A INVENCIBILIDADE

       Quando eu estudei russo no Instituto Cultural Brasil--União Soviética, em 1962, aprendi com alguns professores que a Rússia jamais havia perdido uma guerra em toda sua História.

   Esse mito da invencibilidade permanece vivo até hoje, não só entre tresloucados dirigentes,  como também em amplas faixas da população, conforme eu próprio venho comprovando em meus contatos via internet.

   Também entre russófilos brasileiros,  " profissionais " da informação, esse mito não foi totalmente superado. Só recentemente um desses russetes,  humildemente, se corrigiu. Ele reconheceu que, das 231 guerras em que a Rússia se envolveu, ela ganhou 179.Não é nenhuma desonra perder uma batalha ou uma guerra.

   Até o Brasil, "o melhor de todos os tempos", um  dia perdeu de 7 a 1, e em 1950 perdeu de 2 a 1 para o Uruguai, e teve que jogar no lixo as faixas de Campeão previamente confeccionadas. Mesmo assim alguns ainda acreditam na invencibilidade. Aí é  maior o sofrimento dos perdedores.

   A História está repleta de bons exemplos de vencibilidade. 

   Em 1588 o Rei Felipe II da Espanha montou a sua formidável

"Invencible Armada"  e partiu para o Canal da Mancha para desembarcar e derrotar a Inglaterra.

   Não conseguiu nem desembarcar,e voltando derrotada para casa, o mar revolto tragou metade das embarcações. Foi mais um golpe no "orgulho tonto", que insiste em persistir, em certos lugares, para consolo dos insensatos.

   Até fevereiro de 2022 o atual Czar Vladimir o Fanfarrão, afirmava peremptoriamente, que a Rússia era a maior potência militar do Globo terrestre e a última reserva moral do planeta A primeira semana da aventura iniciada na Ucrânia provou o contrário. Putin tem que recorrer a mercenários, a criminosos cumprindo pena, a jovens recrutas, a pacíficos reservistas, e agora até a estudantes estrangeiros, ameaçados de expulsão,  caso não concordem a morrer por Putin no moedor ucraniano. 

De que adianta tanta celebração antecipada.

   Na Primeira Guerra de Inverno contra a Finlândia as tropas soviéticas partiram, confiantes, cantando "vitória" e bebendo vodka. Nas florestas geladas foram derrotados por soldados filandeses deslocando-se habilmente no gelo, em patins e trenós.

   Como castigo pela derrota oito generais foram executados. 

   Stalin cismou de conquistar a Finlândia, e também as três nações bálticas, bem como outras nações na Europa Oriental.

   Sem entoar canções patrióticas nem beber vodka, sob o comando de Zhukov, o grande estrategista, poupado dos expurgos, a URSS (Rússia) ainda empreendeu a II Guerra de Inverno, conseguindo então abocanhar 15% do território finlandês.   

   Como Stalin ambicionava mais, em agosto de 1939, fechou a Aliança com a também "invencível Alemanha nazista".

   Eis aí a grande ilusão. As duas potências "ìnvencíveis", unidas contra o resto, "o pervertido e decadente  Ocidente."

   Porém os entorpecidos desconhecem a Lei : "Só o Bem constrói. O Mal por si se destrói."

   Em junho de 1941 a " invencível"Alemanha nazista atacou sua aliada, a"invencível" URSS ( Rússia), e envolveu-se na maior roubada. O confronto Alemanha nazista  e URSS comunista foi  providencial para enfraquecer as  duas potências ameaçadoras da paz mundial. 

   A já debilitada URSS (Rússia), desgastada por duas guerras de inverno na Finlândia e desfalcada dos oito generais expurgados, a duras penas  conseguiu resistir e derrotar a ex-aliada fascista, graças ao decisivo apoio das nações aliadas,França, Inglaterra e Estados Unidos.

   Eis um detalhe jamais lembrado nas pomposas Paradas Militares realizadas anualmente em 9 de maio na Praça Vermelha, desde 1945, para  celebrar a Vitória Pátria  contra o nazifascismo ítalo-germânico-nipônico.

   Parece fácil torcer os dados da História e, via propaganda repetitória,  convencer as massas e desviá-las dos fatos.

   Deu tudo ao contrário para o Czar.  Graças ao heroísmo  e à criatividade dos ucranianos, capazes de destruir grandes equipamentos bélicos com simples e baratos drones, e graças à ajuda da OTAN, antes titubeante, agora decisiva. 

   A Verdade se impõe: a OTAN é a maior aliança militar que jamais existiu, não para atacar gratuitamente, e sim para defender os elevados valores ocidentais  de Liberdade e  Democracia

  Só falta o poderoso presidente americano Biden superar o medo de fantasma e apoiar plenamente a Ucrânia.

   Vivemos o nosso melhor momento. E ainda pode melhorar.

   

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