MÃO-DE-OBRA II

 MÃO - DE - OBRA II 

Meu segundo funcionário foi o Zezinho.

Deixei-o trabalhar do jeito dele. Eu não interferia em nada.

Eu passava a semana no Rio, dando aula. Só aparecia no Sítio no fim-de-semana.

Assim transcorreram dois anos.

E o Sítio nada de produzir.

Só no inverno de 1975, a baixa temperatura, tomei a decisão e comuniquei ao Zezinho: "A partir de hoje aqui não entra mais adubo nem veneno."

Na quarta-feira Zezinho foi à cidade queixar-se para o meu pai:"Aquela terra não dá nada nem com adubo. E agora até sem veneno!"

No sábado meu pai me relatou a queixa.

Entrei no Fusca, toquei para o Sítio e dispensei o Zezinho, na Lei e na Marra.

Sem o Zezinho eu ficaria sozinho.

No mesmo dia apareceu o Iso, do vizinho. Excelente funcionário. Não fumava nem bebia.

Contratei -o na hora. E com ele seu cunhado, o Dito. Bom de serviço.

Em pouco tempo o Sítio apareceu todo plantado.

Até minha mãe, incrédula, elogiou.

Minha tia, Ineia , foi lá me visitar. Provou uma cenoura e confessou: "Não sabia que cenoura tinha este

 sabor."

Assim o Sítio Bonsucesso encontrou sua vocação.

Era a hora da Verdade.

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