidões.
Pouco mais tarde Saulo, depois chamado Paulo, era judeu de fé, porém de cultura grega e de cidadania romana. Sintetizava em si as três culturas da Época Greco-romana.
Logo após sua conversão Paulo partiu para propagar o Cristianismo, não só entre os judeus, como se acreditava , mas também entre os pagãos, as gentes do povo, os gentios.
Não somente a comunidade cristã dos hebreus em Jerusalém.
Chegou até Roma, a capital do Império de adoradores de deuses mitológicos. Em Roma foi Paulo decapitado e Pedro crucificado.
Não obstante a cruel perseguição a Comunidade Cristã crescia continua
mente embalada na pura fé.
Diferentemente, porém, pensavam os Doutores da Lei, os Escribas, os Fariseus, os Saduceus, a classe privilegiada que dominava o Templo, econômica e intelectualmente, e condicionava a massa, mantendo -a coesa e exclusivista.
Espalhados pelo mundo os hebreus mantiveram-se unidos e exclusivos durante 20 séculos, até a culminação do último holocausto, de 1933 a 1945, sob o tacão do regime nazi-fascista.
1945 é o grande marco na história do povo judeu,(hebreu, israelita).
Desde 1945 nunca mais ocorreram nem holocaustos nem pogroms.
Metade da população judaica permaneceu na diáspora, nos mais diferentes lugares, assimilando-se, aculturando-se, miscigenando-se, prosperando e fecundando as várias culturas que os acolheram, em paz.
A outra metade decidiu seguir os rumos traçados por Theodor Herzl em seu livro "O Estado Judeu", ( Der Judenstaat), e partiu para a Palestina, determinada a construir um Estado exclusivista, mono-étnico, puro, e ali criar as bases ideais para o advento do Messias esperado, o que só poderá acontecer num Estado plenamente estabelecido e "exclusivo".
Impõe -se essa alternativa, ao invés de uma Palestina unificada, diversificada, multi-étnica e pacificamente próspera.
Eis o quadro atual:
Enquanto os israelitas assimilam-se, miscigenam -se e prosperam em paz, os israelenses enfrentam, desde 15 de maio de 1948, um estado beligerante permanente, tendo já sustentado quatro guerras curtas, e agora uma quinta guerra longa, em escalada sem precedentes, em luta encarniçada contra os antigos moradores da região.
Dever de casa: explicar qual será o fim dessa história.

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