SÍTIO BONSUCESSO
SÍTIO BONSUCESSO
Para comprar o Bonsucesso, um sítio maravilhoso, 27,2 ha, nas montanhas de Nova Friburgo, eu precisava pagar Cr$ 10000,00 (dez mil cruzeiros) de entrada mais 80 prestações mensais de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros)
Não tinha isso. Mas fiz minhas contas: Se eu fechar três turmas cheias no curso intensivo de férias em janeiro, poderei liquidar os dois empréstimos.
Os números não mentem.
Por recomendação de Daniel Brilhante de Brito, meu mestre e amigo, linguista, poliglota e tradutor, a pessoa mais culta do Rio de Janeiro segundo seu discípulo Olavo de Carvalho, procurei a agência de publicidade recomendada , a do Chicarino, um publicitário muito bem relacionado com os jornais e com os artistas.
Foi em sua agência que eu conheci pessoalmente seu amigo particular, Paulo Gracindo, o maior ator de TV e teatro na época.
Impressionou-me sua simplicidade. Fiquei emocionado. Conversamos muito. Falamos até de prana.
Ele próprio também interessou-se em comprar um sítio em Nova Friburgo, com minha ajuda.
Coloquei - me à disposição.
Chegando eu em casa, contei prá minha mãe:
-- Mamãe, sabe quem eu conheci essa semana!? Paulo Gracindo.
--O que? Paulo Gracindo?
-- Sim. Ele vai passar aqui prá me pegar e vamos procurar um sítio para ele.
--Paulo Gracindo, na minha casa!!!
--Mamãe, fala baixo que papai tá ouvindo.
Ela disfarçou a emoção.
É que eu, ela e a família, acompanhamos juntos, a novela "O direito de nascer",
na Rádio Nacional, em 1950 e 51.
Infelizmente, em Nova Friburgo, Paulo Gracindo nunca apareceu.
Mas Chicarino, o publicitário bem relacionado, conseguiu inserir para mim um anúncio, estrategicamente posicionado, ao lado do Zózimo, no Jornal do Brasil, e outro no Globo, junto ao Ibrahim Sued. Com desconto e com prazo para pagar.
Deu tudo certo.
Fechei três turmas e faturei doze mil cruzeiros.
Em fevereiro liquidei os dois bancos e ainda sobraram dois mil de gorjeta.
"Sorte é para quem tem sorte".
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